Big Bad Wolf

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Situação: ORIGINAL + SOBRENATURAL

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Situação: ORIGINAL + SOBRENATURAL

Uma lenda local dizia que em toda noite de lua de sangue, uma jovem pura deveria ser deixada na floresta.

Tem um leve toque de Chapeuzinho Vermelho.



Menina boa.

Menina na floresta.

Menina de longos cachos negros, e de pele alva como os flocos de neve naquele rigoroso inverno.

Menina, teus olhos azulados eram invejados por muitas. Menina, tu eras cobiçadas por todos. Um único sorriso teu era o bastante para enfeitiçar muitos homens daquela pequena vila. Um único olhar teu era o bastante para fazê-los se apaixonar.

Olhos azuis; tão cristalinos quanto a mais pura água.

Olhos azuis; tão puros e inocentes quanto o teu coração.

Menina pura; teus olhos encantam, teu sorriso alegra.
Menina pura, de bom coração.
Menina boa que caminhava pela floresta. Menina boa que ajudava a seus pais e irmãos. Menina boa, tão gentil, tão delicada quanto os botões de rosas que carregava na cestinha.

Ela colhia flores, aquele era o melhor horário. Enquanto todos estavam quietos, enquanto ninguém a via.

Flores; quase tão bonitas quanto ela.

Menina, teu vestido branco feito à mão se arrastara pelo chão como a neve se arrastara pelo céu até você. Tu gostavas do inverno, não é mesmo?

Não se deixe enganar, menina boa.

Menina, não se confunda com os sussurros, não se confunda com a beleza da voz contida. O que é belo te engana, o que é sussurrado na verdade eram gritos disfarçados. O que é prometido pode ser descumprido, o que é fixo pode ser quebrado como os vidros que carregas contigo, mas o que é feito não pode ser desfeito.

Menina boa, menina de capa branca, tu podes ser um anjo ou o diabo disfarçado. O que carregas contigo? E esse sorriso? Seria tão simplesmente de pureza, ou haveria algo a mais?

Menina pura, menina alegre.

Não se enganes com a bela luz esverdeada. O que é belo te atrai, mas o que é belo pode se tornar feio.

O que é belo pode ser mortal.

Menina, não saia dos bosques, não caminhe pela floresta escura. Menina, não ouça a voz rouca que te chamas. Não siga o sussurro, não vá pela direção errada. Menina, não entre nas curvas da floresta. Menina, não cometa o erro de ir em direção ao riacho de água doce. O que é doce se torna amargo se tomado com luxúria.

Não tomes com luxúria, menina.

Não ceda ao pecado.

Não vá em direção ao riacho, não escolha o caminho sem luz. Não confie nos olhos que te guiam, não caia na armadilha em que muitas outras já caíram. Não siga o que é belo, não entre na toca escura. Não aceite a mão que te oferecem.

Não confie no brilho verde daqueles olhos.

Menina boa, menina pura.

Menina teu grito não pôde ser ouvido, tua vida não pôde ser poupada. Tu deverias saber menina que ninguém entra na floresta à noite e que, se o fizessem, não sairiam mais. Não havia retorno. Nunca havia.

Menina boa, menina pura.

Menina de olhos cristalinos, menina que não ouve os contos antes de ir dormir. Menina que não segue os conselhos, menina que não quis ouvir. Menina boa, menina pura que dizia não temer a nada, que não sabia de nada, menina que não conhecia a verdade por trás das histórias fantasiosas.

Menina, aqueles olhos verdes te enganaram, te seduziram, te levaram para a toca escura e lá tu encontraras tua morte. O belo te cegou, os longos cabelos castanhos te enganaram, suas promessas foram falsas, oh menina, aqueles olhos verdes te cegaram. O corpo alto e forte te seduziu, oh menina. Nada era real, menina boa. O sorriso largo, cheio de dentes e malícia deveria ter-te repelido, mas ele só fez com que ficasses ainda mais curiosa.

Menina boa, oh menina boa, ninguém pôde ouvir os teus gritos. Ninguém pôde ouvir as tuas súplicas diante do belo homem que se transformava em uma enorme fera de pelo negro.

Teus olhos, oh os teus olhos menina. Os teus olhos que se arregalaram assustados diante de tal revelação. Os teus olhos que não possuíam nenhuma ou qualquer maldade. Os teus olhos que não conheciam a malícia, que não conheciam a escuridão. Os teus olhos azulados que só enxergavam a pureza e a bondade nas pessoas. Teus olhos que não sabiam de nada, teus olhos que eram inocentes.

Tu não sabias de nada, menina boa. Deverias ter ouvido as cantigas e os contos antigos contados pelos mais velhos nas noites de lua cheia, nas noites em que ninguém saía de suas casas bem protegidas. Deverias conhecer a lenda, deveria conhecer a história por trás dos gritos de cada menina a cada ano que se passava. Tu foste apenas mais uma; pobre menina boa. Não seria lembrada. Caiu em uma armadilha, entregou-se ao belo par de olhos esverdeados.

Cedeu a luxúria que eles lhe instigavam.

No final, tudo o que sobrou fora os fiapos do que um dia fora o teu belo corpo. Teu vestido branco fora manchado eternamente pelo vermelho de teu sangue.

Não irias mais cantar pela floresta.

Ninguém nunca mais ouviria tua voz, veria teu lindo sorriso ou olharia em teus olhos azulados.

Teus olhos que eram tão invejados...

Teus olhos que pela primeira vez viram que nem tudo que é belo significa ser puro. Tu eras pura, ele não.

Mas o que não sabias, oh menina boa, era que seus gritos puderam ser ouvidos. Teus gritos e súplicas foram ouvidos por todos que estavam acordados naquela noite de lua cheia. Tu não sabias que ninguém dormira naquela noite. Não sabias que teus pais e tua família permaneceram acordados por dias e noites lamentando o fato de que não puderam ajudar-te. Tu não sabias, menina boa, que não estava naquela parte do bosque em vão. Não sabias que era a escolhida. Não sabias que a lenda era verdadeira.

Menina boa, menina pura. Tua beleza era um castigo e por ele pagaste com a própria vida.
Menina, teus gritos foram ouvidos. Mas ninguém teve coragem o bastante para deixar o refúgio e ir te salvar.

Oh menina boa, menina pura.

Menina de grande beleza, menina de grande coração. A juventude que escorria por suas veias, agora pertence a ele.

Menina boa, menina pura. Tu eras a escolhida, a única bela o bastante para ser deixada, a única bela o bastante para ele, a única ingênua o bastante para seguir o caminho sem volta. Tua curiosidade te cegou. Tua beleza era uma maldição, menina.

Oh menina boa, oh menina pura; teu jovem coração já não bate mais.

Oh menina boa, oh menina burra; deverias ter ouvido as histórias enquanto ainda vivia e deverias ter fugido enquanto podia. Deverias saber que você seria a escolhida. Não havia sido igual com a menina de olhos âmbar?

Oh menina boa, oh menina burra; caíste na toca do lobo e de lá... não mais saiu.

S&P + bangtan⏺️finishedOnde histórias criam vida. Descubra agora