C A P Í T U L O 28

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     Katharyna não poderia estar mais intimida ao adentrar aquela gasta floresta

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     Katharyna não poderia estar mais intimida ao adentrar aquela gasta floresta. É tão mágica quanto assustadora.

     E não conseguia entender. Como árvores são capazes de brilhar durante a noite?

     Não havia resposta.

     Mas apenas por humanos não encontrarem lógica, a natureza não irá deixar de ser bela. Porém, quanto mais belo, mais perigoso. É a lei natural.

     E assim, Katharyna contemplava as flores. A seiva brilha de forma fluorecente num vermelho suave. Um rosa intenso contornado por um azul cintilante. A flor é pequena como seu polegar, mas cresce em abundância no plumado de uma árvore.

     E assim, hipnotizada, Katharyna estende a mão para tocar suas pétalas espetadas como espinhos sem força. Mas seu pulso é pego centímetros antes.

     Todo seu corpo fica em alerta. O Supremo o segurava com firmeza sem sequer dar-se o trabalho de olhá-la.

     Ele encarava o caminho que segue para seu covil. Os sons de toda a mata chega em seus ouvidos e todo seu corpo indica ordem.

     Não podia baixar a guarda naquela floresta. O perigo vem desde pequenas formigas ao chão até grandiosos répteis aéreos. Mesmos as frutas e flores tem seu perigo natural. A radiação extrema daquelas terras é responsável por mutações e uma humana é presa fácil.

     Mas por fim, simplesmente encara Katharyna assustada atrás de si. E a puxa.

      Assim ela permaneceu ao seu lado, de cabeça baixa e tímida. Apenas encarava o chão e, em pouco tempo, distraiu-se. Se ela pisasse na grama, o lugar ganhava uma luz fosca e esverdeada que logo se apagava. Porém nada acontecia se tocasse na terra que notou ser completamente negra.

      Ela sorriu. O vento de Hyfhyttus soprou seus cabelos e levou seu cheiro. Isso foi notado pelo Supremo ao seu lado num estreitar de seus olhos verdes. Katharyna sorria para o chão de outono onde a terra deixa sua coloração avermelhada de primavera para permanecer na cor negra. Logo depois da nevasca, como um camaleão, a terra fica branca. Depois verde, novamente negra e assim é refeito o ciclo das estações.

     Ele repara quando sua curiosidade deixa o chão para ir ao céu após entrar em uma clareira.

     "Uma terra repleta de beleza, perigo e encanto. Onde a magia é tão pura que dança junto aos deuses ao céus no cair da meia noite…" Ela lembra das histórias. E surpreende-se com a visão. É ainda mais belo do que imaginou. São auroras boreais de todas as cores dançando aos céus em movimentos jamais vistos. Elas refletem os rios, os lagos e as águas. A cor azulada é a mais próxima ao mar. Ambos compartilham a mesma cor. E no alto daquela colina, ela observou as águas.

— Lindo…

— Obrigado. — Sussurrou o Supremo em seu ouvido. Katharyna o encarou com o susto. Imediatamente suas bochechas ficam vermelhas e seu coração acelera. Ela tenta amenizar seu constrangimento:

— Er… n-não. Eu me referia a paisagem e…

— Então não sou lindo? — Sua voz grave a corta. Katharyna arregala os olhos.

— N-Não. Er… Sim! Muito lindo! Essa paisagem é muito linda e v-você… v-você… aquele mar! O céu e, bom…

— Está dizendo que o Supremo é tão lindo quanto o mar e o céu, Katharyna? — 乇hęnzh pergunta. Katharyna fica ainda mais vermelha.

— N-Não! É que…

— "Não"? — Eäæll sorri. O Alpha cruza os braços sem dizer uma única palavra e Katharyna fica ainda mais nervosa e torna a se embaraçar em suas palavras.

— Culpa é sua! — Aponta para o Supremo. — Você me confunde! Vem chegando de mansinho assim com essa sua voz arrepiante e…

— Então você se arrepia com a voz dele? — Outra pergunta.

— Não! — Sua voz aguda saiu mais alto e, com isso o Supremo aproximou-se. Os dedos foram pousados em seus lábios e sua dominância assumiu controle sobre o corpo de Katharyna.

— Ninguém aqui é surdo, homydhea! — A matriarca das trigêmeas repreendeu. — Não estamos mais na imundície de podridão de onde você saiu. E se você não tomar cuidado, vai acabar sendo morta por uma das muitas criaturas desta terra. Aconselho-a a calar a boca.

E aconselho-a a moderar a sua. — A voz do Supremo ecoa pelo ambiente. A voz grossa é carregada de dominância e fez a mulher recuar um passo. Mas quando ele olhou-a, todos abaixaram a cabeça.

     Katharyna não é sua mulher. Não é sua companheira. Mas é sua predestinada. Está sobre proteção do Supremo e quanto mais tem a atenção dele, mais privilégio ganha. E naquele momento, ninguém ali tinha o direito de mandá-la calar a boca, exceto claro, ele.

     E quando ele voltou a olhá-la após sua rouca voz pronunciar um idioma extremamente difícil e trazer arrepios por todo seu corpo incluindo entre as pernas, Katharyna perdeu o ar. Sentiu-se protegida. Ao mesmo tempo, em perigo. Ele a protegerá, como prometido. Contudo, ele também é perigo.

     E a promessa não vale para ele, o Supremo Alpha. O lhycan que não faz questão alguma de controlar-se com uma humana tão vulnerável em seus braços. E, sabendo o que quer, beijou-a.

     Ali, bem na frente de todos, ele exerceu a posse daquela humana.

     Firmou a mão em sua cintura, puxou-a para seu corpo. Katharyna tocou seu peito e ele ignorou. Rodeou seus músculos em torno dela e a dominou com sua abia boca. Seus dedos adentraram o cabelo desgrenhado e mordido com precisão. Suas garras roçaram sua nuca e os fios armados foi puxado. Katharyna abriu a boca em um suspiro e o Supremo aprofundou o beijo.

     Não importa quem esteja vendo. É para ver. É para saber. É para respeitar.

     Uma escolha foi feita.

     Uma mulher estrienta com nervos instáveis, cabelos de palha completamente desgrenhado, espinhas estouradas e machucados, pele oleosa e cheia de cravos, completamente ignorante e desajeitada. Nada importa. Aquele é muito mais do que um beijo embora para Katharyna seja apenas um momento constrangedor.

     Quando o Supremo enfim afastou-se, Katharyna não estava mais com a vestimenta rasgadas e parte de sua juba desgrenhada decorada pelo cão d'água. Seus lábios estavam inchados, sua bochecha corada e completamente ofegante.

     E assim, o Supremo estendeu-lhe um cantio pessoal de água feito de pele de animais. Somente então Katharyna notou sua garganta seca. Não bebia água desde antes do anoitecer e, timidamente pegou o utensílio.

     Porém sua fechadura é complicada. Ela puxou, puxou e puxou para cima. E a tampa não saiu. Ela já levaria a boca em última tentativa quando o Alpha pegou o objetivo e roteou a entrada por uma rosca de madeira refinada. Ele tirou a tampa e levou a água há boca. Katharyna observou o som da água descendo por sua garganta antes de ter o objeto em mãos.

     E logo, a água escorregou com pressa por sua garganta seca e o objeto voltou às mãos do Alpha completamente vazio. Ele lançou o cantio para um de seus guerreiros e tornou a aproximar-se de Katharyna.

— Beijo de novo, não! — Não adiantou tentar correr. Ele puxou-a pelo braço e ergueu-a em seus músculos.

      O Alpha encarou a mulher de mente pecaminosa em seus músculos e ignorou-a. E com ela adentrou a floresta em direção a colina mais alta rodeada por uma pântano. E antes de Katharyna avistar o primeiro crocodilo, adormeceu com a cabeça encostada próximo ao ombro másculo.

     E acordou apenas no dia seguinte sendo cuidado por uma senhora. Bastou olhá-lá para a mulher em terceira idade junto de seus cabelos brancos e os olhos enrugados para gritar:

— Vovó!

Escravizada pelo Alpha - A ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora