Cara no Sol

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*** Oiii bonecxs! Turubommmm?

Vamos naquele esquema diferentão esse cap.?! Deixem nos coments se querem mais POVs diferentes ou se preferem só a Dudinha.

Bora lá! Não deixem de ler a nota final, vai ter perguntinha! ***

Encarei a casa do outro lado da rua, eu estava completamente anestesiada pelo álcool. Como cheguei até aqui? Olha, não me perguntem... Eu sequer sei o que foi que eu bebi, mas diria que é algum tipo de coragem líquida.

Meus dedos formigavam incessantemente e eu tinha dificuldade para manter o equilíbrio. Eu não sabia que horas eram, nem a quanto tempo estava parada ali, mas sabia que o velho Civic na garagem indicava que meus pais estavam em casa.

Eu não os via há meses e sequer falava sobre eles. Ninguém me perguntava, também. Mas eles continuavam ali, em algum lugar da minha mente, por mais que eu tentasse escondê-los.

Curioso pensar sobre esse nosso modo defensivo, não é? Quer dizer... Eu vejo isso o tempo todo, sabe? Casamentos acabados, traições óbvias, paixões malucas, sexualidade... Quanta coisa não tentamos esconder até de nós mesmos? E acho que a grande questão é: por quanto tempo podemos fingir que alguma coisa simplesmente não está acontecendo?

Respirei fundo, tentando dominar meus próprios pensamentos, eles estavam impossíveis ultimamente. Dei um passo bambo e hesitante pra fora da calçada, o que eu pretendia fazer ao certo?

Quando senti que meus dois pés já estavam sobre o asfalto, tomei coragem em forma de passos apressados até o outro lado da rua, onde meu braço foi envolvido por algo quente que me impedia de ir até o portão de casa. Virei-me por puro instinto e fui repentinamente amparada por um abraço.

- Me perdoa. - Aquela voz eu reconheceria em qualquer lugar, mesmo que 60 anos se passassem.

Deixei que minha cabeça caísse sobre o peito de Duda, só então percebi que eu estava chorando.

- Eu sou mesmo uma idiota que sempre faz tudo errado. - Culpou-se.

Balancei a cabeça negativamente, sem conseguir organizar meus sentimentos. Duda apoiava sua cabeça sobre a minha pela primeira vez da qual posso me lembrar. Ela era baixinha demais para conseguir fazer isso com frequência.

- Droga, Rafa! Eu sinto muito. - A garota parecia não conseguir encontrar as palavras certas para se expressar.

- Eu sei. - Murmurei de forma praticamente ininteligível por conta do choro. A sensação de segurança que aquele abraço me trouxe, pagaria toda a briga que tivemos.

- Eu juro, posso errar com todo mundo nessa porra de cidade, mas não com você. - Duda me segurou pelos ombros, fazendo com que eu me afastasse um pouco. - Com você não dá.

A garota encarava meus olhos, suas sobrancelhas levemente franzidas, eu diria que ela estava a ponto de chorar também. Senti que meu coração poderia sair pela boca e meu estômago se revirou completamente, talvez por conta da bebida. Eu sabia que ela estava sendo sincera.

Repentinamente Duda começou a estalar os dedos, cantarolando um ritmo familiar sem abrir a boca e, aparentemente, tentando se lembrar da letra.

- Por quê? Por quê? - Transformou seu canto em frases desafinadas, enquanto eu me esforçava para reconhecer a música. - Neném sem chupeta, Romeu sem Julieta, sou eu assim sem você... - Minha expressão, ainda um tanto chorosa, se transformou em riso. Não deu para evitar, dei um empurrãozinho no ombro de Duda.

- Você é cafona! - Ri, tentando limpar os olhos, que deveriam estar manchado pelo rímel.

Afinal, como a Duda foi parar ali? Bom... Não sei nem o que eu mesma estava fazendo lá.

GAROTA ENCONTRA GAROTAOnde histórias criam vida. Descubra agora