Skies are crying, I am watching
Catching teardrops in my hands
Only silence as it's ending
Like we never had a chance
Do you have to make me feel like
There is nothing left of me?- Skyscraper; Demi Lovato
P.O.V Lívia Cooper
- Sabe, está tudo uma bagunça, eu queria que você estivesse aqui, tenho certeza que você iria ter um ótimo conselho para me dá- falei brincando com a rosa que estava na minha mão- eu ainda não sei o que aquele babaca do time estava falando de mim, mas é melhor realmente não saber, como você sempre me dizia, a opinião dos outros não devem ser tão relevante, mas o que mais me assusta é a presença constante do Gustavo na minha vida- encarei aquele túmulo e passei a mão em cima da lápide lisa- eu ainda tenho medo de deixar as pessoas se aproximarem de mim, o ser humano é tão terrível, sempre trapaceando, colocando as pessoas para trás, traindo...- suspirei deixando algumas lágrimas caírem- mas eu acho que ele será um bom amigo, nos conhecemos a pouco tempo e ele já até me defendeu, acho que eu preciso seguir em frente, conhecer pessoas novas, enfim, passar a ter confiança no próximo- limpei minhas lágrimas com a manga do moletom.
- Desculpe senhorita, nós vamos fechar para o almoço- o zelador do cemitério me avisou.
- Me dá só mais cinco minutinhos para ir visitar outra cova- pedi. Ele suspirou e assentiu dando meio volta- tchau maninho, irei visitar o papai- passei a mão na sua foto me levantando do chão e caminhando até a cova do meu pai que não ficava tão longe- Oi papai- falei beijando sua foto- não poderei ficar muito tempo, o zelador está com fome, só vim dizer que estou com saudades, eu te amo muito, nunca se esqueça disso.
Suspirei pesado e comecei a caminhar em direção a saída, nunca pensei na minha vida que fosse preferir ficar dentro de um cemitério do que em outro lugar, aqui estão as duas pessoas mais importantes da minha vida, as únicas duas pessoas que podem ser minha salvação.
...
Passei pelo grande portão do internato e caminhei distraída olhando para o meus pés, passei pela outra porta que agora já levava para dentro das dependências daqui. Andei mais um pouco mas fui interrompida por o corpo de outra pessoa indo contra o meu e as coisas dessa pessoa foi para o chão.
Me abaixei apressadamente para pegar suas coisas que no caso são livros, ele se abaixou também, atrapalhadamente tentávamos pegar os livros ao mesmo tempo, levanto meu olhar e vejo que era o Gustavo, se eu soubesse nem tinha me abaixado para ajudar.
- O que é isso?- ele perguntou segurando meu pulso que estava descoberto.
Acho que no meio da confusão de mãos para pegar os livros, a manga do meu moletom se levantou deixando meus cortes expostos, mas a questão não é essa, o Gustavo descobriu uma coisa que eu sempre escondi de todo mundo, e agora, o que eu vou dizer? Um gato me arranhou? Eu caí? Eu posso dizer que ele está vendo coisas e que não tem nada no meu pulso. Aí meu Deus, nada disso vai dá certo, ele irá me julgar, como todos me julgaram, eu não quero perder meu único amigo.
- Huh... Eu... Uh... Então...- me atrapalhei com minhas próprias palavras.
- Por que você faz isso Lívia?- ele me puxou me tirando do caminho dos outros.
- Você não vai entender, ninguém entende- puxei meu braço.
- Claro que eu vou te entender, nós somos amigos, você pode contar comigo para tudo- encarei o seu rosto que estava totalmente sem expressão, aquilo me assustava.
- Eu prefiro não contar meus motivos- segurei meu braço esquerdo com o direito. Óbvio né Lívia sua burra.
- Olha, independente dos seus motivos, quero que se lembre que você não precisa fazer isso consigo mesma, se precisar desabafar eu estarei aqui, serei seu ombro amigo, mas por favor, me prometa que nunca mais irá se mutilar- pelos seus olhos eu podia ver que ele estava implorando por uma resposta positiva. Ele é meu amigo, eu não quero perdê-lo, mas também não quero fazer uma promessa e mais tarde não cumprir.
- Eu prometo- falei sentindo um nó na minha garganta.
- Você pode contar comigo sempre- me abraçou encostando seu queixo na minha cabeça.
Demorei um pouco mas retribuí o abraço encostando minha cabeça no seu peito, de um tempo para cá eu estou começando a me acostumar com a idéia do abraço, a Mia sempre está me abraçando, a Meghan me abraçou, o Gus está me abraçando agora, não quero que isso se torne algo banal, quero isso se torne algo que eu só faça com alguém que realmente confie.
- Eu tenho que ir...- falei me separando dele.
- As coisas não vão ficar estranhas entre nós né?- segurou minha mão.
- Não, claro que não- balancei a cabeça várias vezes. É óbvio que as coisas vão ficar estranhas.
- Então tá bom- sorriu- eu estava indo no jardim fazer uns exercícios que estão atrasados, eu penso melhor no ar livre.
Eu e o Gustavo sozinho por minutos logo após ele ter descoberto que eu me corto? Por que será que isso parece uma má ideia? Eu me sinto mal por ter prometido uma coisa que eu não tenho certeza que irei cumprir, eu sempre falei que sinceridade tem que vim em primeiro lugar e olha eu agora, fiz uma uma promessa que não irei cumprir para o meu único amigo. Mas por outro lado, eu não quero me afastar dele, eu quase não tenho amigos, tenho que conservar os que eu tenho agora.
- Pode ser- forcei um sorriso.
Ele ajeitou seus livros nos braços e caminhamos em direção ao jardim, aqui é algo lindo, a grama é bem verde e limpa, tem várias árvores e algumas flores, vários casais ficam sentados nas sombras, assim como os grupos de amigos que ficam conversando e cantando, tenho que vim aqui mais vezes.
- Eu não gosto de sociologia, aquela professora me odeia- ele falou se sentando de baixo de uma árvore- você acredita que ela me deu zero numa prova, sendo que a minha prova e a do Thomas estavam idênticas, só que ele tirou oito- falou incrédulo.
- Já comigo é o professor de química, desde o primeiro dia que eu percebi que ele não vai com minha cara, só não sei o porquê- me encostei na árvore.
- Ele não se dá bem com ninguém, não se preocupa- falou rindo.
- Por que você me defendeu ontem?- perguntei fazendo ele parar de rir e desviar o olhar.
- Você é minha amiga, a única para falar a verdade, eu não ia deixar um babaca qualquer ficar falando mal de você- sorri por ver seu constrangimento, ele ficava tão fofo.
- Obrigado, você é um ótimo amigo- ele levantou seu olhar sorrindo para mim.
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Oi coalas, tudo bom com vocês?
Eu sei que talvez algumas pessoas esperassem uma reação diferente do Gus quando descobrisse que a Liv se mutilava, mas gente, o Gustavo é um amorzinho de pessoa, eu não esperaria uma reação diferente.
Até amanhã, bjundas para vocês ;*
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Uma Louca No Internato
Teen FictionLívia Cooper sempre foi uma adolescente normal, aos 17 anos ela deveria está vivendo como todos os jovens da sua idade, mas uma tragédia interrompe sua juventude. •Plágio é crime. Crime de Violação aos Direitos Autorais no Art. 184 - Código Penal, q...