C A P Í T U L O 86

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     A dor é alucinante

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     A dor é alucinante. Pode ela sentir os ossos movimentarem-se e desgastar-se um nos outros.

     Não é agradável. Cãibras assim todo seu corpo. As estrias aumentam e engrossam. As varizes engordam e deixa sua perna quase completamente deformada. E a coceira é surreal.

     Seu desespero e dor acordou o bebê e para não deixá-lo sozinho, o Alpha o levou junto em direção a floresta. O filhote também ajudava-lhe a acalmar.

— J-Jayson… — Gemeu com dor.

— Perdão, princesa. — Disse o Alpha. Katharyna o encarou. Ele pegou em seu braço e o acariciou. — Isso vai doer. E muito.

     Ele quebrou seu braço. Katharyna berrou tão alto que seu filhote fez menção de chorar.

     E então o Alpha a deixa sozinha, exposta as criaturas da florestas abandonando-a à própria sorte. E Katharyna chamou por ele. Implorou para não ficar sozinha.

     Mas ele pegou seu filho, deu as costas e foi embora.

     Ela acreditou que iria morrer…

     As cãibras pioraram. A dor de ter seu braço ser quebrado por quem ama foi extremamente grande. Mas logo, os demais ossos quebram-se sem que possa fazer nada. Como se fosse, de alguma forma, amaldiçoada.

     A dor das cãibras é angustiante… mas o que se passa em seu corpo… é o inferno. O calor febril queima sua pele. As psoríases queimam e se espalham. E as varizes… passaram a se movimentar como cobras em sua perna.

     Lágrimas já saia. De seu rosto quando seu pulso se contrai em uma posição extremamente errada. E o estalo veio seguido da dor. E a da dor, um grito.

     E como se não fosse suficiente, os ossos quebrados parecem estar corroendo um ao outro em um conflito sem fim. Dor… dor e dor.

     Ela não tem movimento dos braços quando as fibras de sua pele se quebram e marcas de estrias surgem. Logo, veias em movimentos de cobra dançam pela pele, triturando sua carne e queimando-a. Bolhas surgem e estouram líquidos incolor que lhe dão nojo.

     E aquilo seria apenas o início do inferno que cada humana passa para converter-se em um lhycan. Katharyna é privilegiada, sem perceber. Pois durante um ano inteiro não sentiu mais do que um ou outro desconforto com a mudança de espécie.

     E tudo que resta-lhe agora é gritar, gritar, gritar e gritar enquanto tem cada osso lentamente triturado e a pele corroída.

     Seus gritos são a única coisa que ouve. Gritos agudos e altos de alguém que tem seus ossos partindo-se. É muito forte a dor. Katharyna logo fica ofegante e cansada. Sua garganta ardia tanto que quase perde a voz.

     Mas novamente, grita. Mais e mais alto.

     Seus olhos ardem. Por um momento ela fica cega e chama desesperada por seu companheiro. Mas ele não vem.

Escravizada pelo Alpha - A ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora