Vendendo a Alma

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Estávamos dormindo profundamente, Delan por cima de mim, respirando na minha nuca. Depois de três ou quatro rounds e lutas pela dominação depois do primeiro, haviam marcas roxas pelos nossos corpos, arranhões, muita dor, dor boa, de quem fez muito exercicio.

Levantei um pouco os olhos e espiei. Eram três e meia da tarde. Eu estava com fome. Quando minha visão focou completamente, segurei um grito e serrei os dentes, mordendo minha lingua. Camerom estava encostado na parede do quarto, semicoberto pelas sombras, com cara de tempestade.

Meu estomago deu um solavanco e do fundo da minha garganta vinha um rosnado. Mesmo dormindo, Dec sentiu a diferença em mim, fazendo com que acordasse. Ele se pôs de pé quase imediatamente, sentindo o cheiro do lobo. Declan não estava mais nu, mas eu estava.

-O que você quer aqui? - Dec rosnou.

-Quero você longe dela. - Cameron respondeu. - A humana volta comigo.

-Ela rejeitou você publicamente. Não te quer.

-Ela não tem querer.

-HEY! Ela está bem aqui. - Reclamei. - Mas Declan tem razão, não quero ter nada com você.

-Mas vai querer. - Ele riu.

Camerom jogou um maço de papeis para Declan, que pegou no ar. Assim que abriu na primeira pagina, congelou.

-Onde você conseguiu isso?

-Tenho meus contatos.

Sem me afetar com minha nudez, levantei da cama, ouvindo a profunda inspiração que veio de Camerom. Uma parte de mim se alegrou por ter poder o bastante sobre ele para fazê-lo perder a calma.

Olhei para os papeis que Declan lia, vendo a foto impressa de um Dec mais novo e preso. Ninguem precisou me explicar para que eu soubesse que era o irmão mais novo do meu melhor amigo.

-Um mês comigo, Sky, e o garoto fica livre.

-Ela não precisa fazzer isso. - Dec rosnou. - Liam sabia muito bem o que estava fazendo e fará bem para ele pagar pelos próprios erros.

Apesar do que ele disse, eu sabia que o matava não poder fazer nada pela sua familia. Então, ao invés de recusar - como eu deveria ter feito - me peguei aceitando a oferta.

-Um mês, mas ele está fora com quinze dias. E eu exigo o mínimo de respeito em público.

-Como eu vou saber que você vai cumprir os outros quinze dias?

-Você tem minha palavra sobre meu nome. - Jurei como os transmorfos costumavam fazer. Ele não precisava saber que eu não ligava a minima para esse tipo de julgamento e ao fim de vinte dias pretendia estar correndo o mais rapido possivel na direção contraria.

Naked - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora