3 0 || b i t c h

4.8K 413 189
                                    

I never needed you like I do right now
I never needed you like I do right now
I never hated you like I do right now
'Cause all you ever do is make me
Cry

- Make Me (Cry); Noah Cyrus feat Labrinth

P.O.V Lívia Cooper

Procurei meu celular pelo quarto, será que alguém trouxe ele? Preciso urgentemente dele, é tipo, questão de vida ou morte. Avistei ele na mesinha ao lado onde tinha um belo arranjo de flores, acho que colocam nos quartos para ficar com menos aparência de hospital, o que é impossível com todos esses fios ligados em mim.

Peguei ele e liguei vendo que tinha apenas vinte porcento de bateria, fui até as ligações e digitei o número que eu tenho decorado por todos esses anos na minha cabeça. Preciso me informar melhor sobre o processo que eu terei que passar agora, saber se ainda tenho um advogado para me defender e pensar de onde tirarei dinheiro para lhe pagar.

- Escritório de Advocacia Marcos Ferguson, quem deseja falar?- uma voz feminina fala do outro lado da linha.

- Lívia Cooper.

- Aguarde uns segundos, irei passar a ligação para o doutor Ferguson.- a linha ficou muda por alguns instantes.

- Marcos Ferguson, quem está falando?- escuto a voz grossa do meu advogado.

- Sou eu, Lívia Cooper, se lembra? Do caso do acidente de carro que resultou na morte do Diego Cooper.- ouvi o barulho de algo caindo do outro lado.

- Ah, me lembro, o que você deseja?- ué, virou gênio?

- Queria saber se é verdade que o caso foi reaberto.- ouvi ele discutindo com alguém, parece que derramaram café nele ou algo do tipo.

- Que? Claro que não Lívia, esse processo já foi encerrado a dois anos e se ele tivesse sido reaberto eu seria o primeiro a saber já que sou o advogado da sua família, não se preocupe, você seria condenada por homicídio culposo mas só tinha quinze anos então ficou livre, os juízes nem devem se lembrar desse caso mais.- bati a mão na minha testa pela minha própria burrice.

- Mas que vadia.- pensei em voz alta.- Ah, quer dizer, obrigada Marcos, tenho que desligar agora.

Queria jogar o celular na parede para liberar minha raiva mas não teria dinheiro para comprar um novo já que a mesada que eu recebo está indo para o meu fundo de emergência no banco, sabe, vá que um dia a gente fica pobres, pelo menos eu terei um bom dinheiro guardado para viver bem.

Eu deveria saber que aquela vagabunda estava mentindo, não acredito que eu ia me matar por uma coisa que nem era verdade, por que ela faz isso comigo? Por que ela me odeia tanto? Ela deixou bem claro que quer me ver morta, mas por quê? Várias pessoas saíram machucadas com a morte do Diego, a namorada dele por exemplo, mas nenhuma delas ficam me humilhando ou desejando a minha morte, mas que droga.

- Lívia, eu trouxe umas trufas de chocolate que estavam vendendo na frente da escola.- Gustavo entrou falando animado.

- Você não deveria está na aula?- passei a mão no meu rosto para ver se tirava aquela carranca, ninguém tem que aguentar os meus problemas.

- Sim, mas eu preferi ficar com minha melhor amiga que está doente.- falou óbvio vindo até mim.- Agora para de ser mal agradecida e me agradeça pelas trufas.- colocou a sacolinha na mesa do meu lado.

- Obrigado Gus pelas trufas, agora pode voltar para escola e assistir aulas para não ficar com notas baixas.- peguei a sacola e tirei uma trufa de dentro.

- Eu não quero ir, quero ficar com você.- se sentou na poltrona.- Será que é tão difícil entender?

- Sim, muito difícil, eu gosto da sua companhia mas não quero que você se dê mal.- olhei a embalagem para saber qual sabor era o recheio. Maracujá.

- Eu não irei me dar mal, você é muito pessimista.- tomou a trufa da minha mão.- Deixa que eu abro para você não fazer esforço.

- Eu cortei os pulsos mas meus braços ainda funcionam.- revirei os olhos.

- Meu Deus, como você é teimosa.- tirou a trufa da embalagem e colocou na minha mão.

- Ah, eu que sou teimosa.- perguntei chocada.- Você que se recusa a ficar na escola e assistir aula.- levei a trufa para a boca.

- Então estamos kits.- encolheu os ombros.

...

Gustavo passou o resto do dia comigo para alegria de uma enfermeira que eu nunca tinha visto na minha vida mas veio no meu quarto me dá um remédio que era tipo, muito ruim, quando ela viu ele ficou parecendo que estava vendo unicórnios pelo quarto e colocou um sorriso idiota no rosto.

Tenho minhas dúvidas que as outras vezes que ela veio para me dá remédios já não tinham necessidade, era só um pretexto para vê-lo e tentar uma saída casual, mas acho que isso seria pedofilia né? Por mais que ela seja jovem o Gustavo ainda é de menor, o que faz dele uma "criança", mas eles poderiam se pegar no quarto, eu não contaria para ninguém.

Mas eu acho que o Gus é gay ou algo assim, talvez ele seja só assexual, mas todas às vezes que a coitada da enfermeira investia nele parecia que ele não notava, porque não tirava os olhos do celular ou conversava comigo como se ela não estivesse ali, pode ser também que ela não faça o tipo dele, o que é uma pena já que eu estava começando a shippar.

- Com licença.- uma mulher vestida com um terninho aparece na porta.- Eu sou a doutora Gable e vim conversar com você.- entrou na sala fazendo seus saltos finos fazerem barulho no chão.

- Ok.- dei de ombros.

- Olá, você é o que dela?- olhou para o Gustavo que observava tudo atentamente.

- Amigo.- ele respondeu meio intimidado. Não lhe julgo, ela também me deixou um pouco intimidada.

- Você poderia nos deixar a sós por favor?- ela pediu olhando algo dentro da sua bolsa.

- Claro, depois eu volto Liv.- beijou minha bochecha me pegando de surpresa e saiu do quarto.

- Seu amigo ou seu namorado?- tirou um caderno e uma caneta de dentro da bolsa me olhando.

- Meu amigo.- sorri forçadamente. Não gosto dela.

- Por pouco tempo.- murmurou baixo mas eu escutei.- Enfim, vamos ao que interessa.- abriu seu caderno anotando alguma coisa.- Por que você tentou suicídio?- nossa que direta.

- Não quero falar sobre isso.- me mexi desconfortavelmente na cama.

- Você tem que falar para podermos chegar a uma conclusão.- me olhou severa.

- Olha aqui, sem querer ofender, mas eu já tenho uma psicóloga, a melhor, e a única que poderia tirar conclusões era ela.- agora foi ela que se mexeu desconfortavelmente.

- Cadê a sua psicóloga quando você mais precisa?- sorriu como se tivesse tirado as palavras da minha boca. Coitada.

- Ela não sabe o que aconteceu porque já faz tempo que eu não vou ao seu consultório, sabe, ela é psicóloga, não vidente.- sorri forçadamente novamente fazendo ela revirar os olhos.

################################

Oi coalas, tudo bom com vocês?

Capítulo bem chato só para esclarecer que o processo sobre o caso do irmão da Lívia não foi reaberto, foi só a mãe a dela que não tinha nada para fazer e foi atormentar a coitada.

Até a próxima, bjundas para vocês ;*

Uma Louca No InternatoOnde histórias criam vida. Descubra agora