And things were all good yesterday
But then the devil took your breath away
And now we're left here in the pain
Black suit, black tie, standing in the rain
And now my family is one again- Afire Love; Ed Sheeran
P.O.V Lívia Cooper
Abro a porta de casa ainda cambaleando um pouco, acho que exagerei um pouquinho na bebida hoje, só um pouco mesmo.
Ao entrar em casa encontro o diabo... Ops, minha mãe sentada no sofá com um olhar rígido direcionado a mim. Oh não, espero que ela não venha com reclamações agora, eu estou muito bêbada para isso.
- Lívia Cooper, onde você estava até essa hora?- puta merda, chamou pelo nome completo, já sei que tô ferrada.
- Aí mamãe, fica calma, só estava me divertindo.- falei inocentemente.
- Se divertindo Lívia? Sinceramente, eu não aguento mais isso, toda vez é a mesma coisa, por que você não pode ser como aquelas meninas da sua escola? Daria de tudo para poder ter uma delas como filha.- falou irritada já se levantando do sofá.
- Desculpa mamãe, mas essa sou eu, você tem que aceitar.- fingi que não me importava com o que ela falou, ultimamente é só isso que eu faço, finjo.
- Essa conversa não acabou, já não basta você ter me tirado o meu filho e o meu marido de mim, quer tirar o meu sossego também? Desde que você nasceu minha vida é um inferno, você não pode ter saído de mim.- aquilo doeu mais que milhares de facas sendo cravadas no meu coração.- você é um desgosto para mim, eu não te suporto mais.- cuspiu as palavras na minha cara. Engoli o choro.
- Então parece que estamos kits não é mesmo?!- sorrio amargo indo em direção a escada.
- Amanhã você sairá desta casa.- parei o meu caminho me virando em direção a ela.- te matriculei em um colégio interno, você começará a estudar amanhã, não aguento mais ter que olhar na tua cara.- não falei nada apenas subi as escadas correndo.
Entrei no meu quarto e bati a porta com força, sempre dói bastante quando as pessoas jogam na minha cara a morte do meu irmão, eu sei que foi minha culpa porra, eu sei que sou imprestável, eu sei que não sirvo para nada, e eu sei que sou o motivo do meu pai ter se suicidado.
Eu só queria que alguém me entendesse, eu não pedi para ser um erro, eu não pedi para vim ao mundo, eu não queria ser uma assassina. Vou até o banheiro e abro a gaveta da bancada tirando de lá a caixa de primeiro socorros, abro ela e de lá tiro minha velha e companheira lâmina.
Me sento no canto da parede e puxo a manga do moletom revelando os meus pulsos com cicatrizes ainda recentes, cada corte que tem ali significa alguma coisa, todos são dores, só que as dores são iguais aos cortes, uns mais profundos que os outros.
Posicionei o lâmina no pulso e fiz o primeiro corte, senti meu corpo descansar quando senti o ardor, fiz o segundo corte e assim sucessivamente até sentir minhas forças irem embora. Olhei para o meu pulso e encarei aqueles cortes recém feitos, não me sinto melhor, só me sinto ainda mais vazia, por que eu ainda continuo fazendo isso? Por que eu ainda continuo me destruindo?
...
O carro para e eu olho através da janela meu novo lar, e até que não é tão feio como eu pensava, é bem agradável, um prédio grande de cor clara com muros ao seu redor, deve ter muitos quartos aí dentro.
Saio do carro e vou até o porta-malas pegar minhas bagagens, ajeito o meu moletom escuro no meu corpo e espero minha mãe sair do carro para podermos entrar. Ela finalmente saí com um batom vermelho que não estava antes nos lábios, o grande portão se abre e um senhor vestido em um terno preto vem caminhando na nossa direção.
- Senhora Cooper.- ele cumprimenta minha mãe com um aperto de mão.- você deve ser Lívia Cooper.- me olhou de cima abaixo.
- Sim, essa é minha filha.- mamãe falou na minha frente.
- Seja bem-vinda a nossa escola Lívia.- ele fala com cara de poucos amigos.
- Isso é uma escola? Achei que fosse um presídio.- falei no mesmo tom.
- Lívia, onde estão os bons modos?- minha mãe me repreendeu.
- No meu orifício anal.- o diretor arregala os olhos.
- Pois bem, é melhor ir entrando, não se preocupe dona Laura, colocaremos sua filha no caminho certo.- veio até o meu lado.- vamos querida?
- Claro querido.- falei sarcástica.
- Tchau Lívia, quando eu tiver tempo venho lhe ver.- minha mãe acenou.
Quando eu tiver tempo eu venho lhe ver. Ou seja, nunca.
Pego minhas malas e começo a caminhar em direção ao internato, eu realmente achei que iria ficar mais revoltada ou algo desse gênero, mas só o fato de não ter que viver mais naquela casa me alivia bastante, não precisarei mais escutar os insultos da minha mãe, nunca pensei que iria preferir isso aqui do que o meu próprio lar.
- Lívia, quero que saiba que aqui as regras são bastantes rígidas.- opa querido, já está começando a mostrar sua verdadeira face?- as aulas começam às 07:30, se chegar atrasada só entrará na próxima, temos seis aulas por dia que vão até o meio-dia, o resto do dia será para os alunos estudarem e fazerem trabalhos ou atividades extracurriculares. Os meninos não podem ir para a ala feminina e nem as meninas para a ala masculina, o dormitório é dividido por duas pessoas do mesmo gênero, o refeitório serve café da manhã, almoço e jantar, mas sempre estará aberto caso queira ir comprar algum lanche...- lhe interrompo.
- Ok, já acabou?- perguntei cansada.
- Sim, o número do seu quarto é esse.- me deu um folheto.- aí também está todo o cronograma das suas aulas, seja bem-vinda.- parou num corredor.- daqui você já pode seguir sozinha, até mais.- entrou numa sala sem esperar minha resposta.
Olhei em volta daquele enorme colégio, tem vários armários no corredor, pessoas andando sem parar, janelas de vidro amplas e várias portas. Que eu não fique perdida, que eu não fique perdida.
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Oi coalas, tudo bom com vocês?
Para quem não me conhece me chamo Myllene, mas vocês podem me chamar como quiserem.
Bem, esse livro está na minha cabeça a muito tempo e eu sempre quis escrever um livro que falava sobre automutilação e finalmente eu comecei a escrever.
Tentarei postar um capítulo por dia todos os dias, TENTAREI, pode ter dia que eu esteja uma merda e não queira postar? Sim, pode, mas eu sou bem rígida com essas coisas de calendário e tentarei obedecê-lo.
É só isso mesmo, a quem já é leitor antigo, obrigado por está me acompanhando em mais uma obra, amo vocês ♥
Até amanhã, bjundas para vocês ;*
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Uma Louca No Internato
Teen FictionLívia Cooper sempre foi uma adolescente normal, aos 17 anos ela deveria está vivendo como todos os jovens da sua idade, mas uma tragédia interrompe sua juventude. •Plágio é crime. Crime de Violação aos Direitos Autorais no Art. 184 - Código Penal, q...