Um pra frente, dois para trás

4.3K 475 22
                                    

Quando finalmente acordei, Sky ainda estava deitada ao meu lado, enrolada em si mesma como uma bola. Eu não sentia mais nenhuma dor, mas ela parecia exausta. Olhei o celular em cima da mesa de cabeceira. O dela piscava com centenas de mensagens e ligações de números que eu não reconhecia. O meu me mostrava apenas uma mensagem de texto, falando da invasão.

Skylar obviamente não avisara a ninguém o que ocorreu. Meus homens só avisaram que haviam encontrado um rastro diferente e que não conseguiram encontrar estranhos pernoitando na ilha.

Sai para a varanda. Eu estava fora do ar por quase vinte e quatro horas, mas agora me sentia recuperado. E intrigado. A filha de Lucan estava na minha ilha, e eu tinha que dar algum crédito a Elliot por tê-la realmente encontrado. Mas o que eu faria com ela? Além de mentir ainda mais para Sky?

Skylar

Estava acordada quando ele saiu da cama, mas ninguém precisava saber disso. Quando ouvi a porta da frente bater, virei para encarar o teto.

Não havia se passado nem dez dias do acordo ou 72 da nossa aliança forçada e ele já mentia para mim. Dei um pequeno sorriso cínico. E pensar que eu me esgotei para não deixa-lo passar por nenhum tipo de risco. Que eu me preocupei. Por um segundo, tinha considerado que ele poderia vir a ser mais.

Homens são todos malditamente iguais.

Quando ele voltou naquela noite, fingi que estava tudo bem, e ele veio para a cama comigo. Quando as mãos dele começaram a brincar com meu baby doll, fingi que era um cara como qualquer outro. Quando terminamos, segui para o banheiro com a desculpa de tomar um banho. Ele já estava dormindo quando voltei. Tão silenciosa quanto aprendi a ser, peguei as chaves dele em cima da mesa da cozinha. Não era nem meia noite.

Encarei meus olhos cor de tempestade no espelho da sala. Engraçado como ninguém prestava muita atenção nos detalhes. Mas eu tinha que prestar sempre. Então meus pés estavam calçados com sandálias altíssimas vermelhas, amarradas no tornozelo, fazendo com que minhas pernas não parecessem ter fim. Enquanto eu andava em direção ao carro, deixei cair a toalha enquanto a magia fazia minhas roupas. Uma saia preta pregueada no meio da coxa, uma blusa de renda de mangas sem forro e sem costas, que apenas não deixava ver meus seios.

Meu cabelo secou. Ficou mais cheio. Um pouco mais comprido. Dei partida no carro, agradecendo aos céus por tê-lo deixado longe da casa. Quando voltei no outro dia.

Dirigindo feito uma louca, olhei novamente para meus olhos no retrovisor. Estavam novamente castanhos, mas agora com um forte delineador e cílios muito maiores do que seria justo com a maioria das mulheres.

Fui para o clube mais distante da casa dele. Por mais incrível que pareça, eu não era conhecida no Hades. Lá era um local mais frequentado pelos visitantes, que evitavam a Fúrias e Destino por pressentir que ali era território dos metamorfos. Fui admitida sem ter que pegar fila. A pista de dança estava lotada, e eu só queria me perder ali, minha cabeça dando voltas e voltas sobre a mentira de Cam. Por que eu me importava, afinal?

Meu celular tocou na faixa amarrada em minha coxa. Senti a vibração pelo corpo quando me dirigi até o balcão para o primeiro shot da noite. Fui para um canto mais escuro e puxei o aparelho de lá. Cameron ligava. Declan mandara mensagem. Outros números desconhecidos estavam listados nas chamadas perdidas.

Já era hora de eu trocar o meu número. Talvez não valesse a pena permanecer na ilha por causa de um acordo, e eu não precisava que eles soubessem como me rastrear via celular.

Decidida, segui até o banheiro e joguei o aparelho no vaso sanitário.

Quando voltei para a pista, as luzes estavam ainda mais baixas. O clima era mais erótico. E eu não me importei em dançar com o lindo cara loiro que veio em minha direção. Era só uma dança. Que parecia com sexo vestido. Mas era uma dança.

Eu não sabia quem ele era, e definitivamente não o levaria até meu apartamento ao fim da noite. Mas o cara tinha ritmo. Os quadris dele giravam em perfeita sinfonia junto com os meus, e ele parecia entender o jeito com que eu dançava. Quando a música mudou para algo mais moderno, já estávamos chamando a atenção de todos ao redor. Era incrível dançar com alguém tão bom. Ele me fazia girar e levantar adaptando balé com dance e eu deixava que a música falasse comigo.

Então no meio de um giro, alguém me puxou pela cintura. Frustrada, não precisei olhar para saber que era Cameron. Ele deve ter tido o inferno para me rastrear até ali. Ou não, já que eu estava de carro.

Com um sorriso de desculpas para o parceiro de dança que nem cheguei a saber o nome, sai do aperto de Cameron, que fuzilava o pobre rapaz e não prestou atenção imediatamente quando o deixei parado e saí rebolando em direção ao carro. Apenas por essa noite, ele não iria estragar meu bom humor conquistado após passos de dança perfeitos.

Naked - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora