C A P Í T U L O 12

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     Durante o dia, tudo é tão calmo

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     Durante o dia, tudo é tão calmo. O sol mesmo triste atrás das nuvens de frio, é radiante. O silêncio natural permite-a escutar o som dos pássaros, bater de folhas das árvores e, até mesmo, ver além da escuridão caótica que é seu mundo tão sem cor.

      Mas a noite…

      Os escravos são acordados a base de chibata e gritos. Então começam a trabalhar sob pressão abusiva. Homem ou mulher, começam a reforçar o reforçar as cidades, colher pedras e afiar as asas. Não mais existe a tranquilidade do dia.

     E Katharyna não mais pode relaxar e dormir. Barulhos tiram seu sono. Uivos tiram seu sossego. E as paranóias tiram sua paz. Ela está com medo.

     É uma humana tentando dormir em meio a tantos lobisomens ferozes. Não consegue. Sua única opção é esconder-se embaixo das camadas de cobertor, escolher-se e torcer para que nenhuma fera quebre a porta e a devore.

     Todos estão acatando ordens. Todos estão trabalhando. Todos menos ela. O que os impede de invadir uma porta dupla de madeira, pegá-la pelos cabelos e arrastar para fora do quarto. Talvez jogando-a em um prostíbulo e arrancando sua virgindade como se arranca penas de uma galinha.

     Acorrentá-la como um animal e escravizar toda sua vida quando tirarem seus sonhos.

     Um uivo agudo mais próximo chama sua atenção e como um bicho assustado, ela se encolhe. Seu coração dispara em meio a aquela escuridão.

     O quarto é enorme. Maior do que toda a cabana em que vivia. É confortável com luxo de peles finas e coberturas de ponta. Longas janela e uma varanda. A cama é grande mais para caber alguém tão pequena como ela. Todavia, há uma lareira com chamas média.

     Ao cair da noite, ela mesma acendeu com um grande trabalho. Uma farpa grudou em seus dedos até conseguir a primeira fagulha de fogo. Mas sem conhecimento de manter uma chama acesa, ela está apagando-se conforme o tempo passa.

     Ela roga querendo que esteja no dia seguinte onde todo esse pesadelo já terá passado e poderá saber a situação em que está. Mas sabe que não tem como pular sua situação e apenas torcer para que consiga dormir antes que sua única fonte de luz desapareça.

      Ela encara a janela quando escuta o som de um novo uivo. Lá, no escuro, tem a impressão de ver uma besta. Horrenda, ocultado pelo frio da invisibilidade no escuro. Maior que ela. Muito maior.

     Monstruoso!

     Lá, encarando ela, esperando-a fechar os olhos e dormir para dar o bote e estraçalhar todo seu magrelo corpo.

     Um som na porta quase a faz gritar. Três batidas e uma mulher entra com bandejas de comida. É o jantar!

     Na bandeja havia velas que iluminou o lugar mais do que o fogo fraco da lareira. Katharyna olhou para a besta e percebeu que não era mais do que uma ilusão do medo que se aliviou com a luz e a presença de uma humana.

Escravizada pelo Alpha - A ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora