Limite

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~ Lauren Jauregui ~

Obviamente eu acordei de mau humor. Primeiro, eu estava dolorida, mas não por causa dos tapas de ontem, e sim porque ainda não me recuperei do maldito acidente com a moto. Segundo, me lembrei que Camila estava puta comigo e não no sentido que eu gostaria. Terceiro, eu estava semi nua, mas não transei noite passada, apesar das expectativas. Quarto, porém mais irritante de todas as razões anteriores: Ainda não era nem 6:00am e eu tinha que levantar.

Minha terça feira já começou uma grande porcaria, mas me dirigi ao banho na esperança de que a água morna me deixasse revigorada. Não adiantou porra nenhuma.

Desci desanimada e tomei meu chá herbáceo, enquanto conversava com Nana sobre meu carro. Aparentemente, ele não sofreu nenhum dano "extra" como aquele policial maldito deu a entender, o que fez meu humor melhorar consideravelmente. O lado ruim é que eu não poderei usá-lo por um tempo, já que está na mecânica, concertando a batida, o que fez meu humor voltar a ficar um lixo.

Nana e eu começamos a conversar sobre a possibilidade de comprar um carro novo para mim. O meu é um modelo bem antigo e continuar usando ele assim pode não ser a mais inteligente das ideias. Antes eu não o usava tanto, por receio de acontecer alguma merda com ele, ams desde que vim para a Califórnia mudei esse hábito.

Ele precisa de cuidados especiais e com certeza as chances de danificar meu bebê são enormes se eu não mantê-lo na garagem um tempo.

Posso usá-lo apenas em ocasiões especiais, não é mesmo? Hum, quem sabe não compro um modelo mais atual? Ou até mesmo uma moto?

Deixei esse assunto para depois, afinal terei tempo para pensar, e fui até a garagem para escolher qual dos carros de Clara seria meu estepe, já que ela me deu carta branca. O único problema é que seus carros eram extremamente clichês, como Porsche amarelo e Ferrari vermelha. Decidi escolher um mais discreto, já que ia precisar de motorista, devido meu braço ainda engessado. Peguei a Mercedes preta e entreguei a ele. Entrar naquele carro fez com que eu me sentisse aqueles agentes secretos de filmes de espionagem americanos. Assim que saí da garagem, passei em frente ao jardim de entrada da casa e vi o jardineiro plantando algumas flores novas. Pedi para o motorista esperar um pouco e fui até lá, para dar uma olhada, com uma ideia na cabeça.

-Bom dia senhorita Jauregui — Falou bajulador assim que me viu.

-Bom dia, que flor é esta? — Apontei para uma flor diferente de todas que eu já vi, que estava em um balde enorme com terra. Haviam várias delas.

-Oh, são Dálias! Vou plantar algumas aqui, junto com as tulipas.

-São lindas! — Falei impressionada.

-Esta flor, é também muito rara! Proveniente da Cuba e México, possui pétalas em abundância e cores bem vivas. Seu nome é uma homenagem ao botânico Anders Dahl e existem cerca de 30 espécies, porém poucos cultivadores e....

-Linda e rara! É perfeita! — Interrompi sem qualquer educação. Não estava com paciência para uma aula de botânica, por mais que as informações passadas tenham sido bem úteis — Eu quero uma. Pegue pra mim por favor.

-Mas ela precisa de cuidados especiais e ...

-Flor nasce e morre, todo mundo sabe. O que me importa é o significado — Interrompi outra vez. Por que é tão difícil fazer o que eu peço de uma vez? — Pegue uma pra mim logo, vou me atrasar para o colégio se continuar demorando.

-Claro, desculpe senhorita! — Falou meio sem graça e poucos segundos depois me entregou a tal flor. Era realmente linda, com suas pétalas em um tom de roxo bem vivo, fora o cheiro avassalador.

Camren - Resistir ao IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora