Capítulo 5

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Peter entrou no elevador e parecia mais inquieto do que nunca.

— Então... – Ele começou, olhando para o chão. Olhei para ele, esperando – O que tá achando daqui?

— É bem legal. Bem melhor que meu antigo emprego.

— Jura? Onde trabalhava?

— Em uma venda perto de casa. Era legal, mas eu sempre voltava cheirando a donuts.

— Eu gosto de donuts...

Olhei para ele e ri levemente. Aquilo não podia ser sério. Após alguns instantes de silêncio, Peter perguntou:

— Gosta de Guns?

— O quê?

— Sua camiseta. Guns N' Roses.

— Ah. Gosto sim. São ótimos.

— Eu gosto também.

As portas do elevador se abriram e eu saí buscando a sala do diretor, sem falar mais nada. Aliás, deveria?

Entreguei os relatórios e fui voltar para minha sala. De volta ao elevador, fiquei pensando no quão desconfortável seria ter que usar roupas sociais todos os dias.

Voltei ao trabalho. Organizei planilhas, separei documentos, encaminhei milhares de e-mails e, antes que pudesse me dar conta, o relógio marcava 18h. Peguei minhas coisas, saí e tranquei minha sala. Ao chegar no hall principal, avistei Happy (o engravatado de cara fechada) e uma moça a seu lado. Provavelmente era a Srta. Potts.

— Está pronta, Srta. Jones? – Perguntou ela, docemente.

— Sim. Você deve ser a Srta. Potts.

Ela sorriu e fez que sim com a cabeça. Entramos no carro e Happy nos levou até o shopping.

Entramos em uma loja e, puxa, eu me sentia perdida. Potts perguntou minha numeração para poder procurar roupas do meu tamanho.

— Tem saltos em casa, querida?

— Bom, acho que tem um da minha mãe que...

— Certo. Não diga mas nada.

Poucos minutos depois, ela chegou com uma pilha de camisas, blazers, calças e saias, e Happy apareceu atrás com uma pilha de caixas.

— Vamos para o provador! – Disse ela.

Não sei dizer quantas vezes entrei e saí daquele provador, e muito menos quanto tudo aquilo custou, mas Potts tranquilizou-me, dizendo que seria como um "presente".

Em determinado momento, saí do provador para mostrar para ela aquela combinação. Ela observou, observou e disse:

— Coloca esse blazer. Vamos ver.

Obedeci e vesti o blazer, sentindo-me uns 20 anos mais velha.

— Ah, melhor! – Concluiu ela, observando-me minuciosamente.

No caminho de volta, olhei para Potts e disse, um pouco sem graça:

— Obrigada por tudo o que fez por mim hoje, Srta. Potts.

— Não precisa agradecer, querida. E pode me chamar de Pepper.

— Helena. Pode me chamar de Helena.

Sorrimos, e Happy parou o carro em frente à minha casa. Ele pegou as caixas e sacolas enquanto eu abria a porta.

— Quer ajuda? – Perguntei.

— Não se preocupe, Srta. Jones. Com licença. – Ele disse, entrando com a montanha de compras.

— Helena? – Ouvi minha mãe me chamar, vindo da cozinha – Helena, por que chegou tard... Mas o que é tudo isso???

— Oi mãe. Desculpa a demora. O Sr. Stark disse que eu deveria usar roupa social no trabalho, então me mandou junto com a Pepper pra comprar algumas.

— Meu Deus do céu! Isso deve ter custado uma fortuna!

— Não se preocupe, Sra. Jones. Foi uma cortesia do Sr. Stark. – Disse Pepper.

— Muito obrigada! Você deve ser a Srta. Potts.

Ela assentiu com a cabeça.

— Bom, se me dão licença, eu preciso ir agora. Até amanhã, Helena.

— Até Pepper! Obrigada! Tchau Happy! Obrigada também!

— Boa noite, Srta. Jones.

Eles entraram no carro e foram embora.

— Helena Carter Jones! – Exclamou minha mãe.

Olhei para ela. Quando me chamava pelo nome completo, boa coisa não era. Eu já previa a bronca.

— O que é tudo isso?

— Não é culpa minha! Foi o Sr. Stark! Foi uma exigência, e eu não quero perder o emprego na primeira semana. Você sabe que odeio roupa social.

— Tony não mudou nada. Continua gastando dinheiro de olhos fechados. – Ela murmurou.

Olhei para ela com desconfiança.

— Tony? Quanta intimidade.

— Já falei. Fomos amigos quando eu era jovem.

Dei de ombros.

— Mas vai, me conta! Como está indo? – Perguntou ela, curiosa.

— Bem, eu acho. Os dados estavam meio desorganizados, então estou tendo bastante trabalho, mas eu gosto, então tá de boa.

— Tenho muito orgulho de você, querida. – Disse, dando-me um beijinho na testa.

Sorri. Minha mãe sempre deixou explícito o amor e orgulho que sentia pormim, e isso sempre me incentivou.

I (don't) Need a Hero!Onde histórias criam vida. Descubra agora