Naked - Em Revisão

Cativa

Depois de dizer aquelas palavras – e me arrependem no segundo seguinte – não lembro bem como foi a sequência das coisas. É como se eu houvesse entrando de stanby, vendo Declan falando algo que não ouvi e Camerom me puxando na direção da porta, jogando sua jaqueta grande demais para mim pelos meus ombros. Depois eu estava no carro dele. Fora da cidade, em um campo. Entao sendo meio arrastada por entre casas e arvores, no meio de uma matilha. Meu coração batendo a mil. E por fim a casa dele.

Não entendi porque travei. Provavelmente por que meus instintos começaram a gritar para sair dali mais do que o normal e o único jeito de não me revelar foi ficando meio dormente. Sua garagem era subterranea, o que não foi exatamente surpresa para mim. A casa era incrustada na montanha, como eu havia ouvido falar. E havia lobos demais por lá. Eu conseguia senti-los.

Provavelmente eram seguranças de Cam, pois ficavam nas sombras. Não cruzei com nenhum quando descemos do carro e fomos até o elevador. Torci para continuar com essa sorte até estar dignamente vestida. A situação já era bem ruim estando seminua e cheirando a outro.

Não importa o que o lobo possa ter me prometido, eu sabia que nunca seria respeitada. Eu so teria que aguentar até que Taelor estivesse em segurança com Dec. Um dia de cada vez. E então eu poderia decidir o que fazer quando acabasse.

 O caminho até a ala dos quartos transcorreusemincidentes. Ninguempelocaminho, o quedeveriasignificarqueninguemmoravaaqui com ele.

-Você vai ficar no meu quarto. – Ele me avisou abrindo uma porta.

Fiz minha melhor cara de paisagem, o que não foi dificil quando já esperava por isso. Como qualquer um da espécie, era territorial. O quarto dele era grande. Maior que o meu apartamento de um só quarto. Na verdade, maior do que todo os locais em que estive nos últimos anos. A decoração era preta e azul escuro, com paredes brancas. Não havia espelhos, o que me fez sorrir um pouco. Eu realmente não precisava deles para dificultar ainda mais minha vida.

Espelhos poderiam me delatar mais rapido. Seria mais facil ele pegar o vislumbre se alguma vez eu me desequilibrasse. E eu iria me desequilibrar.

Uma vez que estavamos lá dentro, ele se permitiu olhar para mim de cima a baixo, apreciando me ver com a jaqueta dele. Dava para sentir os feromonios dele trabalhando, querendo que ele viesse com tudo para cima de mim. E que os deuses me julgassem, mas ali estava a verdade que nunca iria admitir: eu o queria também. Mas eu não iria faciliitar:

-Por que eu, Cameron? Quando há todas as outras de tão boa vontade a se jogar nos seus pés.

O sorriso presunçoso dele ficou um pouco menor, como se Cam não soubesse a pergunta para essa resposta.

-Eu quis você. Na primeira noite no continente. E você me rejeitou. Sem motivo. Isso despertou o interesse do lobo.

-Então quer dizer que se eu agir como uma puta interesseira qualquer você vai perder seu interesse em mim? – Eu ri sarcastica, deixando a jaqueta cair e andando nua até ele. – Vamos lá, Cam, depois dessa o que eu mal posso esperar é saber como vai ser trepar com você. – Apesar das minhas palavras terem sido para ofender, aquilo pareceu errado no exato momento em que foram pronunciadas.

Ele rosnou e me empurrou para a cama, jogando as cobertas por cima de mim.

-Não haja assim. Você não é assim. Eu não durmo com mulheres vulgares.

-Como você pode saber que eu não sou assim? Nem me conhece!

-Se você fosse assim, teria vindo comigo no primeiro dia.

-Mas você vai me forçar como uma prostituta barata, então qual a diferença? Pelo menos vou fingir que gosto pra agradar meu dono. – Falei em deboche.

-Eu não vou obrigar você a nada. – Ele estreitou os olhos. – Quando formos pra cama juntos, você vai estar implorando.

E com isso, saiu batendo a porta, me deixando nua entre as cobertas.