Transição

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*** Oi, galeris!
Desculpem-me o tempo ausente, estou com um imenso bloqueio, mesmo sabendo onde quero chegar. Faz parte, né? Kkkk
Perdoem também o cap. curtinho, ele é, de fato, uma transição. Preferi fazer algo mais compacto, pra não ficar chato e enrolado kkkkk
Os próximos estarão melhores!
Comentem aí e é noixxxxxxx ***

Acordei sem saber quanto dormi, eu sentia um peso ao meu lado indicando que Rafaela ainda estava ali. Espera... Era tudo real?

Ai, meu Deus! Eu transei com a minha melhor amiga.

Virei-me para para me certificar do que havia acontecido e vi o corpo de Rafa completamente nu, assim como o meu. Como pude deixar aquilo acontecer?

Levei a mão a testa com mais força do que pude calcular, causando um estralo, quase um tapa.

Que merda! Não era para termos chegado a esse ponto, alias, nem ao ponto do beijo na festa. Eu devo gostar de me foder mesmo, né?

Os olhos da garota ao meu lado se abriram devagar, ela estava virada para mim e esboçou um leve sorriso ao me ver. Após alguns segundos ela deu um "Oi" silencioso, apenas mexendo a boca, mas não deixando escapar nenhum som. O sorriso dela continuava ali. O que isso quer dizer?

A noite foi maravilhosa e mais longa do que eu imaginava que poderia ser, acabei até esquecendo que a Rafa era A RAFA. Ela não é qualquer amiga. Não é aquela crush disfarçada de amiga. Ela é minha MELHOR amiga desde pequena.

Como eu deveria agir agora? Fingir que não aconteceu? Fingir que não acho esquisito? Admiro quem sabe tacar o foda-se em uma situação dessas, porque o máximo que consigo é isso: apenas fingir. E foi assim que passei o resto do dia, conversando como se nada tivesse acontecido. Na verdade, passei a semana toda assim...

Eu estava feliz em ver a melhora de Rafaela, ela até voltou a ir para o colégio, mas seus pais ainda não haviam dado sinal de vida.

Tentei esquecer um pouco a história do vídeo, entretanto, Maria Clara continuava empenhada  em descobrir o culpado. Ela passou a semana toda tentando descobrir o tal ID do computador que postou aquilo, mas sem sucesso. Para ser sincera, eu não tinha mais esperanças naquilo.

O pé atrás com Maju voltou assim que o choque causado por nossa briga passou. Ela poderia ter mentido no carro, afinal, a gente não se conhecia tão bem quanto eu pensava. A morena sequer olhou para mim ao longo dos dias que suscederam aquele episódio. Ela parecia realmente chateada com minha suspeita sobre ela, mas qual é? O que ela esperava? Eu nem tinha feito nada de tão ruim assim, foi só uma suposição, não é? Eu não errei e vou repetir isso até eu mesma acreditar.

Ah, além de não me olhar, acho que a Maju me bloqueou no Whats, sua foto não estava mais lá. Achei um tanto exagerado e devo confessar que estava sentindo falta dela, principalmente das conversas no ônibus.

Quase um mês se passou até aquilo começar a me enlouquecer. Eu odiava saber que Maju estava com raiva de mim, eu odiava que um vídeo tão estupido tivesse estragado tantas coisas importantes. A maior parte da escola já tinha esquecido aquele assunto e eu só queria que Maria Júlia esquecesse também.

Entrei no ônibus decidida a tomar alguma atitude, ser ignorada daquela forma não estava mais nos meus planos. Puxei o fone da orelha da garota, fazendo-a se assustar. Deu para notar que ela não esperava aquilo... Nem eu mesma esperava.

- Já chega. - Falei firme. Graças a Deus tinha pouca gente no ônibus, senão minha vergonha estaria ainda maior agora. - Não tem porque você continuar assim.

- Assim como? - Falsa ingenuidade me irrita.

- Para de se fazer de desentendida e para de me ignorar.

- O que esperava que eu fizesse depois do que me falou? - Questionou sem nem respirar, mantendo o tom de voz bem equilibrado, ao contrario de mim. Maju estava fria, logo ela, que sempre foi tão intensa.

- Esperava que essa sua dramatização fosse passar. É ridículo. - Ok, juro que não era nada disso que eu planejava dizer.

- Dramatização?! - Riu parecendo não acreditar no que eu dizia. - Você sequer me pediu desculpas, Duda. - Senti um pingo de tristeza em sua voz, que me trouxe um certo alívio, era melhor do que indiferença. - Agora vem aqui dar esse show no meio do ônibus, não são nem 7 horas da manhã. - Balançou a cabeça negativamente. - Quer que eu ache isso legal? Acha que fazer o que está fazendo vai ajudar? - Foi aí que senti a primeira pontada de vergonha, o que só cresce a cada vez que penso no que fiz. - Você é infantil pra caralho.

- Eu? Olha pra você! - PORQUE VOCÊ DISSE ISSO MARIA EDUARDA?! Maju até abriu a boca para dizer algo, mas acabou se calando, mantendo a boca entreaberta. Ela riu pelo nariz e pude perceber que colocava a língua em um lado da bochecha, mas não identifiquei se estava desacreditada, chocada ou ofendida. Ela esbarrou em mim com força para sair do assento e puxar a cordinha do ônibus. - Onde vai? - Não obtive resposta. O ônibus parou e Maria Júlia andou até a porta. - Ótimo! Vai fugir de novo. - Minha voz ficou tremula. - Eu precisava de você... - Não sei se a garota pôde escutar, pois nesse momento ela desceu em um ponto desconhecido para mim.

GAROTA ENCONTRA GAROTAOnde histórias criam vida. Descubra agora