C A P Í T U L O 43

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     Raiva

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     Raiva. Ódio. Decepção. Tristeza. Um misto de sentimentos abalava seu coração e sua mente. A sensação de ser traída.

     Katharyna não teve mais estrutura para ficar naquele lugar e correu. Estava humilhada, desprezada e traída. Correu para seu refúgio. Sua querida avó.

     E lá chorou. Disse o que ouve no jantar.

     Contou como Rdhā̶ɐn a tratava com inferioridade. Como um inseto a ser pisado enquanto tudo que ela fazia era admirar a beleza que ela possuía. Contou como foi a discussão. Como o Supremo permitiu que fosse exposta a humilhações e como foi a pior angústia que já sentiu em sua vida; descobrir que ele tem noventa e duas amantes.

— Como está seu coração, minha princesa? — Destruído. Foi a resposta.

      É como ser violentada e apunhalada. Sua avó não defendeu seus amados lobisomens. Katharyna não tinha estruturas para ouvir nada. E apenas chorou ao colo de sua avó.

      Por minutos, talvez horas. Ela não conhecia aquele sentimento. Mas machucava como nunca antes a tinha machucado. Com uma dor que fecha sua garganta e destrói seu coração e sua alma.

      Uma vergonha tão grande que tudo que ela deseja é se vingar sem sequer o pensamento e o significado da palavra estar fixo em sua mente. Qualquer coisa para tapar aquela dor que ainda custa-lhe acreditar.

      Ela exigiu fidelidade. Ele não deu. Ele prometeu proteção e ela não teve. Ela pediu verdade e ganhou mentira.

      Assim foi sua noite. Não comeu nada durante o jantar e apenas em pensar em comida seu corpo repudiava a ideia. Mal dormiu. Só teve alguns cochilos. E quando o dia amanheceu, estava abraçada a sua avó adormecida. Mas ela estava acordada com os olhos inchados e olheiras grandes.

      E ele não veio ao seu encontro. Ela encarava a porta como se estivesse aberto-a e entrando impecavelmente no quarto. Com arrogância e altura intimidade. O ouro reluzindo a luz dos primeiros raios de sol e os músculos rígidos exibindo sua masculinidade. Abaixo das sobrancelhas negras, os olhos bipolares encarando-a com a frieza estratégica de sempre. E então, ele abrisse a boca e dissesse que tudo era mentira. Era um jogo da maldade de Rdhā̶ɐn e que por algum motivo ele não desmentiu.

      Mas o Alpha apenas encarou a humana com os olhos vagos em sua direção. Como se estivesse morta e a avó despertando com o barulho de sua chegada.

— Saia. — Ordenou. E só então Katharyna notou que não era uma imaginação. Ele estava no seu quarto.

     E quando foi protestar contra a saída de sua avó, a porta já havia sido fechada atrás do grande predador. Então ela encolheu-se na cama. Não tinha forças para mandá-lo sair.

     Ele percebeu o quanto ela estava magoada. Estava encolhida na cama, abraçando o joelho. Olhos vermelhos e bochechas inchadas. As tranças não deixavam seu cabelo tão bagunçado. Havia trocado de roupa apenas.

Escravizada pelo Alpha - A ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora