BÔNUS 78/79

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     A noite não era tão escura quanto costumava ser. Talvez fosse o brilho das plantas de Hyfhyttus ou a mudança de hábito. Era meio da madrugada e, para Katharyna, parecia ser meio da tarde. Faltava algumas horas para amanhecer.

    Ela estava em paz.

    Estava sentada numa varanda do palácio com o vento suave da noite revigorando sua pele. As Auroras Boreais dançavam acima das montanhas e Katharyna folheou mais uma página do livro.

     Desde que aprendeu a ler, passou a devorar tudo aquilo que compreendesse.

     Tendo o rei dos lobisomem como seu marido, não foi difícil ganhar vários livros do mundo humano. Contos. Opiniões que sempre são masculinas e, por tanto, toscas. Então o Alpha providenciou a tradução de alguns dos próprios livros para o búlgaro.

     E agora ela lia a história do povo de seu companheiro. Do povo que seu filho um dia iria liderar.

     O vento fez o favor de folhear mais uma página e Katharyna se perdeu tão profundamente dentro da leitura que não notou seu protetor silencioso. A princípio. Ela sorriu e levantou seu olhar.

     Jæysøn̶ Ådamhs.

     Katharyna conseguia ver o contorno de seu corpo. As mãos grandes estavam dentro da calça escura fazendo volume extra em seu quadril. O brilho dos detalhes prateados reluziam suavemente em sinal de nobreza.

     Ele observava a paisagem do seu reino. Estava com suas costas musculosas encostadas na parede com a luz contornando seus músculos abdominais. Ela se perde um momento ali, lembrando de momentos mais íntimos.

    Ela cruza as pernas e relaxa o corpo.

     O macho não aparentava estar em alerta. Tudo estava correndo bem, com a madrugada agitada e caçadores percorrendo a floresta atrás da próxima presa.

— Você nunca vai se afastar muito de mim, não é?

— Não.

     Pelo menos, não até que Katharyna esteja em seu quarto. Não quando estiver com o filhote recém nascido em seus braços e muito menos grávida. Uma parte dela gostava dessa possessividade.

     Katharyna pôs o livro de lado e cruzou os braços acima da barriga rechonchuda.

     O Alpha saiu de onde estava e se aproximou de sua companheira. Katharyna lhe deu um espaço e ele pegou o livro. O macho ocupou o espaço ao seu lado e passou os braços pesados por seus ombros. A coluna da grávida agradeceu.

     Seus pés com as botas elegantes se apoiaram na mesinha de centro. O brilho da prata refletiu como uma jóia atraente antes de ele tapar sua visão com o livro. Seus olhos estavam em tons de verde quando leu brevemente.

— Parece que está muito interessada nos escravos — ele comenta.

     Katharyna se protegeu de uma brisa mais fria ao apoiar a cabeça na curva do peito para o braço.

— É uma das maiores hipocrisias dos lhycans.

      O Alpha não se importava.

— Como sua companheira, posso sugerir mudanças?

— Diga.

— Quando eles são libertados, são jogados de volta no mundo. Fico pensando o que acontece, principalmente com as mulheres.

— Por isso andou investigando?

     Ela sorriu, culpada e o encarou com seus olhos castanhos. O Alpha encolheu o livro apenas para acariciar seu rostinho dengoso.

Escravizada pelo Alpha - A ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora