*** Eta, voltei já! Bora conversar lá no final, leiam que é importante, hein! ***
Levar Maria Clara até meu carro foi um grande sufoco, vários amigos bêbados me pararam enquanto eu tentava cair fora da festa, todos pedindo para que eu não fosse embora, e Clara começava a falar coisas sem muito sentido, as vezes citava um tal de Gustavo, que julguei ser o namorado dela. Quando finalmente entramos no carro, ela cruzou os braços feito uma criança emburrada, seu humor estava uma montanha-russa.
- Não vou pra sua casa. - Murmurou.
- Então vai dormir na rua? - Perguntei enquanto dava partida.
- A rua é mais segura. - Deu de ombros.
- Seria, se não existisse uma coisa chamada "homens". - Ironizei.
- O Gustavo é homem e não sai me agarrando igual você faz. - Acusou.
- E quando foi que eu te agarrei, Maria Clara?! - Alterei-me, irritada, um pouco pela comparação e MUITO pela distorção dos fatos.
- Agarrou. - Repetiu apenas.
- Aceita que você quis me beijar. - Revirei os olhos. - Nem vem querer manipular a história pra tentar se sentir menos culpada.
Ela bufou, fez um bico quase cômico e olhou pela janela, evitando-me. Preferi não dizer mais nada ao longo do caminho, minha cota de paciência estava acabando, o que é bem raro, mas vamos combinar... Tudo tem limites.
- Chegamos. - Falei, por fim, ao estacionar.
Livrei-me do cinto de segurança e esperei que Clara fizesse o mesmo, mas ela simplesmente abriu a porta e tentou sair do jeito em que estava. O cinto deu um tranco pela força com que ela se levantou, fazendo-a quase ser jogada para trás. Não deu para não rir.
- Mas que merda! - Praguejou a menina, puxando e apertando com raiva o objeto que a prendia, como se ele pudesse entendê-la. - Me larga!
- Você sabe que tem que apertar o botão, né? - Eu disse entre gargalhadas. Ela pareceu confusa, olhou para baixo e apenas encarou o botão vermelho que soltava o cinto. - Aqui ó: - Parei de rir, fiquei com dó. Inclinei-me levemente em sua direção e apertei o botão. - Tcharan! Está livre! - Comemorei, voltando a rir.
Clara sorriu feito uma criança travessa, então encaixou o cinto novamente, deixando-me um tanto sem entender. Novamente ela apertou o botão, abrindo um sorriso ainda maior. E encaixou, e tirou, encaixou, tirou, encaixou tirou... Várias vezes seguidas e muito rapidamente. Ela parecia achar muita graça naquilo... Tadinha, é boba.
- Tudo bem, já chega! - Ri, levando no bom humor, precisando segurar sua mão para fazê-la parar.
- Nossa, sua pele é macia. - Distraiu-se com a textura da palma de minha mão, passando a acariciá-la. - Você passa creminho?
- Creminho? - Repeti, sem saber se ela estava tirando sarro ou falando sério. Ela apenas assentiu com a cabeça, parecendo fascinada com minha pele. - Não, só água e sabão mesmo.
- Uau! - Levou minha mão até sua bochecha, esfregando-a sobre o local de forma quase compulsiva. - Eu queria morder!
- Você não tá normal. - Conclui em voz alta, puxando minha mão antes que aquilo se tornasse ainda mais bizarro. - Vamos entrar. - Sugeri.
- Espera! - Quase gritou. - Por que os gatos miam?
Revirei os olhos e sai do carro para buscá-la do outro lado. Segurei suas mãos com cuidado e a ajudei a levantar.
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GAROTA ENCONTRA GAROTA
Teen FictionDuda começou o seu primeiro ano do ensino médio com uma promessa: não se apegar. Não que essa fosse uma tarefa difícil, afinal ela nunca fez o tipo "adolescente apaixonada". O que não estava previsto, era que um simples beijo atrapalharia seus plano...