C A P Í T U L O 21

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     O dia estava quente

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     O dia estava quente. É verão e as crianças brincam no centro da aldeia, completamente alegres. Meninas fingem fazer comida com terra e os meninos manejam varetas como espadas. O sonho de qualquer homem é ser guerreiro.

     Os homens os incentivam. Querem que subam na vida e tornem-se homens de casa. Que aprendam a caçar e a lutar.

      Mas havia uma criança faltando. Uma menina.

     Ninguém queria brincar com ela. É filha de prostituta e neta de uma bruxa. Katharyna é nova demais para os adultos e velha demais para um bebê. Mas naquela tarde, estava feliz.

     Sua irmã mais velha estava com eles. Ela havia retornado a aldeia com toda sua beleza e doçura trazendo mantimentos, dinheiro e brinquedos.

      Kathwhen Demarttel já não era uma camponesa. Deixou a vida no campo e na lama para tornar-se uma leide rica e respeitada. Quando uma carruagem puxada a cavalos parou e homens grandes e robustos abrirem a porta, a mulher mais bela que já viveu naquele vilarejo apareceu.

      Seus olhos são como mel escuro. Os cabelos são cacheados e longos a altura das nádegas. Ela exala pura beleza em meio às riquezas que cercam seu corpo. Colar e brinco de ouro. Uma tiara de prata e até mesmo um bracelete fino. Suas vestimentas eram azul como o céu mais claro e, sobre seu ombro, caia uma capa de couro negro.

     Todos param para observá-la. Mulheres a invejavam e os homens a cobiçava. Mas Kathwhen tinha quem a defendesse e estava completamente proibida. Encontrou dificuldade em descer da carruagem. Mas assim que o fez, entre seu perfeito corpo livre de todo tipo de imperfeições havia uma protuberância na altura da barriga.

     A mulher estava grávida.

     Subiu de vida ao ser desposada por um grande lorde proprietário de diversos castelos em terras distantes. Havia boatos de ser, talvez, um rei. Um imperador, talvez? Mas Kathwhen o descrevia como um lorde. Um rústico nobre de grande influência e poder.

      Muitos a achavam ridícula por insistir em voltar às suas origens a cada um mês. Mas ela simplesmente não conseguia se separar do que resta de sua família; Kathe Demarttel, uma senhora já na terceira idade conhecida a todos como bruxa. É de quem ela sempre busca conselhos.

     E sem importar-se com os farrapos sujos da senhora, abraçou a avó com ternura e amor.

     Logo, prestou-se atenção na sua irmã caçula. Katharyna não tinha mais do que 11 anos e já demonstrava toda sua graça. Mulheres da aldeia não a queriam por perto por ser neta de uma bruxa e filha de uma prostituta. Mas todos sabem que esse fato é esquecido quando a notícia de Kathwhen ser uma mulher extremamente rica chegou aos ouvidos dos homens.

     O único problema é que Katharyna é bela demais comparada às crianças de sua idade. E as mães sentiam-se incomodada com o fato de uma prostituta ser capaz de gerar uma criança tão bela. Provavelmente um feitiço da bruxa que fazia a menina ter grandes olhos mel. Cabelos cacheados e puro, uma pele branca como o leite e doces bochechas rosada.

Escravizada pelo Alpha - A ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora