C A P Í T U L O 07

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     "De onde vieram?"

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     "De onde vieram?"

     É uma pergunta que persiste a mente dos humanos. Mal sabem. Como poderiam saber? Humanos são incapazes de sobreviver por conta própria na vasta região que essas feras vieram.

     E não encontram dificuldade alguma em viajar por um oceano demoníaco para chegar a Terras Podres. Terras onde a prosperação humana é permitida são escuras. A terra é infértil e desprovida de beleza genuína. E o pouco valor é arrancado e gasto com tudo de podre que podem fazer.

     Sequer os pântanos mais tenebrosos do mundo se parecem com terras habitada por humanos. Terras Podres. Pisar nelas é a ter a sensação de nojo.

     Mas para aqueles que vivem nela, não há nada de especial. Sequer imagina o que há no mundo. Apenas alguns poucos humanos poderiam ter essa honra e Katharyna é uma.

     Mas antes, precisa se recuperar. Por uma semana foi cuidado por curandeiros humanos que dificilmente fazia algo certo. Foi quando o Supremo colocou um guerreiro para supervisionar tudo a distância.

     E assim ela recuperava-se vagarosamente. Mal conseguia andar. Seus nervos foram todos afetados e sequer conseguia segurar algo com precisão. Precisava de curandeiros de verdade e assim, ela teria.

     Uma semana passou-se sem que visse o rei; o Supremo. E em uma semana, elas chegaram em Terras Podres.

      Odiavam estar naquele lugar. As árvores são secas e sem vida. Quase não tem alma. É de noite e a escuridão reina. Sequer consegue ver os espíritos dançarem ao céu. O próprio vento é sem vida. O outono é negro e caído. Completamente sem vida.

     E o motivo estavam sendo escravizados. É final da madrugada e os escravos ainda trabalham. A superpopulação permitia turnos de trabalho, mas a podridão humana ainda enjoava.

     A cidade era a capital de um reino; Milessa. Sendo um país enorme que cerca três mares, Bulgária é um império. E tem sua capital tomada. Feras espalham-se em busca de escravos e o caos destruía cada vez mais a ordem.

     E ninguém estava preocupado com o destino humano. Eles apenas teriam que servir se não quiserem morrerem. Então as histórias sobre eles aumenta.

     Todos são homens solteiros. Ninguém sabe de onde vieram. Há apenas boatos. Mas a mente humana é ignorante demais para recusar-se a acreditar na superioridade de outro povo que não sejam eles.

     E quando aquelas mulheres, ambas trigêmeas idênticas entraram na capital exibindo toda sua beleza em vestimentas ousadas de seda fina, pele de animal, couro e ouro, foi o necessário para iniciar os boatos. As mulheres eram lindas. Tão lindas como deusas, contudo, suas roupas lembravam uma prostituta.

     Mulher decente não exibe suas pernas de semelhante forma através das fendas da seda branca. Mulheres não mostram a curva de seu seio onde apenas o mamilo é tapado com couro negro. Mulheres de verdade não exibem suas costas marcadas com pinturas negras e tribais que lembram a bruxaria e muito menos andam de modo tão arrogante como se fossem superior ao homem.

     São vistas como prostitutas. Lindas prostitutas que levariam a beleza de qualquer homem. Os olhos são um negro tão claro que lembra o cinza de uma chama já apagada. Os cabelos são médios, castanhos escuros. Mas cascatas de mechas castanho claro mistura pelas ondulações. Os lábios perfeitos e a pele tão delicada uma pétala de rosa. E o corpo? Um corpo tão belo que parece ser esculpido pelos deuses. E andar com tais vestimentas é como pedir e implorar para serem tocadas. São como demônios tentando o homem ao pecado e, por isso, seriam queimadas.

     É a partir daí que as teorias começam. Humanos tentam achar uma explicação para não aceitar que não são nada além de pragas. Que sequer conhecem o próprio deus devido as mentiras inventadas em uma cresça corrupta. Jamais foram o centro de tudo que existe e há criaturas superiores.

     Mas não aceitam. Quando as mulheres passaram em frente a catedral já eram chamadas de bruxas. Pragas eram lançadas a elas secretamente. Os humanos sequer as conhecem mas precipitam-se pelo que vêem.

     Três mulheres lindas, com desenhos desconhecidos, vestimentas de prostituta e andar arrogante caminhando calmamente em direção ao castelo sem qualquer interferência. Na verdade, são escoltadas por outros homens e tratadas com respeito.

     São bruxas demoníacas responsáveis por essa praga. A ideia de homens tendo relações entre si já não faz mais sentido. Esses demônios devem vir delas. E mais sua crença aumenta. Segundo as leis da igreja, como Eva, mulheres são tentadas pelo diabo. E, por isso, trazem a queda do homem quando leva-o ao pecado. Devem ser contidas. São incapazes de pensar por si. São fracas e interiores e, por isso, o demônio se aproveita.

     E ver aquelas três, é como uma confirmação.

     E quando elas chegaram ao palácio, tendo as enormes portas abertas para sua passagem em direção ao que chamam de demônio a solução já estava formada; Humanos queriam sacrificá-las a fogueira.

     Apenas por uma mulher querer vestir-se e agir conforme seu desejo, não aceitando serem rebaixadas. Mas ninguém se importa. Ambas as três serão tratadas como merecem justamente por serem mulheres.

      Receberam lã branca banhado em leite, rosas e seiva de árvores para limpar a pele do ambiente poluído e tirar o odor de fezes, urina e carniça que aquela cidade tinha. Uma jarra de água foram servidas juntamente com uma bacia para refrescarem-se. Ajeitaram suas vestimentas para maior conforto e seguiram para o interior do palácio.

     Estar em seu interior é realmente muito melhor do que o ambiente podre sobre presença excessiva de humanos. As pedras de mármore junto com toda estrutura não trás a sensação de lar. Odeiam estar neste lugar, mas precisam continuar pelo escuro iluminado apenas por tochas até o topo de uma sala escura.

     Assim que adentram o local, são deixadas sozinhas na presença de um homem. Ele observava a cidade e todo o trabalho ao mesmo tempo que encarava o horizonte onde os primeiros raios de sol surgiam e iluminava pouco a pouco seus músculos desenhados em tinta negra.

     Pela primeira vez a postura arrogante das mulheres cai. Elas colocam as mãos atrás de seu corpo, fecham os olhos e abaixa a cabeça em completa submissão ao homem. Seu Alpha.

A Grande Loba da Montanha levou-nos sua ordem e aqui estamos para atender seu desejo, meu Supremo. — Disse mais velha das irmãs e também mais dominante. O silêncio prosseguiu na sala. Seu Alpha sequer encarou-as. Então ela prosseguiu: — O que deseja, meu senhor?

     "O que deseja, meu senhor?"

     Essa pergunta o fazia lembrá-lo de apenas uma mulher. Katharyna Demarttel.

     Ele deseja Katharyna Demarttel. Uma humana. Deseja pegá-la na próxima Lua de Sangue e, com isso, colocar um filho em seu útero.

     Minutos se passaram até que o Alpha finalmente virou-se para encará-las. Todas as três estavam ali, como ordenado.

     E estavam ali para servi-lo no que desejar.

Escravizada pelo Alpha - A ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora