Sanduba da Duda

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*** Olarrrrr! Direto pro cap hj? Mas pfv LEIAM AS NOTAS FINAIS! ***

Por incrível que pareça, quase um mês se passou e Sant nada disse a respeito do bilhete, será que ele tinha lido?! Eu não contei a verdade a Bife, sabia que ela surtaria caso soubesse que ele descobriu alguma coisa. Eu não estava realmente tão preocupada, sabia que o menino não poderia fazer nada de muito grave com o conteúdo daquelas mensagens, ele não era louco o bastante para isso.

Rafa e eu não estivemos distantes como pensei que estaríamos, na verdade passamos todos esses dias conversamos como boas amigas, nada além disso, nada que fosse possível de comparar com a nossa relação de amizade anterior... Eu não fazia a menor ideia, por exemplo, do que ela estaria fazendo naquele fim de tarde de sábado, talvez estivesse em algum role com a tal Isabela, talvez estivesse enfurnada dentro da própria casa. Já eu estava passeando com Abraham, que, mesmo ainda sendo tão filhote, conseguia fazer uma quantidade absurda de cocô, sem contar que era um mijão e tinha energia para morder e revirar a casa inteira.

A praça em que estávamos era a mesma em que encontrei Maju no dia em que ela me levou para fazer minha primeira tatuagem. "Permita-se". As vezes eu nem me lembrava de que aquela palavra estava eternizada em meu corpo. Passei os dedos com leveza em minha clavícula, como se pudesse, através daquele simples toque, sentir as letras ali escritas.

- Licença, - Sobressaltei ao sentir alguém encostar em meu ombro. A voz doce e feminina fez uma pausa, parecendo insegura em continuar a falar. - Desculpa, é que... Eu estou esperando uma pessoa e pensei que pudesse ser você.

MEU DEUS DO CÉU, NOSSO SENHOR, PAI AMADO, ABENÇOA! Posso ser essa pessoa, posso ser o Papa, posso ser quem ela quiser! Que mulher mais linda! Não, sério, pensa numa beleza exuberante, multiplica por dez, depois soma oito... Então, é ela, a menina da praça, a menina que ganhou meu coração com um simples "licença". Eu estava amando minha nova forma de ser, mas as vezes a carne é fraca!

- Nossa, que mal educada que eu sou, nem me apresentei... - Ela levou a mão à cabeça como se tivesse se esquecido de algo muito importante. Eu apenas observava sua boca mexer, parecendo, para mim, um filme em câmera lenta. - Meu nome é Mislene.

- Milene... - Repeti aquele lindo nome, feito um homem enfeitiçado pelo canto gracioso e mágico de uma sereia, degustando cada letra, cada sílaba, cada som...

- Ahn... Na verdade é Mislene. Com um "s". - Corrigiu.

- "S"... - Repeti e ela confirmou com a cabeça. - Eu adoro a letra "s"... É a minha favorita. - Ok, sendo bem sincera, eu quase nunca lembrava que aquele símbolo esquisito em formato de cobrinha existia no alfabeto.

- Você é estranha, gostei! - Ela riu, e que riso mais encantador, seus dentes brancos feito pérolas vindas do oceano... - Pode me chamar de Mig, é mais fácil.

Senti uma babinha escorrer por minha boca entreaberta. Aquilo só podia ser amor a primeira vista. É, é isso, é oficial: Eu amo a Mig.

- Alô, menina estranha... Reaja! - Pediu, passando a mão repetidas vezes em frente ao meu rosto, mas eu estava hipnotizada demais por seus olhos castanhos que carregavam o brilho de todas as estrelas do céu. - AH! SEU CACHORRO TÁ FAZENDO XIXI NO SEU PÉ! - Gritou, forçando-me a sair do estado transe.

- ABRAHAM! - Bradei com o filhote.

- Saúde!

- Eu não espirrei, Abraham é o nome dele. - Informei.

- Nossa, e eu achando que minha mãe que gostava de nomes estranhos...

Na realidade o filhote não estava urinando em mim, ele estava mais ocupado rolando na grama, aquilo havia sido apenas uma forma esperta que Mig encontrou de me fazer voltar para a vida real. Além de tudo era inteligente... Ah, que mulher perfeita!

GAROTA ENCONTRA GAROTAOnde histórias criam vida. Descubra agora