Revel

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-Sério? E o que eu represento para você? - Nem por um segundo esperei que ela fosse me responder. E estava certo. Parcialmente.

Sky simplesmente puxou a coberta para cima da cabeça e me ignorou. Por cinco minutos antes de eu ouvir os murmúrios.

-Patriarcado. Machismo prepotente arrogante. Clã. Lealdade cega.

-Eu não sou machista. - Me defendi. Na verdade não era nenhum dos três que ela me acusara, mas o que meu cérebro registrou primeiro foi o machismo.

-Sério? E me perseguir como se eu fosse um objeto que deveria te dar prazer? Foi o que? Deixar meu livre arbítrio decidir? - Ela estava furiosa por debaixo das cobertas. Eu quase conseguia sentir as ondas de ira dela.

-As coisas não teriam saído do sério se você não fosse tão malditamente teimosa e desafiadora. - Resmunguei.

-Então voltamos ao tópico? Se eu tivesse sido uma puta facil você teria perdido o interesse logo?

-Não é isso. - Retruquei com raiva por estar discutindo com um lençol. Um lençol que cobria uma mula teimosa. Acendi as luzes. - Saí daí debaixo. - Comecei a puxar a coberta, mas Sky estava agarrada nela como se sua vida dependesse disso.

-Se não é isso é o que? E deixa meu lençol em paz!

-Olha pra mim quando a gente tá brigando, faz o favor. - Me zanguei, começando a rasgar o pano.

-Me deixa em paz. Me deixa em paz. ME DEI...

Mas eu já tinha rasgado toda a peça e olhava para ela meio mudo. O cabelo de Skylar tinha mudado de cor enquanto estava escondida. O castanho dourado agora era um ruivo pálido, quase uma loira morango.

-Que merda aconteceu com o seu cabelo?

Ela pulou da cama, recuando de costas até a porta do quarto, como um animal encurralado. Me ajoelhei na cama, indo em sua direção. O cabelo dela lentamente voltava para castanho dourado e eu sabia o que era, mas ainda assim...

Ela apontou a mão para mim e caí de costas, paralisado momentaneamente, enquanto ela abria a porta do quarto e saia correndo.

Enquanto tentava recuperar a os movimentos do meu corpo, me perguntei que tipo de azarado era, para encontrar uma das quase extintas feiticeiras. A lei me obrigava a entregá-la. Ou que me responsabilizasse por ela e a fizesse minha prisioneira. No pior dos casos, eu deveria matá-la.

Inspirando profundamente e sentindo meus membros voltarem ao controle, sentei na cama, decidindo se saia correndo atrás dela ou deixava que fosse virar problema de outro alguém.

Meu celular tocou, um alerta de aplicativo que usávamos para saber quando outro alfa se aproximava. Por motivos diplomáticos, pelo menos. Se alguém quisesse caçar clandestinamente, claramente não avisaria. O nome na tela decidiu que eu deveria achar Sky primeiro. Elliot estava a caminho.


Naked - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora