C A P Í T U L O 42

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     Querido

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     Querido.

     Katharyna nunca havia chamado o Supremo de "querido".

     Querido…

     Nem um reles apelido carinhoso. Nunca. Jamais.

      Ele encarou o humano. Um homem visivelmente mais velho. Um escravo extraído da própria aldeia onde Katharyna viveu.

     "Querido"!

      A Lua de Sangue está próxima. Cada dia, cada hora e cada segundo mais próxima. Tudo que pode desencadear a ira dos machos lhycantropicos é um rival.

      Seus instintos mais primitivos chamam violência para provar seu valor a sua escolhida. E se conseguir, farão qualquer coisa para manter. Matariam pelo direito à acasalamento.

      E diante do pedido de Katharyna, todos ficaram em silêncio. Se ela desejava sua atenção, conseguiu. O Supremo pode atacar para matar ao mínimo movimento errado da mulher sentada na cadeira ao seu lado até mesmo de seu rival.

     Mas sua expressão é neutra. Nenhuma mudança. Nenhuma contração dos músculos, nenhuma veia saltando e nem sequer os punhos se fechando. Calmo e frio como sempre foi. O olhar estudando o homem é o único indício de aviso.

      Um homem jamais ataca uma mulher que queira ou seja sua. Mas por elas, são violentos. E Katharyna parece não entender com precisão o perigo que desencadeou. O que aquele olhar inalterável fixo no humano significa.

      Mas até o macho humano parece sentir. Perigo e ameaça. Seus instintos mais primitivos parece alertá-lo do perigo que é fazer um movimento errado. Mas a razão ignorante o leva a crer que são civilizados demais para isso. A aparência sofisticada e culta.

      Katharyna sorri, arrogante. Tentava disfarçar sua raiva. Sua angústia e sua humilhação. E insistiu mais ousadamente:

— Tragam uma cadeira para Lúcios. — Os olhos do Alpha caíram sobre ela. E o perigo aumentou. Havia desprezo da parte dela. Ela estava preferido o humano a ele. O ambiente ficou mais pesado. O rival estava ganhando a fêmea. E seus instintos já gritavam para matá-lo quando Katharyna proferiu: — Ele sentará ao meu lado.

     Foi o limite. O Alpha rosnou e, com a voz carregada de dominância e autoridade, disse:

— Basta, Katharyna!

      Lhycans não são apenas selvagens e violentos. São inteligente e cultos também. Sabem internar e comunicar-se. Falar verbalmente não significa que estão se contendo. Pelo ao contrário. Eles aceitam quem são e passam a ter orgulho disso. E se recorreu a comunicação verbal a uma forma de aviso, as coisas tendem a ficar feias.

     Tão feias que as gêmeas ao lado de Katharyna afastou-se discretamente. Relíquia permaneceu em alerta e pronto para defender Rdhā̶ɐn e as trigêmeas curandeiras buscavam rotas de fuga.

Escravizada pelo Alpha - A ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora