Camren - Resistir ao Irresistível

Bobagens

~ Camila Cabello ~

Já se passava das 23:00 horas e até agora nenhum sinal de vida de Lauren. Perdi a conta de quantas vezes eu liguei e ela não me atendeu. Também não respondia minhas mensagens e não estava em sua casa. Por sorte, consegui falar com DJ e contei por alto tudo o que aconteceu. Como ela ficou preocupada, resolveu procurar Lauren e prometeu ligar assim que a encontrasse, mas isso foi as 17:00 horas.

Estou realmente preocupada. Lauren é propensa a cometer atos estúpidos quando esta com raiva. Pensei em sair e ir atrás dela, mas estou de castigo e não posso nem ao menos sair do quarto. Bufei irritada com a sensação de impotência.

"Por favor, que ela não esteja fazendo nenhuma bobagem, por favor". Eu implorava mentalmente, praticamente rezando. Me joguei na cama de barriga pra cima, chateada com tudo que estava acontecendo. Será que meu pai realmente vai se manter irredutível? Ele não vai mesmo me deixar ver a Lauren? Fiquei me martirizando com esses pensamentos sabe lá Deus por quanto tempo. Eu sentia as pálpebras cansadas, os remédios me deixavam com sono, mas a preocupação latente não me permitia dormir.

Porra, por que a Dinah não me dá notícias?

Me mantive de olhos fechados, na tentativa falha de diminuir a dor de cabeça. Lolo tem razão, me estressar é prejudicial para meu estado atual. Urgh! Que saudade dos seus cuidados ridículos e exagerados. Eu estou pensando tanto em Lauren que estou ouvindo com perfeição sua voz em minha cabeça, chamando por mim.

"Camz? Camz, abre pra mim?". Opa, espera aí, como assim? Eu não estou pensando em nada disso! Sentei abruptamente na cama e tive um mini ataque epilético ao ver uma sombra em minha janela, batendo devagar e me chamando.

— Lauren?! — Perguntei em um misto de surpresa e choque. Mais uma vez ela pediu para eu abrir a janela pra ela e mesmo confusa fui até lá e abri — Mas o que você...

— Eu precisava de ver — Justificou com a voz arrastada. Ela se pendurou pela minha casa para subir até a janela do meu quarto, é isso mesmo? E esta bêbada!

— Eu não acredito que você bebeu... — Repreendi.

— Me perdoa... — pediu em um tom choroso — Eu precisava muito te ver... — Repetiu o que dissera ao entrar.

Lauren se inclinou até mim e me beijou de maneira possessiva, esmagando meus lábios com seu beijo. Retribuí na mesma hora, apesar de surpresa e levemente irritada, não sou louca para recusar um beijo seu. Foi intenso e demorado, só nos separamos quando o oxigênio se fez necessário.

— Meu pai vai te matar! — Falei depois de recuperar o ar, ficando mais consciente da situação.

— Ele não vai me ver, nem ouvir... fala baixo, por favor ...

— Eu não estou acreditando nisso...

— Bom, mas tecnicamente, não quebramos nenhuma regra dele. O seu pai me disse para não passar pela porta, e eu entrei pela janela — Riu sem graça, acabei me permitindo dar um leve e rápido sorriso. Mesmo bêbada ela tinha espaço para ser inteligente.

— Você não atendeu o celular o dia todo! Me matou de preocupação, tem ideia disso?

— Desculpa... — Pediu — Eu estou aqui .. vou explicar amor...

— Tudo bem — Falei sem muita firmeza. Melhor esperar ela explicar antes de acabar me irritando — Mas você dirigiu e subiu até aqui neste estado! É muito irresponsável, Lauren — Lembrei-lhe.

-Eu... eu não dirigi. Meu carro esta em um estacionamento algumas quadras daqui — Falou se esforçando para montar a frase. Sua fala estava se mostrando cada vez mais arrastada.