Já era noite quando cheguei em casa naquela sexta-feira. Estava um pouco boba pelos últimos acontecimentos. Vamos recapitular juntos: Maju me ajudou depois de tudo que fiz com ela e eu sequer havia pedido desculpas até então. De repente, transamos (?). Ok, isso era algo que eu jamais iria esperar. E, estranhamente, eu estava me sentindo mais amiga dela do que nunca, estou louca ou o quê? Terminamos a noite falando sobre outras garotas e comendo salgadinho, isso era o que eu costumava fazer com a Rafa antigamente. Falando nela...
Encontrei minha melhor amiga sentada na cama com a mesma cara de quando a deixei no ônibus, ou seja, fuck 3! Ela sequer me olhou quando fechei a porta e dei uma risadinha (sou assim, dou risada quando não sei outro jeito de descontrair).
- Quem morreu? - Típica pergunta de tia irritante. Rafa me ignorou, aquela ousada. - Ih, o gato comeu sua língua? - É, gente, só me falta um sobrinho mesmo.
Subi na cama e puxei o celular que minha melhor amiga segurava, ela nem teve tempo de reagir.
- Você não me ignora, fofa. - Provoquei na intenção de fazê-la falar, nem que fosse para me dar uns xingos, foda-se.
- Quer o quê? Um abraço? Um beijo? Uma festa de boas-vindas? - Falou irônica, cruzando os braços ao perceber que eu não devolveria o celular.
- Dispenso formalidades, é só me responder.
- Cai na real, Eduarda! Você insiste pra eu sair com você e depois me larga pra comer aquela mina? - Riu pelo nariz. - Não fode!
- Oxe, não fode você! Ainda dá tempo de sair. - Meio injusta a raivinha dela, já que ela fazia o mesmo comigo sempre. Definitivamente não entendo as mulheres, primeiro a Bife e agora a Rafa. O que eu fiz de tão ruim?
- Eu não queria sair desde o começo, acha que agora vou querer? - É, acho que não... - Não é essa a questão.
- Então qual é a questão, Rafa? - Eu realmente queria entender.
- Você nem tava falando com a menina até ontem e do nada foi dar pra ela! - Disse como se fosse óbvio.
Ok, foi bem do nada mesmo, mas ela só está brava assim porque não ligou os fatos. Foi a Maju que nos ajudou com o lance do vídeo!
- Quem disse que eu dei pra ela? - Ri, eu queria um confetezinho nessa hora, desculpa.
- A porra desse chupão no seu pescoço. - Rafa apontou de primeira.
Tinha até me esquecido daquilo. Levantei o celular para ver meu reflexo, a marca estava enorme. Soltei um "ops" acompanhado de um sorrisinho de canto.
- "Ops"?! Só isso que você tem a dizer? - Fiquei quieta. Ela queria que eu dissesse mais o que? - Tá bom então. - Rafa se levantou com tudo, indo em direção a porta. Em um reflexo rápido, agarrei seu braço, fazendo com que ela se virasse pra mim novamente.
- O que tá acontecendo, Rafaela? - Perdi a calma, sim. - O que eu fiz de tão ruim, mano? Me explica, porque não tô te entendendo mais.
- Pesquisa no Google. - A garota puxou o braço com força, fazendo com que eu tivesse que usar a outra mão para que ela não escapasse. Segurei-a de frente para mim pelos ombros e não precisei usar nada além do olhar para fazê-la falar. - Você me deixou lá sem dizer nada, me senti uma idiota. Sem contar que passei a tarde sem saber quando você ia voltar. O que custa me dar uma notícia?!
- A Maju que mandou o...
- O bilhete, eu sei. - Interrompeu. - Ouvi vocês conversando, aliás, todo mundo naquela porra de ônibus ouviu. E quer saber? Foda-se! Não gosto dela, você sabe disso desde o começo. - Nisso ela tem razão, mas ela sequer se deu ao trabalho de tentar conhecer a Maju. - Agora é só ela fazer uma boa ação que você já vai atrás igual uma cachorrinha no cio?
VOCÊ ESTÁ LENDO
GAROTA ENCONTRA GAROTA
Teen FictionDuda começou o seu primeiro ano do ensino médio com uma promessa: não se apegar. Não que essa fosse uma tarefa difícil, afinal ela nunca fez o tipo "adolescente apaixonada". O que não estava previsto, era que um simples beijo atrapalharia seus plano...