Que porra é essa?

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~ Camila Cabello ~

Era domingo. O último dia na casa de campo de meus avós. Não precisa ser um gênio para notar que eu estava realmente triste por ter que ir embora no fim daquela tarde.Claro que não foi o fim de semana que eu imaginei, mas ainda sim foi maravilhoso, mesmo após a briga com Lauren, mesmo ela estando toda machucada e mesmo tendo passado quase um dia inteiro sem ela. Parece que aquela briga despertou um lado todo carinhoso de Lauren. Ela fazia tudo para me agradar, sorria de minuto em minuto e estava sendo meiga sem nem ao menos tentar disfarçar. Uma mudança e tanto!

O mais surpreendente deste fim de semana é amizade que ela e meu pai desenvolveram da noite para o dia. Ela passou parte do tempo na garagem com ele, vendo-o arrumar o carro e conversando sobre esportes,  especialmente basquete e entraram em uma discussão acirrada sobre o Lakers serem fodas e o Chicaco Bulls patéticos. Lauren estava do lado dos Lakers e meu pai o oposto.
Eu não entendia nada do assunto, então não me intrometi, apenas fiquei rindo dos argumentos malucos de ambos.

-O que você pensa que está fazendo? — Gritei ao vê-la aceitando a garrafa de cerveja que meu pai estendera para ela. Os dois me olharam sem entender.

-Francamente, senhor Alejandro. Esqueceu que Lauren esta tomando medicamentos para se recuperar do atropelamento? — Olhei furiosa para meu pai.

-Camz ... Não foi um "atropelamento" — Lauren repreendeu meu tom ao ver meu pai muito sem graça.
-Pode até ser  — Concordei — Mas você não pode beber, Lolo.
-Ela tem razão — Papai olhou para mim com um olhar que diz  "me desculpe — Eu esqueci deste pequeno detalhe.
-Eu também! — E e então Lauren começou a rir, como se aquilo fosse a piada mais engraçada do mundo. Meu pai a acompanhou na gargalhada e eu só observei a cena sem entender direito. Essa amizade dos dois esta me assustando.
-Vocês parecem duas crianças! — Briguei com ambos, mas meu olhar era apenas para Lauren.
-Me desculpa amor ... — Ela voltou a fazer aquele bico lindo que me derretia — Ainda bem que tenho você para cuidar de mim — sorriu.
Pronto,aquilo foi mais que suficiente para me desarmar. Eu queria agarrá-la e encher seu rosto estupidamente lindo de beijos. Tive que me conter, pois ela ainda estava machucada.
-Já esta quase na hora do almoço ... — Anunciei — Melhor entrarmos e esperar lá.
-Tem razão — Papai falou guardando as ferramentas — Vão indo, tenho que arrumar aqui.

Concordei com a cabeça e peguei  mão de Lauren chamando-a para mim. Ela entrelaçou os dedos no meu e me seguiu, dando um beijo gostoso em meu pescoço.

-Você esta diferente .. — Falei enquanto caminhamos na direção da casa

-Diferente como? — Perguntou genuinamente confusa.

-Está tão ... Carinhosa!

-E eu não costumo ser carinhosa?   — Franziu o cenho, parecendo... surpresa?

-Bom, sim .... Mas não tanto deste jeito. E não de maneira tão aberta... Sabe... Pra todo mundo ver.
-Eu ... Desculpe! Achei que sempre fui carinhosa com você — Falou sinceramente.
-Acho que você bateu a cabeça com muita força — Brinquei.

-Haha que engraçado, Camila — Na verdade ela pareceu não achar graça alguma

-O que foi, Lauren?   —Eu não estava mesmo entendendo.


-Nada, amor... — Ela veio atrás de mim e me abraçou depositando um beijo em minha bochecha — Vamos entrar, o.k?

-Certo — Respondi simples, mas só então percebi que já estávamos na pequena escadaria de entrada.

(...)

-Não, isto esta fora de cogitação!!! — Lauren se esforçava para não berrar.
-Lolo ... — Suspirei tentando manter a calma — Amor, você precisa entender que ...
-Não me venha com o seu "amor"!!  — Interrompeu-me — Que golpe baixo, Camila!
-Não me venha com essa sua neura ridícula! Eu já dirigi seu carro antes, Lauren e nada de ruim aconteceu!
-Foi diferente! Não foi em uma estrada, não foram três horas de viagem e não pegamos uma rodovia onde os carros cruzam a 150 km por hora.
-Que exagero, Lolo. O limite de velocidade é 120 km por hora — Argumentei
-E desde quando os americanos obedecem limites de velocidade? — Rebateu firme. Ponto pra ela.
Respirei fundo, tentando me manter calma. Eu estava compenetrada em não discutir com Lauren mais uma vez. Comecei a pensar em argumentos para convencê-la a me deixar dirigir a porra do carro, já que ela não esta em condições com a porcaria do braço engessado.

Camren - Resistir ao IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora