Perfeito

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~ Lauren Jauregui ~

-Lauren, oh meu Deus, você esta bem? — Alejandro estava ao meu lado, ajudando-me a virar. Ele gritava irritantemente alto, minha cabeça implorava dolorida para que ele parasse.

-A moto! — Falei em meio a gemidos — A moto... Merda, a moto!

-O que? Você esta louca? Esquece a moto! Você esta sangrando. Meu Deus, seu rosto! 

-O que é que tem? — Perguntei sentindo uma ardência terrível na face. Ele nem precisou responder, sabia que estava completamente arranhado.

-Esta muito ralado, Lauren — Ele tinha a voz preocupada. Não falei nada, apenas forcei o corpo para me sentar e fiz uma análise rápida em meu corpo.Eu estava um lixo. Todo meu lado direito estava ralado. A coxa e as costelas foram as mais prejudicadas, estavam na carne viva e sangrando um pouco, devido os pedregulhos que rasgaram minha pele. Apesar da terrível dor de cabeça pela batida e a ardência no corpo inteiro, eu estava até que bem. Quero dizer, não estava em meu melhor estado, mas não era como se eu tivesse quebrado todos os ossos. Eu me sentia completamente dolorida, mas razoavelmente bem para quem acabou de sofrer um acidente de moto.

-O senhor se machucou? — Perguntei olhando para ele.

-Apenas a bunda — Riu — Estou intacto. Já você ....

-Estou bem, senhor. Nada que um banho não resolva.

-Vamos, temos que cuidar de você. Duvido que apenas um banho resolva tudo isso. Lauren, você esta bem machucada.

-Da uma olhada na moto — Ignorei sua preocupação comigo. A contragosto ele foi até a moto, sabendo que eu não iria sossegar e a levantou. De onde eu estava, parecia tudo o.k

-Ela esta ótima! Apenas arranhou um pouco e entortou o retrovisor. Nada que eu não possa dar jeito ! Eu concordei aliviada. Aquela moto é linda demais para ser danificada por algo tão estúpido. Tentei me levantar, mas não consegui, devido a dor que me atingiu com força novamente. Talvez eu esteja realmente mal. Muito mal mesmo.

-Calma, chica — Repreendeu vindo em minha direção — Vou te ajudar a levantar, está bem?
Eu nem respondi e Alejandro já estava me colocando em pé. Senti uma dor forte no punho direito, mas preferi não falar nada, pois ele ia ficar ainda mais preocupado. Notei que minha roupa estava toda rasgada, suja de graxa e terra. Eu parecia uma foragida.

-Sobe na moto. Eu vou empurrando — Ordenou. Eu pensei em protestar, mas eu não tinha força para isso, e ele também nem me deu chance. Pegou-me no colo com certa dificuldade e me pôs em cima da moto — Fica apoiada, tudo bem? Segure firme.

-Sim, senhor Alejandro.

-Pare de me chamar de senhor, Lauren — Repreendeu — Agora vamos, chegaremos em uns quinze minutos.

Obviamente demorou mais de quinze minutos. Apesar de estarmos relativamente perto da casa de campo, a estrada era uma pequena subida e Alejandro estava empurrando uma moto pesadíssima comigo em cima. Se for contabilizar o forte sol da tarde e o fato de que ele não come a mais de quinze horas, da para entender perfeitamente sua dificuldade para caminhar.Mas finalmente nós chegamos. Apesar de não ter caminhado, eu me sentia exausta. A dor assolava meu corpo, os arranhões ardiam e, para piorar, meu punho estava cada vez mais inchado. Procurei ignorar a dor, enquanto descia da moto com o auxilio de Alejandro.

-Vem, vamos lá para dentro. Você precisa urgentemente de um banho e depois vamos dar uma olhada nesses machucados.

-Eu estou bem — Respondi, mas não havia firmeza em minha voz.

-O.k, vamos Lauren — Ele nem tentou disfarçar que não acreditava em minha afirmação.

Seguimos para a entrada da casa, e demos um puta azar: Vários dos Cabello estavam sentados na varanda da frente, entretidos em uma conversa que parecia ser divertida. Dei uma observada rápida e notei Camila sentada quieta em um canto, um pouco mais afastada dos outros. Parecia absorta em seus próprios pensamentos, a expressão trazia alguns traços de preocupação. Ela não me viu imediatamente. Na verdade, ninguém nos viu logo de cara. Eles só perceberam nossa presença quando começamos a subir os degraus da pequena escada da entrada.
Eu estava apoiada nos ombros de Alejandro que, por sua vez, procurava ser o mais atencioso possível.

Camren - Resistir ao IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora