— Tudo bem? – Perguntou Tony, percebendo meu estado.
Fiz que sim com a cabeça e entrei de uma vez. Tudo estava como ela havia deixado. Passei lentamente pela sala e subi as escadas, rumo aos quartos.
Ao passar em frente ao quarto de minha mãe, parei. Eu queria entrar, mas não sabia se conseguiria. Tony pousou a mão sobre meu ombro e disse:
— Uma coisa de cada vez. Vamos pegar suas coisas, e então você vem se despedir.
Não contestei. Fomos até meu quarto, e os momentos passados ali invadiram minha memória.
— Olha! Sou eu ali? – Perguntou Tony, apontando para um pequeno pôster colado em minha parede. Acima de sua foto dizia "gênio do ano".
— Sim. Seu trabalho sempre me inspirou.
Ele sorriu, e eu retribuí.
— Bom, vamos começar então. Vou pegar as roupas dessas gavetas, e você pega as que estão nos cabides. – Falei.
— Sim, senhora. – Brincou ele.
Começamos a pegar todos os meus pertences e separá-los. Roupas, sapatos, material escolar, livros, objetos pessoais, e aproveitamos para separar algumas para doar.
— Mas peraí! – Exclamei – Como vamos levar tudo isso pra sua casa?
— Happy está vindo com uma carreta. Vamos encaixotar tudo e separamos o que você quer levar pra casa e o que quer doar.
— Ok.
Estava pegando meu notebook e colocando na pilha que eu ia levar, quando Tony indagou:
— O que tá fazendo? Vai levar essa carcaça?
— Ei! Não fala assim dele! Esse computador já me salvou com muito dever de casa, ok? Ele só tá velhinho.
— Quanto tempo ele demora pra ligar? Três dias?
— ... Isso não importa. Ele dá uma travadinha às vezes, mas...
— Joga isso fora, Helena. Eu compro um pra você depois.
— É tão fácil assim?
— Você lembra com quem tá falando?
— Gênio, bilionário, playboy e filantropo. Entendi.
— É isso aí. Anda, vamos continuar com isso.
Continuamos separando tudo quanto foi possível, e as horas passaram depressa. Ao terminarmos, olhei no relógio e vi que já passava das onze horas.
— Pronto. Mais alguma coisa? – Perguntou Tony.
— Não. Acho que pegamos tudo daqui. Deve ter algumas coisas no quarto da minha mãe.
Fomos até o quarto dela. Foi difícil entrar ali, mas respirei fundo e me concentrei em não chorar.
Separei suas coisas. Eu não queria me desfazer, e confesso que peguei muitas de suas roupas que me serviam. Era terrível para mim ter que colocar suas coisas para a doação. Para que estranhos usassem.
Peguei seus livros para mim também, e até mesmo o vidro de seu perfume preferido, que às vezes eu também usava. Minha vontade era de levar comigo tudo o que era dela, mas sabia que tinha de me controlar. Suspirei e disse, virando-me para Tony:
— Acho que é tudo.
Ele deu um sorrisinho triste, compreendendo minha dor.
— Vou estar esperando no carro pra irmos almoçar.
Sozinha no quarto, peguei o travesseiro de minha mãe e abracei, sentindo seu perfume que ainda estava ali. Senti as lágrimas escorrendo por meu rosto e não tentei pará-las.
Após alguns instantes ali, dei um último abraço naquele travesseiro, olhei para aquele quarto uma última vez e virei as costas, com o coração apertado.
Enxuguei as lágrimas e saí porta afora, trancando a casa e logo em seguida entrei no carro, onde Tony checava seu celular.
— Com fome? – Perguntou.
Fiz que sim com a cabeça, fungando.
Após algum tempo dirigindo, ele entrou na fila do drive-thru de um fast food. Confesso que esperava vê-lo parar em frente a algum restaurante caro, mas fiquei aliviada por comer em um lugar comum.
— O que vai querer? Pode pedir o que quiser, sabe que dinheiro não é problema.
— Ahn... Um cheese bacon, uma batata e uma coca. Ah, sem picles.
Ele assentiu. Paramos e Tony abaixou o vidro para fazer o pedido:
— Um cheese bacon e um cheese bacon duplo, uma batata e duas cocas. Ah, e tire os picles.
— Também tira os picles? – Perguntei.
— Detesto picles.
Sorri. Talvez não fôssemos assim tão diferentes, afinal. Após um tempo esperando naquela fila de carros que parecia não se mover, conseguimos finalmente pegar nossos lanches.
— Acho bom não derrubar nada nesse carro. – Disse ele.
Fiz que sim com a cabeça, comendo em cima do saquinho para não derrubar nada. Eu podia facilmente imaginar o escândalo que Tony faria caso eu derrubasse um gergelim daquele pão em seu carro.
Paramos em frente ao que parecia um grande escritório, e Tony abriu a porta do carro.
— Vou entrar e assinar uns documentos. Espera no carro.
— Você vai assinar documentos comendo um cheese bacon?
— Vou.
— Sabe que não pode fazer isso, né?
— Eu posso tudo. – Disse ele, caminhando tranquilamente até a entrada do prédio enquanto abocanhava seu lanche.
Sorri. Gênio forte era pouco para descrever Tony.
—————————————————————————————————————
Cerejinhaaaas! Me perdoem pelo atraso! Eu tive uns problemas e realmente só consegui postar agora!! Espero que estejam curtindo essa nova fase da vida da nossa Helena tanto quanto ela KKKK
Beijinhosssss ♥
VOCÊ ESTÁ LENDO
I (don't) Need a Hero!
RomanceImagine como seria perder o emprego, encontrar o bilionário Tony Stark conversando amigavelmente com sua mãe e descobrir que você vai trabalhar com ele, tudo no mesmo dia. São essas e outras situações inimagináveis que ocorrem no dia a dia de Helena...