We could build a universe right here
All the world could disappear
Wouldn't notice, wouldn't care
We can build a universe right here
The world could disappear
I just need you near- Uncover; Zara Larsson
P.O.V Lívia Cooper
- Lívia, acorda.- escutei uma voz masculina conhecida. Abri os olhos lentamente encontrando o rosto do Gustavo, espera, o que está acontecendo aqui?
- O que você faz aqui?- murmurei baixo.
- Você deixou a porta aberta, então eu entrei.- falou simplesmente.- é domingo e eu não tenho nada para fazer, então vim aqui.
- Huh... Que horas são?- perguntei com os olhos semiaberto.
- Onze da manhã.- falou suavemente.
- Como você se atreve a me acordar às onze da madrugada?- perguntei com raiva.
- Vai Lívia, se levanta.- ele insistiu.
- Só mais cinco minutinhos.- fechei os olhos novamente.
...
- Queria comer lasanha.- falei enquanto saía do banheiro enxugando o cabelo.
- O prato do dia hoje será panquecas, lamento estragar seus planos.- fez uma cara triste.
- O que você quer fazer enquanto a hora do almoço não chega?- perguntei jogando a toalha no canto do quarto.
- A gente podemos conversar?- perguntou tenso como se estivesse tomando coragem a muito tempo para perguntar aquilo.
- Claro, sobre o que você quer conversar?- me sentei com pernas em forma de índio na sua frente. Ele estava sentado da mesma forma na minha cama.
- Por que você se mutila?- perguntou direto. Me ajeitei desconfortavelmente na cama.
- Por que você quer saber?
- Porque eu sou seu amigo e quero saber como te ajudar.- falou óbvio.
- Não precisa saber os motivos para me ajudar.- arqueei minha sombrancelha como se tivesse dizendo "te peguei nessa".
- Eu sei... mas Lívia, eu quero que você saiba que pode confiar em mim, acho que já demonstrei isso ontem, mas se não quiser contar, tudo bem, eu te entenderei.- segurou minha mão.
Não sei se devo contar, é algo que ninguém sabe e a ideia de confiar tanto em outra pessoa me dá calafrios, como é contar seus problemas para outra pessoa? Eu sei que conto para Amy, mas é diferente, ela é paga para aquilo e não pode vazar informações, e se o Gustavo quiser ele pode contar para a escola inteira e eu não poderei fazer nada. Aí insegurança, o que eu faço com você?
- Ok, eu contom- suspirei pesadamente.
E pela primeira vez eu contei toda a história para uma pessoa que não era minha psicóloga. Contei sobre o acidente, sobre o suicídio do meu pai e como eu me sentia culpada em relação a isso, também contei sobre a minha convivência com meu corpo, minha autoestima, meu complexo de inferioridade, contei sobre como minha mãe me trata e que esse é o principal motivo de eu gostar de estar aqui e de não querer ir para casa no final de semana, contei que todos meus amigos se afastaram de mim, enfim, eu contei tudo.
- Mas Lívia, não é sua culpa, você era jovem, imatura e estava bêbada, não se culpe por algo que você não fez.- alisou o dorso da minha mão com o polegar.- Você é tão linda e importante para muitas pessoas, como para mim por exemplo, sério, não estou falando isso para você parar de se machucar mas sim porque é a verdade, tu é a melhor pessoa que eu conheci nesse internato, você é única, não se preocupe com o que os outros pensam sobre você, o que importa é que você é linda.- uma lágrima solitária desceu pelo meu rosto sem a minha permissão.- Qualquer pessoa teria sorte em ter você.- sorriu amorosamente limpando a lágrima do meu rosto.- eu quero que você esteja viva.
O que dizer sobre Gustavo Johnson produção? Simplesmente a melhor pessoa do mundo, como alguém consegue ser tão amorzinho? Ele me fez me sentir tão amada, já faz tanto tempo que eu não sinto esse sentimento que enche o coração, que faz você feliz, a tanto tempo eu não sentia vontade de abraçar alguém e ficar assim para sempre, Gustavo Johnson me fez sentir coisas novas.
- Agora me conta o motivo da sua dor.- pedi limpando minhas lágrimas.
- O que? Eu estou bem.- franziu o cenho.
- Gustavo, eu vivo falando isso, sei muito bem quando uma pessoa está bem ou quando está fingindo que está bem.- sorri vencida.
- Tá, ok, eu conto.- fechou os olhos respirando fundo.- Meu pai e minha mãe são casados, ao contrário da sua história a minha não tem nada de muito dramático, eles viviam bem, pelo menos eu achava, só que então meu pai começou a viajar muito para trabalhar e não vinha mais as noites para casa, minha mãe no começo ficava preocupada, ligava para ele, para os amigos dele, até para o seu patrão, mas depois de um tempo ela parou de se importar, era óbvio que ele estava lhe traindo e que não adiantava ela correr atrás, foi assim que ela começou a ver seu refúgio no consumo compulsivo, ela gastava todo o seu tempo livre no shopping, comprava coisas que ela nem precisava, é assim até hoje, eles levam um casamento de aparências.- deixou umas lágrimas caírem.- Às vezes eu escutava minha mãe chorando baixinho no banheiro, quando ela não podia ir comprar algo ficava nervosa, batia os pés diversas vezes, roía as unhas bem feitas, fazia café umas dez vezes, eu não sabia o que fazer, só tinha quinze anos.- coloquei a mão no seu ombro em sinal de compreensão.- Quando decidiram me colocar aqui eu fiquei tão feliz, não precisaria mais ver aquelas coisas e não ter o que fazer para ajudar.- piscou os olhos diversas vezes para impedir mais lágrimas.- É por isso que eu não vou para casa, não quero ver minha mãe naquele estado e não poder ajudá-la.
- Você sabe que a culpa não é sua né?- perguntei lhe fazendo me olhar. Seus olhos verdes estavam apagados, não tinham mais aquele brilho de inocência e carinho que o Gus normalmente tem, só tinha lágrimas.- O seu pai que é um babaca de merda, você poderia convencer a sua mãe a sei lá... pedi o divórcio.- sugeri.
- Por que eu faria isso?- ele franziu o cenho.
- Porque é melhor está só do que mal acompanhado, o seu pai só está fazendo mal para ela Gus, isso não é amor, o amor não faz isso com as pessoas.- segurei sua mão.- Você não vê que o problema disso tudo é o seu pai? Se ele amasse sua mãe não a trairia e nem a trataria mal.- ele deixou escapar um soluço respirando fundo.- Você algum dia machucaria alguém que ama?
- Não, claro que não, eu cuidaria dela, iria fazer de tudo para que cada dia fosse especial, planejaria formas de lhe mostrar o quanto ela é importante para mim, as únicas lágrimas que eu iria querer dela seriam de felicidade ou os hormônios da gravidez.- sorriu com os seus pensamentos.- eu nunca lhe machucaria.
- Aí Gus, a garota que te ter um dia será tão sortudam- lhe abracei forte.
O seu abraço é tão reconfortante, o Gustavo é aquele tipo de pessoa que te passa uma paz, que só com um abraço consegue tirar vários pesos da sua costa, esse menino tem um futuro tão bonito, basta apenas ele querer, como eu mesma disse, a garota que lhe ter um dia será tão sortuda.
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Oi coalas, tudo bom com vocês?
Vejam como eu sou uma boa pessoa, eu deixei de jantar para escrever esse capítulo, vocês deveriam fazer uma estátua em minha homenagem, sérião.
Até amanhã, bjundas para vocês ;*
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Uma Louca No Internato
Teen FictionLívia Cooper sempre foi uma adolescente normal, aos 17 anos ela deveria está vivendo como todos os jovens da sua idade, mas uma tragédia interrompe sua juventude. •Plágio é crime. Crime de Violação aos Direitos Autorais no Art. 184 - Código Penal, q...