C A P Í T U L O 08

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     O dia amanheceu com o presságio de chuva

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     O dia amanheceu com o presságio de chuva. A umidade estava alta e as nuvens impediram o sol de esquentar a região. Foi quando Katharyna despertou.

     A cama estava confortável. As cobertas eram pesada em peles finas e escondida todo seu corpo. Encarou a janela entreaberta onde a corrente fria entrava e beijava seu rosto pálido.

     E então a porta foi aberta atraindo a atenção de seus olhos para três mulheres. Trigêmeas idênticas portadoras de uma beleza deslumbrante. Katharyna sentiu seu sangue congelar e sua barriga contrair-se em uma angústia que conhecia muito bem. Medo.

     Ela sentiu medo. Não poderia dizer como. As mulheres aparentavam delicadeza e fragilidade pela aparência calma e bela. Como um anjo sem asas. Mas o olhar cinza — como um negro chegado ao branco — é como encarar um predador. Três predadoras que encara uma humana doente e fraca em romance com o conforto que aquela cama.

     Katharyna nunca viu ninguém como elas e seu instinto de sobrevivência alerta sobre o perigo que representam. Já elas, por outro lado, só viam uma humana fraca e doente que mal alimentaria mais do que três filhotes.

     E assim aproximaram-se dela.

— Q-Quem são vocês?! — Katharyna conseguia escutar seu próprio coração nervoso. Seus nervos impedia seu corpo de relaxar mesmo que desejasse. Sentou na cama em uma posição menos exposta. E as mulheres continuaram a aproximar-se. — O q-que querem?

     Katharyna queria afastar-se, mas jamais conseguiria atravessar a parede. Quanto mais correria quando sequer consegue ficar em pé sem ajuda. Está assustada sem saber o porquê. É seu instinto de sobrevivência que vê-se encurralado por três predadores naturais.

— Não faremos nada a você. — Afirmou uma das mulheres. Katharyna atentou-se a essa em especial. A única coisa que a diferenciava das demais é um colar firme em sua garganta. Não é de ferro refinado. É prata pura que segura uma presa de quatro centímetros na garganta. A postura mais autoritária dava a ideia de ser a líder das mulheres. — Somos curandeiras a mando do Supremo.

— S-Supremo?

— Seu rei. — Katharyna se calou.

     Sentia-se mais aliviada. Por quê? Talvez pelo fato de saber que são curandeiras e ela está doente. Sente-se desconfortável com a aproximação delas, mas permaneceu quieta enquanto é supervisionada pelo cinza esbranquiçado das trigêmeas — como a brasa fria de uma grande fogueira.

     Mas no primeiro toque, Katharyna recuou. A mulher mostrou sua impaciência em uma respiração profunda buscando calma no ar gelado. Mas nem ao menos o frio parece mais incomodar a humana mais do que elas.

     Katharyna não confia nelas. Isso é óbvio pelo olhar desconfiado. Se sua mente fosse o de uma criança, poderia facilmente chamá-la de monstro em forma humana que veio ao quarto apenas para avaliá-la de modo gastronômico a mando do rei. Aquele rei audacioso que aproveitou-se de sua condição física para tocá-la.

Escravizada pelo Alpha - A ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora