Ciúmes

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Cameron

Claro que o centro da tempestade era ela. Cercada pelos meus lobos, o local em que se encontrava era o único em que ainda caia água. Sem contar que o cabelo dela estava mudando de cor. Mas não seria eu quem diria isso a Sky. Não com o olhar assassino que me lançou. Só acho que seria uma boa ideia entrar em casa antes que alguém nos visse.

-Eu não quero você na minha cama essa noite. - Ela rosnou. De verdade, com coro dos lobos, enquanto entrava em casa. Mais uma vez eu queria saber que merda estava acontecendo que até eles pareciam estar em sintonia com ela.

Olhei para o chão, percebendo pela primeira vez que a trilha de pegadas dela ia até a floresta e voltava para casa. Então me senti muito burro por não ter percebido de cara que era ela quem eu senti mais cedo. Meu estomago embrulhou quando pensei no que ela provavelmente havia visto. Camile, a nova queridinha de minha mãe, dando em cima de mim descaradamente. E eu sem poder frear os avanços daquele filhote porque o pai dela era um dos meus principais conselheiros de guerra.

Claro que com minha sorte, Skylar havia decidido se arriscar pelo meu território logo hoje.

Entrei em casa a tempo de ouvir uma porta batendo. Imaginei que fosse a do quarto dela, porque a batida foi realmente forte. Segui o chão molhado até lá, decidindo se entrava ou não na alcova.

-Nem pense em abrir essa maldita porta, Cameron, ou vou acertar você tão forte que vai precisar de um babador para o resto da vida.

Não duvidei da veracidade do fato, por isso forcei a porta e sai do meio, no exato momento em que alguma coisa atingiu a parede no local onde eu estaria e a deixou carbonizada. Antes que a fumaça baixasse, corri e a segurei pelos braços, forçando-a embaixo de mim na cama.

-Por que diabos uma reação tão exagerada? Não é como se você tivesse ciúmes de mim.

-Eu não confio mais em você. Se não pôde manter uma promessa simples como me respeitar e não ficar desfilando com outras por ai, como vou acreditar que manterá o acordo de cooperação mútua?

-Isso não parece uma reação de raiva Sky. Seu cabelo está mudando de cor. Você está sem controle. - Ela continuava se remexendo embaixo de mim, tentando sair. Meu único desejo era que ela não lembrasse que podia lançar um maldito feitiço a qualquer hora e me matar. - E que maldita ideia foi essa de sair por ai sozinha?

Ela se apoiou nos cotovelos, eu ainda segurava seus pulsos.

-Eu não sou uma maldita prisioneira que você pode manter aqui dentro sem ao menos o direito de ir tomar sol.

-Claro que você pode sair, mas quer mesmo sair sozinha dentro dos limites do território da minha alcateia? Você viraria lanchinho para algum deles.

-Eu não sou idiota de sair sem proteção. - ela rebateu, com um sorriso maldoso crescendo nos lábios. - E alguns deles merecem virar isca de peixe. - Por acaso, aquilo me fez pensar que era a Camile que ela se referia.

- Você estava com ciúmes, admita.

-Eu NÃO estou com ciúmes. - Ela rangeu os dentes, parando de se debater. O cabelo estabilizou em uma cor perto do ruivo. Os olhos dela também estavam perigosamente vermelhos.

-Então não vai se incomodar se Camile vier jantar conosco. - Blefei.

-Se ela não se incomodar em morrer quando passar pela porta. - Sky resmungou, sem se dar conta.

Eu sorri.

-Você está com ciúmes. E frustrada, porque não terminamos o que começamos naquele dia. Por isso tem dançado mais do que qualquer outra coisa nos últimos dias.

-Claro que eu estou frustrada. O que não quer dizer que vá especificamente implorar para que venha até minha cama de noite. Posso muito bem passar sem sexo.

-Não, não pode.

-E o que te faz pensar isso?

-Você está encarando minha boca enquanto conversamos.

- O que não prova... - Não deixei que ela terminasse com essas argumentações sem sentido, calando ela com um beijo e deixando meu corpo imobilizar o dela.

O lobo dentro de mim estava mais do que satisfeito em tê-la finalmente domada abaixo de mim, com as mãos instantaneamente subindo para me fazer chegar mais perto. Como se fosse possível.

Desci minhas mãos até segura-la pela bunda, encaixando as pernas dela o meu redor, na altura exata para que nossos quadris se encontrassem. Ela arfou, gemendo contra a minha boca. Tudo o que eu queria era baixar aquela leggin que não deixava muito a imaginação e dar a nós dois o que ansiávamos. Mas ela ainda não havia implorado. E eu mantinha minhas promessas.

Naked - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora