Runaway

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Skylar

Burra. Burra. Burra. Burra. Eu repetia mil vezes em minha cabeça enquanto corria. Já estava há alguns quarteirões do hotel, mas o medo me impelia a ir mais longe. Naquela hora da madrugada, poucas pessoas olhavam para mim, e as que olhavam , acreditavam que eu estava louca.

E devia estar mesmo. Camerom conseguiu me descontrolar. Me deixar em duvida. E eu queria ele. Parte de mim conseguia sentir o apelo do alfa que ele exercia... e um pouco mais. Algo que eu recusava a aceitar.

Agora ele me caçaria. Se não pela honra, pelo prêmio. Ou para me usar. Eu lembro o que aconteceu com minha mãe. Ela amava meu pai. Mas ele amava o que ela representava. Ele a usou. Seis tentativas de gravidez abortadas. Todos meninos com má formação. Então eu vim. E ele acreditou que havia esperança para um filho homem com magia no sangue. E a fez engravidar vez após vez até que ela preferiu não continuar.

Meu pai. Ele nunca me deu atenção até a morte dela. Ele não sabia que eu tinha herdado os genes da minha mãe. Mas depois que ela morreu eu me tornei a moeda de troca perfeita. E quando soube que ele pretendia repetir comigo o que aconteceu com minha mãe, eu fugi.

Mas a ganancia nunca atinge limites. Poder. Vida eterna. Juventude. Mesmo que ele tivesse muito poder ao meio dele, a juventude do meu pai estava indo embora aos poucos. Ele não foi agraciado com a longevidade. Ou talvez tivesse perdido isso junto com sua humanidade. A questão é: ele queria o que eu tinha.

Antes de fugir, eu ouvira sua última conversa. Como queria que eu produzisse bebês perfeitos. Para que ele os entendesse. Para que ele os estudasse. Então comecei a planejar minha fulga do palácio de cristal em que crescera. Tendo sido dócil, nunca levantei suspeitas. E então fui.

Fugi o mais longe possível, longe daqueles que deveriam me proteger. Alvo fácil para caçadores. Há vinte anos eu fugia. Consegui sobreviver, consegui despistá-los. Finalmente consegui um lugar que acreditava ser longe o bastante. Achei que finalmente havia passado tempo o suficiente. Nada nunca é o suficiente. Meu caçador só havia mudado.

Estando seminua, escolhi correr entre as sombras enquanto decidia que forma tomar e para onde seguir. Não estávamos em uma cidade costeira, mas havia uma floresta aqui perto. Se eu quisesse que ele não seguisse meus rastros, minha melhor aposta era torcer por um lago. Decidindo arriscar, fechei os olhos enquanto mudava. E então corri

Naked - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora