É da Duda que a gente tá falando?

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*** Uma att rapidinha pra dar uma animada! ***

Eu não acreditei no que havia feito. Eu tinha mesmo recusado duas gostosas? Tinha recusado minha primeira chance (possivelmente única) de participar de um ménage? Duda, que porra está acontecendo com você?

Passei as mãos nervosamente pelos cabelos, recostando a cabeça na janela do carro enquanto minha mãe, que dirigia, me passava o maior sermão. Eu não estava conseguindo prestar atenção em nenhuma das palavras dela, eu apenas continuava perplexa com os últimos acontecimentos.

A cena de Maju e Gabi afastando-se de mim se repetiu várias vezes em minha memória, como se eu estivesse novamente na sala pequena e abafada do apartamento. Eu podia sentir até o cheiro forte do local e relembrar a música que tocava ao fundo de forma a fazer minha mente se sobrecarregar ainda mais. Eu não sabia se o pânico que me atingiu era um efeito das substâncias que ingeri ou se era meu psicológico falando mais alto.

- O que aconteceu?! - Gabi havia questionado quando pedi que elas parassem o que estavam fazendo.

Balancei a cabeça negativamente várias vezes, tentando manter a calma.

- Posso conversar com você? - Direcionei-me à Maju, que pareceu estranhar a pergunta.

Ela e a namorada trocaram alguns olhares antes que Gabi se levantasse, pegando sua blusa do chão e seguindo em direção ao quarto. Maju permaneceu imóvel até que estivéssemos completamente à sós.

Ela se levantou do chão, onde estava sentada até então, e veio ao meu lado parecendo preocupada, suas mãos foram instintivamente parar em meus cabelos, iniciando uma leve carícia como forma de me passar conforto. Eu mantive minha cabeça baixa, sentindo-me um tanto exposta por estar seminua naquela situação constrangedora. Eu nunca havia passado por nada parecido. Abri a boca, mas as palavras não saíram, eu não sabia o que eu queria dizer.

- Você lembrou dela, né? - Maju, então, foi quem quebrou o silêncio, sussurrando como se aquilo fosse um segredo ao mesmo tempo que me lançava um olhar extremamente compreensivo.

Assentir com a cabeça foi tudo o que consegui, sendo logo envolvida em um abraço afetuoso.

- Ela não sai da minha cabeça, Ju... - Lamentei baixinho. Eu não me sentia triste ou com vontade de chorar, eu me sentia... Vazia. - Eu pensei que conseguiria, mas não dá.

A morena se distanciou um pouco só para poder encarar meus olhos, buscando uma explicação em minha expressão. Ela tinha as sobrancelhas levemente franzidas e ainda não havia se soltado de mim.

- Quer dizer... O sexo? - Perguntou um tanto insegura.

- O sexo, o álcool, a maconha... Eu pensei que isso me faria superar. - Ela continuou a fitar meus olhos, mostrando estar entendendo. - Eu não vou mentir, dizer que não queria fazer isso com vocês. Eu queria. E teria feito caso acontecesse um mês atrás, mas hoje... - Abri e fechei a boca sem encontrar as palavras certas para me expressar.

- Se sente culpada? - Perguntou tranquilamente.

Sim, eu me sentia culpada. Eu sentia que, mais uma vez, estava fazendo merda, agindo sem pensar, importando-me apenas comigo mesma. Eu sentia como se aquilo fosse uma traição, mesmo eu já não estando mais com Rafa.

Encontrei a resposta para essa pergunta de Maju apenas quando já estava ali, no carro de minha mãe, debruçada sobre a janela.

- ...E você pensa que não, mas eu sei como você está se sentindo, isso não é motivo para você voltar para casa assim, aérea e fedendo à maconha. - Minha mãe dizia ao fundo com a voz tremula. Ela havia desandado a falar desde que me pegou na casa de Gabi e, até então, eu não havia prestado atenção em uma palavra sequer. - Eu pensei que tivesse te educado. Sempre te apoiei e estive ao seu lado, nunca achei que você teria a coragem de me decepcionar desse jeito...

GAROTA ENCONTRA GAROTAOnde histórias criam vida. Descubra agora