Riscos

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Declan - Dois dias depois.

-Não é seguro sair. - Bea me puxou de volta enquanto eu tentava força meu caminho pela porta. - Não ouviu o que disseram? Pessoas morreram sem explicação nos últimos dias.

Suspirei com impaciência, buscando o olhar de Nikolai, que estava muito confortável em uma cadeira acolchoada. Não seria de muita serventia para mim. Não tivemos êxito em achar o rastro de Lucan, mas eu sentia que estávamos perto.

-Não posso ficar aqui dentro enquanto ela deve estar passando o inferno. - Reclamei, mas deixei que a morena me bloqueasse. A paciência para discutir mais uma vez não era das melhores.

Três dias se passaram. Nós estávamos literalmente presos dentre de casa desde que discutimos sobre o podermos ou não ajudar nas buscas. Por dois votos - Nikolai e Beatrice - há um - eu - ficou decidido que não poderíamos ir pois nosso rastro poderia forçar Lucan a tomar uma decisão precipitada de machucar Sky.

Claro que era besteira. Ele esperava que nós fossemos atrás delas. Talvez para nos capturar e usar contra Sky a fim de que ela fizesse o que eles queriam.

No terceiro dia, Bea não voltou, estávamos discutindo no quarto dia se deveríamos ou não ir procurar por ela quando a dita cuja entrou com uma expressão exausta em casa.

-Os lobos evadiram. - Ela sussurrou, se largando em uma espreguiçadeira.

-Como assim 'evadiram'? - A voz de Nikolai era baixa, mas eu podia sentir a ameaça nela.

-Foram embora. - Ela retrucou com impaciência, como se fosse obrigada a recitar o óbvio. - Meus informantes rastrearam a matilha saindo mais para o norte. Um grande grupo, com um comboio de automóveis. - Ela falava pausadamente, como se estivesse filtrando informações. Troquei um olhar com Niko. Eu não era o único que havia notado. - Carros, utilitários, vans.

-Descobriram onde eles estavam? - Perguntei. Talvez fosse isso que ela não queria revelar. Os olhos cor de chocolate dela lançaram faíscas em minha direção. Dizer que não nos dávamos bem seria um eufemismo. Tao teimosa quanto Sky, mas infinitamente mais irritante. Só com muita paciência nós ainda não havíamos saído no tapa.

O suspiro impaciente de Nikolai avisou-nos de que nosso embate visual não havia passado despercebido. E que estávamos perdendo tempo.

-Se encontraram o comboio então obviamente conseguiram rastrear de onde vinha. - Bea retrucou com a voz acida, arrumando os cachos desengrenados escuros atrás da orelhas. Não serviu de muita coisa, pensei com maldade. E pelo novo olhar que ela me lançou, deve ter adivinhado meus pensamentos.

-Estamos esperando, Bea. - Nikolai resmungou ainda mais irritado. Andava de um lado para o outro, e sabíamos que em pouco ele não teria mais controle para manter a forma humana.

-Estavam no antigo castelo, como imaginamos. - Ela respondeu. - O castelo ancestral que os Romanov usavam como base de operações militares. A área das masmorras, para ser mais exata. - Mais uma vez, notamos a hesitação na voz dela. Um rosnado veio de Nikolai, surpreendendo a nós dois.

-O que mais? - Ele perguntou.

-Havia sangue. - Ela respondeu de uma vez. - Mais de um rastro. - A voz não passava de um sussurro. - Mas era muito, muito sangue. E não sabemos de quem.

-Precisamos ir lá. - Levantei, mas Nikolai já ia rumo a porta, as roupas pelo meio do caminho. Segui. Não ouvi o que a tigresa falava, mas com certeza ela falava. Sky estava em perigo, e talvez fosse tarde demais.

Naked - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora