Chapeuzinho

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*** Oiiii, gente! Vocês tão bem?

Tive um pedido especial por um cap. que falasse sobre o passado de Maju. Esse não fala tanto, mas é o que deu para fazer por enquanto haha

Não é dos melhores, mas espero que gostem! ***

Adivinhem quem voltou! Eu mesma, Maria Júlia Padovanni. Incrível, né? Quando parece que tudo vai começar a dar certo, o destino te dá um chutão na cara. Já passou por isso? Diz que sim, por favor, eu nunca te pedi nada. Assim, quem sabe, eu me sinta menos azarada.

Já era praticamente madrugada e eu estava em desespero quando ouvi meu nome sendo chamado no portão. Fui surpreendida por Duda, nem me perguntem como ela chegou em casa àquela hora... Só sei que chegou.

Nós havíamos conversado brevemente pelo telefone, quando ela disse que viria me encontrar, eu não levei realmente a sério. O mais desesperador é que eu teria que explicar toda a história sobre minha mãe para ela (não, eu ainda não tinha contado tudo).

Corri para os braços de Duda, que me recebeu sem dizer uma palavra, apenas com um sutil cafuné. Quando comecei a me acalmar, já estávamos sentadas no sofá de casa, não sei dizer quanto tempo isso demorou, pois eu estava completamente fora de mim.

A dor que eu sentia naquele momento, era inexplicável. Uma mistura de tristeza, raiva e culpa. Eu sentia um aperto insuportável no peito, aquilo poderia me asfixiar de tanto que pesava.

- Onde está seu pai, Jú? - A calma e o carinho contidos na voz de Duda me tranquilizavam. Ela depositou um beijo no topo de minha cabeça, então tomei forças para falar.

- Meu pai foi na delegacia. - Expliquei. - Mandou minha irmã para casa de uma amiga. - Ainda consegui acrescentar, para que ela não precisasse fazer mais perguntas.

Duda assentiu e ficamos em silêncio por mais alguns instantes antes que ela finalmente fizesse a pergunta tão esperada.

- Quer me contar o que está acontecendo? - Foi minha vez de assentir, tomando um longo fôlego.

Não foi fácil dizer aquilo tudo para ela, aquilo que eu teria contado no dia em que ela me acusou de postar o vídeo, o mesmo que contei a vocês. A cada frase, eu pensava que não conseguiria mais segurar o choro e explodiria em lágrimas a qualquer momento, no entanto, não o fiz. Consegui me manter forte até o final.

Os meus pensamento não paravam por um milésimo de segundo sequer, torturando cruelmente o meu emocional. Deixei que todos eles vazassem em forma de palavras, era a primeira vez que aquilo acontecia em anos.

Lembrei-me de Gabriela e mais uma vez comprovei o quanto nossa relação era oposta a que eu tinha com a Duda. Uma fazia com que meus pensamentos desacelerassem, enquanto a outra fazia com que eles quisessem sair.

- Essa situação toda é demais para mim. Porra, eu tenho apenas 18 anos! - Desabafei, o que me fez pensar em minha irmã, eu e meu pai fazíamos de tudo para mantê-la fora dessa confusão.

Duda me ouviu calada e de forma paciente. Devo admitir que a reação da garota me surpreendeu, não havia pena em seu olhar, não havia medo, nem desespero, apenas compreensão. Era disso que eu precisava.

- Sabe, uma vez eu ouvi alguém dizer que a gente não passa por nada que não possa suportar.

- Você sabe que isso não é verdade, Duda. - Abaixei a cabeça, pensando em como minha própria mãe não suportou a morte de um filho.

GAROTA ENCONTRA GAROTAOnde histórias criam vida. Descubra agora