Abri um pouco os olhos, ainda sonolenta e com a visão turva. Vi um vulto sentado ao meu lado e automaticamente me afastei, tentando me levantar.
— Ei, tá tudo bem.
Esfreguei os olhos e confirmei o que meus ouvidos me diziam. Era ele. Peter estava ali. Suspirei, aliviada, e fui até ele, aninhando-me em seu abraço.
— Fiquei tão preocupada! Você tá bem? – Perguntei.
— Tô sim. E você?
— Tô bem. Faz tempo que chegou?
— Uns quinze minutos.
— E por que não me acordou?
— Porque você dormindo abraçada com a minha camiseta foi a coisa mais fofa que eu já vi. Não deu coragem de te acordar.
E foi então que percebi que eu ainda estava segurando a camiseta de Peter. O garoto havia tirado seu traje de herói, e estava vestindo apenas sua calça. Olhei para ele e, ao invés de devolver a camiseta, aninhei-me em seu abraço, recostando-me sobre seu peito nu.
— Não vai devolver minha camiseta? – Perguntou Peter.
— Não. Gosto de quando você fica sem camisa. Você é quentinho.
Peter riu suavemente e me envolveu com seus braços, dando-me um beijinho na cabeça.
— Deu tudo errado. – Disse ele, após alguns instantes de silêncio.
— Como assim?
— Ah, Lena… Era pra ser uma noite perfeita. Eu ia te pedir em namoro com calma, passar um tempo com você. Eu mal terminei de falar e já tive que te deixar aqui sozinha.
— Nós dois sabíamos que não seria um relacionamento fácil, e nos propomos a enfrentar isso juntos, lembra? Eu sempre soube que se ficássemos juntos, teria que entender que tem pessoas que dependem de você, e eu entendo.
— Eu só quero ser um bom namorado pra você.
Saí de seu abraço para poder olhar em seus olhos.
— E você é! Peter, Olha tudo o que você tem feito desde que nos conhecemos. Olha pra esse lugar. Mesmo que a noite não tenha sido como planejamos, nós estamos juntos agora. É o que importa.
Peter olhava para mim com ternura, seus lábios com um singelo sorriso. Ele colocou uma mecha de meu cabelo atrás da orelha e disse:
— Que bom que eu não desisti de você.
Sorri. Como foi bom ouvir aquilo. Encostei-me novamente em seu peito e comecei a passar a unha do dedo indicador suavemente por sua pele, traçando linhas imaginárias.
— O que tá fazendo? – Questionou Peter.
— Prestando atenção nos seus detalhes. De onde é essa cicatriz? – Perguntei, passando o dedo levemente sobre a marca de um corte já cicatrizado.
— Uma das muitas confusões em que já me meti. Mas cuidaram bem de mim nesse dia.
— Cuidaram? – Perguntei, sentindo uma pontinha de ciúme.
— Sim. Foi uma mocinha bem teimosa que não queria assumir o que sentia.
Foi então que me lembrei. Aquele fora um dos diversos ferimentos de Peter dos quais cuidei naquela noite em que estávamos em sua casa.
— Cicatrizou rápido. – Falei.
— Foi por causa da picada da aranha… Eu tenho uma cicatrização rápida mesmo.
— Eu namoro um mutante.
— Mutante, não. Herói.
Revirei os olhos, rindo levemente.
— Ainda quer olhar as estrelas? – Perguntou ele.
— Tenho uma ideia melhor.
Antes que Peter pudesse questionar, beijei-o intensamente. Eu sempre ficava apreensiva quando ele corria perigo para defender as pessoas, então sempre me sentia na obrigação de aproveitar sua presença o máximo possível.
Peter agarrou-me pela cintura e puxou-me para si, fazendo com que acabássemos deitados no chão. Ele arrastou seus lábios até meu pescoço, onde começou a sugar e dar mordidinhas.
Apesar de já não ser a primeira vez em que o clima esquentava entre nós, eu estava um pouco nervosa. Havíamos somente nós ali, e eu sabia que se começássemos algo, não haveria ninguém para nos parar, e eu não sabia dizer se isso era bom ou não.
Peter levou as mãos até meu quadril e surpreendeu-me quando não parou aí, indo até minha bunda e apertando-a. Querendo provocar também, mordi seu lábio inferior, enquanto pressionava meu corpo contra o dele, sentindo o quão excitado o garoto se encontrava.
Com a respiração ofegante, Peter segurou em minha camiseta e olhou em meus olhos. Era um pedido de permissão para retirá-la. Ergui meus braços para facilitar seu serviço.
O sutiã preto de renda era a única peça que ainda cobria meu busto, permitindo que eu sentisse o calor da pele de Peter diretamente na minha. Insaciado, o garoto abriu os botões de minha calça e a retirou, deixando-me seminua, e fez o mesmo consigo também, deixando ambas as calças jogadas no chão próximas a nós.
E foi então que o clima esquentou de vez. Peter beijava-me intensamente, pressionando-me contra si e deixando explícito todo o seu desejo. As mãos iam e vinham, ora apertando minha bunda, ora acariciando minhas costas, ora subindo para meus seios, e ainda que tudo fosse intenso e até mesmo meio selvagem, ainda era visível o carinho e cuidado de Peter. Era visível o quanto ele se preocupava em ser doce e não me deixar desconfortável em momento algum.
Subitamente, o garoto separou seus lábios dos meus e olhou para mim por um instante. Sem dizer nada esticou o braço e colocou a mão no bolso de sua calça, que estava próxima.
Assim que Peter retirou sua mão do bolso, percebi que segurava algo. Preservativo. Olhei em seus olhos, e ele devolveu o olhar, esperando por uma resposta. Eu entendi. Aquela noite seria cheia de emoções.
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I (don't) Need a Hero!
RomanceImagine como seria perder o emprego, encontrar o bilionário Tony Stark conversando amigavelmente com sua mãe e descobrir que você vai trabalhar com ele, tudo no mesmo dia. São essas e outras situações inimagináveis que ocorrem no dia a dia de Helena...