Jingle Bell I

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*** Cheguei! Deixem o like, o coment e... Sem enrolação!

Bora pro cap! ***

Talvez Rafa não tivesse, de fato, superado tudo o que aconteceu entre a gente. Aquele dia no teatro só serviu para aumentar minhas dúvidas com relação a esse assunto, eu não tinha certeza se ela tinha segundas intenções nas coisas que dissera, mas eu decidi levar na esportiva e respondê-la naturalmente. Acabamos entrando em uma discussão, comprando beijar com andar de bicicleta... Todos dizem que, uma vez que você aprende a pedalar, você jamais esquece, e Rafa alegou acreditar que o mesmo valia para os beijos. Eu pensava diferente... Beijar, para mim, sempre esteve ligado a uma questão de prática, portanto, se você não pratica, acaba desaprendendo. Esse debate acabou se estendendo, saímos do teatro ainda tentando decidir quem estava certa e buscando apresentar argumentos consistentes para justificar nossas opiniões, mas, no final, não tivemos nenhuma vitoriosa, apenas nos divertimos como nos velhos tempos, falando sobre coisas tolas. Diante disso, eu já não sabia decifrar as pretenções de Rafa, afinal ela havia agido de forma bastante espontânea, mesmo depois de eu não ter correspondido ao seu possível flerte.

A partir daquele mesmo dia, nossa amizade se reconstituiu de forma assustadora, retomamos grande parte da liberdade que tínhamos uma com a outra, voltamos a conversar diariamente e compartilhar memes. Rafa inclusive foi até minha casa algumas vezes naquela semana para estudarmos juntas, eu estava mesmo levando a sério a ideia de ganhar os fardos de cerveja! Nosso comportamento não foi diferente do dia no teatro, nos divertimos, brincamos, conversamos, fizemos piadas e, em alguns momentos, eu não conseguia decidir se Rafa estava sendo amigável, se ainda nutria algum sentimento a mais por mim ou se só tinha a necessidade de que eu voltasse a correr atrás dela.

Quando o final de semana chegou, eu ainda não havia descoberto qual era o conteúdo da apresentação da garota no evento da escola, eu só sabia que não poderia perder aquilo por nada! A curiosidade me fez chegar no colégio um tanto mais cedo do que deveria, quando ainda tinha poucas pessoas da minha idade no local, que já estava perfeitamente decorado com o tema das festividades de final de ano, tendo pisca-piscas espalhados por toda parte.

A noite estava começando e as apresentações infantis estavam terminando, enquanto isso aproveitei para ir comer, já que a escola oferecia doces e salgados deliciosos por um preço razoável. Aos poucos, adolescentes de idades mais próximas à minha começaram a chegar, ainda assim, eu não tinha nem sinal de Rafa, Maju, Bife ou Mig... Ah, pois é, quase me esqueci de contar! Já que o evento era livre, eu acabei convidando Mig, a moça da praça, afinal conversamos bastante durante a semana.

Algumas meninas paravam para puxar assunto comigo conforme a festa se enchia, e eu provavelmente já havia ficado com a maioria delas em algum momento da minha vida... Muitas nutriram paixões platônicas por mim, muitas eu nem me dei ao trabalho de conhecer, mesmo que fossem super gentis, outras eu sequer lembrava o nome. Notei, naquele dia, o quão superficial eu costumava ser... Eu havia tratado grande parte daquelas meninas como um número em minha lista, uma conquista sem importância... Eu poderia ter dado mais atenção a elas e, com certeza, teria aprendido coisas incríveis!

Sentei na ponta da escada que ficava mais próxima à entrada do evento, observando cada um que chegava. Matheus foi o primeiro a me chamar atenção, ele estava sozinho e bem arrumado, no entanto eu sentia nojo só de olhar para seu rosto. Isabela entrou logo em seguida, usando uma saia bastante curta e parecendo procurar por alguém. Não muito tempo depois, Santiago apareceu sorridente com alguns amigos, expondo seus dentes brancos e usando um boné que deixava à mostra apenas as pontas de seu cabelo ruivo, o qual ele vinha deixando crescer. O menino me cumprimentou com um pequeno aceno e eu me dei ao trabalho apenas de lançar-lhe um sorrisinho falso e forçado, desejando que ele nem estivesse ali. Foi então que, finalmente, vi uma morena linda entrar pela porta, o que me fez dar um pulo, colocando-me em pé e correndo até ela.

GAROTA ENCONTRA GAROTAOnde histórias criam vida. Descubra agora