Capítulo Cinco - All the wrong moves

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Declan não estava em nenhum lugar a vista, por isso enviei-lhe uma mensagem de texto e segui pra casa de moto. Não havia me afastado cem metros quando percebi Cam me seguindo em forma de lobo. Minha primeira reação foi fazê-lo comer poeira, mas isso o deixaria saber que eu não sou exatamente o que afirmava, ou seja, eu não sou humana. Nenhum humano o detectaria àquela distancia. Por isso usei o plano B e segui como se não houvesse nada de errado.

Deixei a moto no estacionamento subterrâneo e tomei o elevador para meu apartamento. Enquanto as portas do elevador fechavam, consegui sentir mais uma vez a presença dele entre as sombras. Deixei o cabelo cair no meu rosto e sorri para mim. Aquele era um jogo para dois, e eu estava na vantagem por saber mais sobre ele do que ele de mim.

Depois de tirar a roupa e a maquiagem, procurei o telefone pré pago que estava usando ali. Havia algumas chamadas não atendidas, todas de Declan e com horário de poucos minutos atrás, mas ignorei. Eu sabia que as chamadas eram para me deixar saber que havia visto a mensagem. O que eu não entendia é porque ele simplesmente não mandava um texto de volta.

Suspirando, me perguntei se minhas decisões naquela noite haviam sido acertadas. Eu não poderia fugir porque Cam pensaria em me caçar. Mas ficar também não era das perspectivas mais animadoras. Ele me marcou como presa, e talvez, só talvez, fosse mais fácil lutar do que fugir. Além do mais, eu realmente gostava dessa cidade. Talvez eu permanecesse mais tempo. Ela me fazia sentir segura.

Olhei para o espelho encontrando aquela aparência que eu ainda não havia me acostumado. Nos últimos anos, fui de oriental a mulata no meio das minhas fugas, quando percebi que talvez fosse mais fácil passar despercebida sem chamar a atenção por uma etnia diferente. Então eu simplesmente passei a me adequar ao padrão físico existente na região. Por isso não conseguia entender como consegui despertar o fascínio do chefe dos lobos.

Há muito tempo eu desisti de ter qualquer relacionamento, principalmente no meio das minhas fugas. Eu não me relacionava por emoções nem por segurança, afinal, esse termo era uma vã esperança para mim.

Sempre que eu me sentia segura, algum odor me levava a procurar um próximo destino. Às vezes, eu voltava duas ou três vezes para a mesma cidade só para despistar. Mas nunca parava. Queria que eles parassem. Estava cansada de não ter laços. Foi por isso que essa ilha me atraiu tanto. As pessoas aqui vivem como família, pelo menos os transmorfos.

Mesmo disputando territórios internos, com brigas diárias, rixas e outras merdas tipicas de qualquer ser, eles protegiam os seus do mundo de fora. Talvez, só talvez, eles me considerassem um dos seus quando a ameaça aparecesse por aqui. Se não, eu já tinha tudo pronto no meu próximo destino.

Murmurando um palavrão me deixei cair na cama. De todas as espécies, por que logo o cão chefe veio atrás de mim? Acho que no fim das contas todos os movimentos que eu considerava certos para afastá-lo estavam errados

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Para o próximo capítulo, aguardem #novidades

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