Capítulo 65

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Fui para a minha sala e comecei a trabalhar, tentando fingir que o mundo não estava desmoronando em cima da minha cabeça. Mandei uma mensagem para Pepper pedindo que fosse até minha sala assim que possível, e ela não tardou a aparecer.

— Queria falar comigo, querida? – Perguntou Pepper, entrando na sala.

— Pepper, eu preciso da sua ajuda!

Contei a ela toda a situação da notícia e o quanto aquilo me deixava nervosa, e ela pediu que eu me mantivesse calma.

— Feliz ou infelizmente, sua aparição na mídia vai ser bastante frequente a partir de agora. Quanto à essa notícia, vamos dar um jeito e fazer com que as pessoas saibam da verdade.

Suspirei, tensa. Pepper me abraçou e disse:

— Vai ficar tudo bem. Eu prometo.

— Obrigada, Pepper. Ah... Tem mais uma coisa.

— Diga.

— Peter recebeu alta hoje e... Bom... Eu queria sair com ele essa noite, sabe? Pra comemorar a recuperação dele. Mas Tony não quer deixar de jeito nenhum.

— E então você quer que eu convença o senhor zangado?

Dei um sorrisinho sem jeito, como quem pede por favor.

— Tá bem, vou conversar com ele. Tony tem se mostrado um pai bastante ciumento. – Ela riu.

— Nem me fale.

— Mas isso é porque ele te ama e já perdeu dezesseis anos na sua vida. Você entende, não é? Aos poucos ele se acostuma com a ideia de que você não é uma criança.

— Talvez se ele tivesse um bebê pra cuidar... – Falei, e Pepper olhou para mim desconcertada.

— Ok, tô só brincando. – Tranquilizei-a.

— Vou conversar com Tony. – Disse ela, saindo da sala.

Continuei trabalhando e tentando manter o foco, embora as milhares de outras coisas na minha cabeça lutassem por espaço.

Ao final do expediente, peguei minhas coisas e desci até o Hall para esperar por Tony.

— Querida, você vai comigo hoje. – Disse Pepper, pegando a chave de seu carro.

Assenti e fui até o carro com Pepper.

— Conversei com ele. – Disse ela, com um sorrisinho.

— E...?

— Dei o meu melhor. Agora resta saber se ele vai me ouvir. Você sabe como Tony é cabeça dura.

— É... Eu seu bem.

Ao chegarmos, o carro de Tony já estava estacionado. Ele provavelmente havia saído da empresa antes de nós. Entrei e o vi levando algumas peças metálicas para o andar de baixo, o lugar onde ele mexia em seus projetos e deixava sua armadura.

— Chegamos. – Avisou Pepper.

— Olá, Pep. Oi, Helena.

— Oi. – Respondi, olhando insistentemente para ele.

— ... O que foi?

— Você sabe o que foi. Estou esperando uma resposta, e não vou aceitar um não.

Ele ergueu uma sobrancelha, provavelmente desaprovando minha audácia, mas não recuei. Continuei olhando firmemente em seus olhos.

— Olha só, eu não acho uma boa ideia você sair com o Peter, tá legal?

— E por que não?

— Por que eu disse não.

— Ok, agora um motivo válido.

— Você é nova demais pra namorar.

Arqueei as sobrancelhas. Eu não podia acreditar em tamanha cara de pau.

— Tony... Você sabe que não tem moral nenhuma pra falar isso, não sabe?

— Ela tá certa. – Defendeu-me Pepper. Tony arqueou as sobrancelhas para ela, que continuou – Vamos lá, Tony. Até eu já tinha um namorado aos dezesseis. E acho que não precisamos lembrar de como você era nessa idade.

Ele fez cara de poucos amigos.

— Se não quer me deixar sair com o Peter, tudo bem. Mas depois não reclame se eu aparecer aqui com um cara que conhecer na internet e...

— Tá legal! Tá legal! Mas quero você em casa às dez.

— Onze.

— Dez e meia e não se fala mais nisso.

Sorri, vitoriosa.

— Valeu, Tony. – Dei um beijinho em seu rosto e subi rapidamente as escadas até meu quarto. Não pude deixar de notar a surpresa de Tony por esse ato de afeto, e confesso que achei fofo.

Fechei a porta do quarto e mandei uma mensagem para Peter perguntando onde iríamos hoje. Ele pareceu surpreso por Tony ter me deixado sair, e sugeriu que fôssemos ao shopping. Concordei e disse que estaria pronta em uma hora.

Fui tomar banho e me preparar para o meu encontro (como era estranho dizer isso). Lavei e sequei os cabelos, mas na hora de decidir o que vestir, fiquei na dúvida. Resolvi, então, mandar mensagem para Sofia e pedir que ela me ajudasse.

Acho que não preciso dizer que ela simplesmente surtou quando eu disse que ia sair com Peter. Após uns 5 minutos só pedindo para ela focar, consegui fazer com que ela se acalmasse e me ajudasse a escolher o que vestir.

Sofia insistia que eu devia tentar usar um vestido ou algo mais doce, e eu insistia em dizer que odiava vestidos. Após muita discussão, chegamos em um acordo: blusa branca larguinha, calça preta, All Stars brancos e uma jaqueta. Deixei os cabelos soltos e caprichei no perfume.

I (don't) Need a Hero!Onde histórias criam vida. Descubra agora