Hope

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Pessoal, por motivos de 'fiquei sem internet ontem', o capítulo não foi postado. Peço desculpas por isso. Mas aqui está um capítulo lindo de morrer pra finalizar o primeiro fim de semana do ano. Wrecked começou a ser repostada, então aconselho que olhem lá para conhecer um pouco mais sobre Sky. Lyna conta várias da saídas deles nos momentos antes do casamento de Cam. E uma sugestão de leitura diferente é http://www.wattpad.com/story/29796388-bruxas-livro-um-morte

Bruxas Livro Um: Morte, do Luciano Torres Filho. O cara se garantiu demais. Já tem vários capítulos postados.

Enfim, amo-as todas. Espero que curtam mais um capítulo.

Sky

Nós não conversamos. Não pelos vinte minutos seguintes, até que eu estava agarrada a ele, sentada em cima da escrivaninha, as minhas pernas ainda ao redor de sua cintura, o suor escorrendo por nossas costas, semivestidos e ofegantes. Não até que ele cheirasse meu pescoço, deixando uma trilha de beijos do ombro até a nuca e eu conseguisse sentir um sorriso sem nem mesmo ver. Então ele me mordeu. No pescoço. Com força o bastante para tirar sangue se eu não tivesse empurrado ele longe.

-Isso não foi legal. - eu resmunguei, esfregando a mão onde sabia que ficaria roxo. - E desnecessário.

Ele riu, ajeitando o jeans e fechando o que sobrou de botões da blusa social roxa que usava. O rosto parecia de um menino de doze anos na manhã do Natal. Para ser justa, mesmo com a blusa posta, eu ainda podia ver alguns arranhões pelo pescoço descendo para o peito dele. Sobre o cabelo... Sem comentários. O meu devia estar num desalinho muito pior. Ele foi voltando para perto com os braços em posição de rendido, até me beijar na ponta do nariz.

-É esquisito como você é baixinha. - Ele riu.

-Se quiser posso ficar mais alta do que você. - Retruquei, mordendo o ombro dele sobre a roupa. - Ainda precisamos conversar.

-Achei que tivéssemos nos entendido muito bem. - Ele respondeu, me olhando nos olhos.

-Temos um pequeno grande problema. - Eu suspirei. - Não posso romper o compromisso com Declan. Foi uma das diretrizes da aliança com os felinos.

Ele gelou. Eu gemi interiormente, pensando no inferno que a conversa seria agora. Vi a raiva por detrás dos olhos dele, mas não deixei me intimidar.

-Antes de se descontrolar, posso dizer que há uma ou duas boas noticias? - Perguntei. Ele permaneceu calado. - O compromisso pode ser desfeito pelo Declan, caso ele ache a parceira dele. Não temo data para cumprir o compromisso.

-Isso nos leva a... ? - A voz dele estava enganosamente calma.

-Preciso manter o compromisso de mentirinha.

-Então eu serei seu 'casinho escuro'? - Ele parecia revoltado com a ideia. - Ninguém pode saber de nós?

-Isso é o que você fez comigo. - Resmunguei não querendo comprar uma nova briga. - Como se sente com papéis invertidos?

Cameron me puxou para junto dele, fazendo com que eu ficasse de pé. Minhas pernas ainda não estavam exatamente respondendo bem, por isso me agarrei a ele. No chão, memorias do que um dia foi minha calcinha de renda vermelha.

-A gente vai dar um jeito. - Ele me surpreendeu falando. - Não sei como, ou quando. Mas a gente dá. Vamos ter problemas demais mesmo que não briguemos por causa disso. Declan concorda com isso?

Fiquei meio muda. Desde quando Cameron era o ser pensante dessa relação? Esperava crises de ciúmes e mais uma rodada de bate boca e sexo antes dele se convencer do lógico.

-Foi ele quem sugeriu. - Respondi quando recuperei a voz.

-Eu tenho uma condição apenas. - Cam pediu. - Você não dorme mais lá. Dê um jeito de vir aqui para passar a noite. Finja que é Lana, ou qualquer coisa do tipo. Durma com ela e Lyna quando não puder vir. Mas no quarto dele você não dorme mais.

Decidi que esse não era um bom momento para dizer que nos dormíamos em qualquer lugar da casa, inclusive já acordamos todos na cama de Lyna. Mais de uma vez. Algumas vezes com menos roupas do que lembrávamos. Claro que a maior parte de nós estava bêbada demais para lembrar o que tinha feito na noite anterior, menos eu, já que álcool e água faziam o mesmo efeito no meu organismo. Fiz com que passassem por uma onda de angustia quando descrevi uma orgia que não existiu. Estavam bêbados demais até para abrir a porta, quanto mais tirar as roupas conscientemente para algo tão complexo.

-Feito. - Respondi. Não era uma exigência tão absurda, e eu entendia o que ele passava ao pensar que eu estava com Dec. - Mas agora temos que voltar para a festa. - Lembrei, suspirando. - Ou Lana vai achar que nos matamos.

Ele passou o braço possessivamente por minha cintura. Entre matilha, ele lembraria depois, estávamos seguros. Embora eu não confiasse inteiramente nisso. Ninguém olhou duas vezes em nossa direção. A mãe dele não estava a vista. Lana fingiu que não via como agíamos ao redor um do outro. E eu? Eu estava em paz. Pelo menos por essa noite. Amanhã lidaríamos com Leticia. Amanhã eu pensaria em Nikolai. Em tratados, guerra e paz. Essa noite eu era uma garota normal. Numa festa normal. Cercada de lobos. Amanhã eu pensaria em como neutralizar meu pai de uma vez.

O clima de felicidade se espalhava pela sala. Era o inicio de um novo ano. Todos estavam otimistas. Havia votos e felicitações por onde se olhasse. Fazia com que acreditássemos que tudo daria certo. Diferente do Natal humano, eu gostava das passagens de ano. Elas me traziam esperança.

Circulamos separados ao redor da sala, mas nossos olhares nunca se deixaram. Havia um entendimento sutil. Um fio que nos ligava. Eu sabia onde ele estava sem precisar olhar. Naquele ambiente, acreditávamos que tudo daria certo. Quando o dia estava nascendo e maior parte dos convidados havia ido embora, saímos para a casa que dividi com ele, meses atrás. Nada havia mudado. A farsante não havia estado nela. Era um lugar nosso.

No quarto, não fomos direto para a cama. Não era necessária pressa. Na varanda, ficamos observando o sol nascer, ele me abraçando por trás. Quando entramos, o zíper do meu vestido já estava aberto, e o mesmo caindo no chão. As cortinas foram fechadas. A blusa dele, que não foi trocada e faltavam dois botões, acompanhou meu vestido. E, dessa vez, demorou mais do que vinte minutos.

Naked - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora