2 5 || h u m i l i a t e d

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Traded out our eyes
To light a screen
Traded out holding hands
To holding back everything
(no, no, oh)
And words got shorter
Quiet got longer
And all of a sudden love
Started looking like a memory
(No, no, no)

- Run And Hide; Sabrina Carpenter

P.O.V Melanie Griffith

Humilhada. É como eu me sinto agora, nunca ninguém havia falado daquela forma comigo, sempre me colocaram no topo, mas depois que a Lívia falou tudo aquilo para mim foi como se eu tivesse começado a enxergar as coisas de outra forma.

Eu precisava de que alguém me fizesse sentir na pele tudo que as outras pessoas que eu humilhei passaram, no momento em que eu caí no chão e observei aquelas várias pessoas me encarando eu me senti tão vazia, era como eu fosse um ninguém, como se eu fosse um nada.

A verdade é que eu nunca fui confiante, sempre fui tão vazia, minha vida não é tão boa como as pessoas pensam, eu tenho tantos problemas quanto qualquer um, e talvez para esquecer a minha dor eu tenha começado a machucar as outras pessoas, comecei a me vestir de uma forma ridícula, a usar várias maquiagens, coloquei unhas falsas, tudo isso para esconder a minha verdadeira imagem. Uma adolescente completamente vazia e solitária.

Preciso ir para casa, preciso escutar das bocas dos meus pais o porquê deles me tratarem daquela forma, sei que irei sair tão machucada do que quando cheguei, mas eu preciso escutar, eu necessito, será como um ponto final para essa etapa da minha vida, eu quero ser diferente, eu não quero mais machucar as pessoas porque eu sei como dói.

O táxi parou em frente a minha casa, dou uma nota para o motorista e saio sem pegar o troco, dois seguranças estão parados na entrada principal, no começo eles franziram o cenho quando me viram se aproximando, podem não está me reconhecendo já que eu estou sempre de saltos, vestidos caros, maquiagem e com o cabelo impecável, realmente quem me visse hoje não me reconheceria.

- Como é seu nome senhorita?- um dos seguranças perguntou.

- Ué, não está me reconhecendo?- falei irônica. É óbvio que ele não está me reconhecendo.- Melanie Griffith.- sorri sarcástica.

- Ah, desculpe senhorita Griffith, não lhe reconheci, pode entrar.- se recompôs abrindo o portão.

Entrei e atravessei aquele enorme jardim, só aqui poderia ser feito mais duas casas e ainda sobraria espaço para o quintal, chego na porta e toco a campainha esperando a empregada vim me atender mas me surpreendo quando a figura da minha mãe aparece, ela nunca faz nada, por sinal deve ter demitido a serviçal e está esperando uma candidata nova chegar.

- Melzinha, o que faz aqui?- perguntou surpresa. Ela estava diferente, sua boca estava mais inchada, deve ter colocado preenchimento, e seus seios estavam bem maiores, deve ser seu silicone novo.- Meu Deus, que roupas são essas? Melanie, não acredito que você saiu na rua dessa forma.- falou horrorizada.

- Mãe, cadê o papai?- perguntei ignorando seu comentário anterior.

- Está no escritório, mas entre, não quero que ninguém te veja dessa forma.- me puxou para dentro de casa fechando a porta.- Irei chamar o seu pai.

Ela saiu e eu me sentei no sofá observando ao redor, a casa está um pouco diferente do que da última vez que eu vim, tem jarros diferentes e as cores da paredes agora são azuis acinzentados, provavelmente um decorador disse que isto está na moda e que todos estão usando fazendo minha mãe lhe pagar milhões para deixar a sala dessa forma.

- Oi Melanie, o que faz aqui?- papai apareceu na sala ajeitando seu suéter caro.

- Só queria perguntar uma coisa.- me levantei do sofá indo na direção deles.- Por que?- eles pareceram não entender.- Por que vocês me mandaram para aquele internato? Por que vocês não me deixaram vim nos finais de semanas? Por que vocês mandaram os seguranças me barrarem todas as vezes que eu vinha aqui? Por quê?- aumentei o meu tom de voz.

- Do que você está falando?- ele fingiu está desentendido.

- Você pensa que eu sou burra?- falei com raiva.- Vocês só esperaram eu completar quinze anos para me jogar naquele internato, e a garota ingênua aqui pensou que poderia vim visitar os pais no final de semana, mas quando chegou os seguranças disse que vocês não queriam serem incomodados, e adivinha, isso aconteceu todas as outras três vezes que eu tentei novamente, foi aí que a garota ingênua aqui caiu na real de que os pais dela não queriam vê-la.- coloquei meu dedo no seu peitoral.- Por que vocês não queriam me ver?- senti meus olhos queimarem devido as lágrimas que eu estava segurando.

- Você quer saber mesmo a verdade Melanie?- tirou meu dedo bruscamente do seu peitoral.- Eu tenho vergonha de você, na época que eu te mandei embora estava fechando um grande negócio, mas o executivo estava interessado na minha querida filha vadia, eu tinha que sumir com você, só aí ele te esqueceria e assinaria comigo, ele ficou perguntando por você mas eu disse que por sua escolha havia ido para Paris fazer aula de ballet clássico, logo apareceu carne fresca e ele esqueceu de você assinando comigo imediatamente, você sempre envergonhou nossa família, olha para o seu estado, o diretor sempre fala comigo, eu sei que você é a maior vadia da escola, sinceramente, só podem ter trocado você na maternidade, minha filha deveria ser bem educada e inteligente para assumir os negócios, mas você é só uma prostituta de quinta.- sem pensar duas vezes levantei minha mão batendo forte no seu rosto.

- Vão se fuder.- gritei para eles dois.- Eu odeio vocês.

Lágrimas desciam incontrolavelmente pelo meu rosto, eu só queria fazer aquela dor no meu coração parar, eu me sentia humilhada, suja, abandonada. Gritei com todas as minhas forças e derrubei uma fileira de jarros no chão, devem ser aqueles que custaram uma fortuna, pois mamãe gritou horrorizada, continuei jogando no chão tudo aquilo que via pela frente, peças de cristais, vasos caros, segurei um candelabro e joguei com toda minha força na enorme TV fazendo ela rachar em mil pedaços.

- Você está louca?- minha mãe gritou.

Continuei com minha destruição. Acho que escutei meu pai gritar "seguranças, seguranças", mas não tenho certeza, eu estava surda e cega de raiva, senti braços fortes rodearem minha cintura e começarem a me puxar para fora de casa, eu me esperneava e gritava para aquele segurança estúpido me soltar mas ele não me obedecia, fui jogada bruscamente no meio da rua fazendo algumas partes do meu corpo doerem.

Me arrastei para calçada da outra mansão chorando enquanto olhava os portões se fecharem lentamente, meu cotovelo ardia e meus joelhos também, mas a dor que eu sentia fisicamente nem poderia ser comparada com minha dor emocional, eu não tenho mais ninguém, não tenho mais família, não tenho mais amigos, só tenho aquele internato estúpido, e depois que as aulas acabarem para onde eu irei?

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Oi coalas, tudo bom com vocês?

Só para avisar que eu postei o livro de capas mesmo só com duas pessoas me apoiando, se vocês puderem vão dá um olhadinha e se quiserem podem fazer pedidos ♥

Gostaram do P.O.V Melanie? É bom ver os dois lados da história né, nem sempre o Lobo Mau é o vilão, espero que vocês reflitam e nunca mais julguem ninguém sem conhecê-la.

Até amanhã, bjundas para vocês ;*

Uma Louca No InternatoOnde histórias criam vida. Descubra agora