C A P Í T U L O 22

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     Cada sociedade tem seus altos e baixos

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     Cada sociedade tem seus altos e baixos. Costumes e tradições que podem ser abomináveis para uns e majestosos para outros.

     Os humanos vivem em uma sociedade opressora, mentirosa, corrupta e machista. Onde o homem é mais forte apenas por ter um pênis e um par de testículos entre as pernas. Então ele usam a espada, a armadura, pegam o trabalho bruto e jogam a culpa de seus atos em mulheres.

     Eles as espancam se elevarem a voz. Estupram se negarem o sexo. Desrespeitam suas mães e controlam até mesmo o limite do prazer sexual. Ser uma humana é ser lixo.

     Katharyna viveu nesse meio e deveria esperar muito mais do que uma bofetada. E assim ela esperou. Sentiu-o em cima de seu corpo. Ele é muito maior do que ela. É robusto e musculoso. Poderia espancá-la até a morte já que uma única bofetada na boca quebrou seu nariz.

     O sangue desce até seus lábios. Ela geme de dor e chora de medo. Mas ele mostra sua total impiedade ao prensar o seu rosto contra a cama. Não importa se a condição do nariz, Katharyna é forçada a buscar ar pela boca se não desejar sufocar-se.

      Ela espera por mais. Espera ser punida, espancada. Talvez violentada. Mantém sua virgindade até o momento devido a sua avó ser considerada uma bruxa perigosa que ameaçou todos da aldeia. Mas isso não impediu de homens tentarem arrancar à força sua vestimenta quando entrava em discussões severas. Katharyna ainda é a mais bela e desejada mulher da aldeia.

     Mas o homem acima dela não teme sua avó. Ele é o demônio que ela ameaçava invocar em pleno blefe. Tem força para obrigá-la ao que ele desejar.

     Mas ele apenas mantém em cima dela, imobilizado-a. Ele aperta seu pescoço fazendo pressão pela traquéia. O ar pesa em sua pele e arrepia seu corpo. Ele aspira seu cheiro sem pressa alguma e, no final, afaga seu cabelo.

— Porquinha insolente. Foge do banho e ainda suja a boca. — Ele não referia-se ao sangue. É notável que Katharyna não havia banhado-se e, como resultado, impregnou seus lábios com palavras sujas e perigosas.

     Katharyna surpreende-se quando ele a vira para encará-lo. Sua expressão permanecia a mesma sem alteração alguma. E com essa mesma calma, debruçou-se sobre ela completamente dominador.

     Seus dedos limparam suas lágrimas e acariciou o local do impacto. Para ele, a bofetada foi extremamente leve já que mal sentiu o rosto de Katharyna. Contudo, para ela foi extremamente pesado. Sua mão é grande e quebrou seu nariz que permanece torto e sangrando. Sua boca tem um corte e a lateral está inchada e vermelha. Como se um abelha tivesse picado-a a algum tempo ou tivesse a mandíbula deformada.

     A sociedade lhycantropica não é machista. É um povo que preza pela igualdade de gêneros.

     Mas isso pode não ser bom.

Escravizada pelo Alpha - A ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora