Capítulo 14

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Já na empresa, respirei fundo e fui conversar com Tony. Bati na porta, e a Srta. Potts saiu poucos segundos depois.

— Pois não, Srta. Jones? – Disse Tony, de dentro da sala.

— Interrompi alguma coisa?

— O quê? Não. Claro que não. Estava apenas checando minha agenda com a Pep... Com a Srta. Potts.

— Entendi...

— Mas então, O que a traz aqui?

— Sr. Stark, precisamos conversar.

— Sou todo ouvidos.

— Andei conversando com Peter sobre os acontecimentos no Brooklyn.

— Ele falou disso pra você? Esse garoto não desiste.

— Sr. Stark, se me permite, o que ele disse faz total sentido. A taxa de criminalidade essa semana subiu de 13 pra 38%. Esses números são preocupantes.

Ele olhou para mim, quieto, até que decidiu falar:

— Srta. Jones, você deve saber que nossa organização é responsável por intervir em situações que fogem do controle da polícia. Não focamos em assaltos a senhorinhas.

— Sr. Stark, Peter disse ter visto armas desconhecidas, nada parecido com criações humanas. Ainda acho que o senhor deva ficar atento. As vítimas estão desaparecendo pouco tempo depois dos ataques.

Ele suspirou, pensativo.

— Vou ver o que posso fazer.

— Estarei esperando uma resposta. – Falei, convicta.

Levantei-me e deixei a sala, levemente preocupada. Não conseguia ver seriedade na última frase de Tony.

Desci as escadas rumo ao grande pátio de treinamento que havia na empresa, procurando por Peter. O local era bem espaçoso. Sim, até isso havia ali.

Ao chegar, abri a porta e encontrei Peter treinando. O garoto não me ouviu chegar, estava concentrado em pular de uma parede para outra e lançar teias.

— Peter? – Chamei.

Ele se assustou, desequilibrou e caiu. Foi engraçado, mas tentei não rir.

— Ah meu Deus! Você tá bem? – Perguntei, correndo até ele.

— É, acho que sim. – Respondeu, ainda deitado no chão.

Ajudei-o a se levantar enquanto contava sobre a conversa com Tony.

— Eu falei com Sr. Stark. – Disse, um pouco mais devagar do que gostaria.

— Mesmo? E aí?

Ele tirou sua máscara e passou a mão pelos cabelos. Como eu odiava quando ele fazia isso. Era irritantemente atraente.

— Disse que vai ver o que pode fazer. Não senti muita firmeza.

— Droga...

— Não se preocupa. Vamos dar um jeito.

— Espero que sim.

— Bom, era só isso. Você pode voltar pro seu... Treino. – Falei, segurando meu colar.

— Ah. Certo.

Saí do pátio e voltei para minha sala. Estava surpresa. Era estranho ver Peter cara a cara daquele jeito, como Homem Aranha, e eu não esperava ficar tão tensa ao vê-lo assim. Meu coração havia acelerado.

— Com certeza é pelas escadas que subi. – Falei para mim mesma, tentando me convencer.

Durante o resto do dia, meu trabalho foi dividido entre fazer as coisas da empresa e ficar de olho nos acontecimentos dos quais Peter e eu desconfiávamos. Anotava qualquer situação estranha.

Ao fim do dia, estava almejando chegar em casa. Queria descansar um pouco a mente. Não demorei a dormir. Acabei sonhando com Peter e acordei levemente preocupada. Não gostava da ideia do garoto rondando minha mente.

Mais um dia começava. Cheguei no colégio e encontrei Sofia conversando com Charlie.

— Bom dia. – Falei, sonolenta.

— Bom dia.

— Galera, vou indo nessa. Preciso conversar com o Yan. – Disse Charlie, saindo.

— Perdi algo? - Perguntei à Sofia.

— Não. Só ele perguntando a matéria da prova de amanhã.

— Entendi.

— E quando você vai ouvir meu conselho?

— Conselho?

— Não se faz de boba. Você sabe que tô falando do garoto.

— Ai Sofia... De novo isso? Peter e eu somos amigos. Só isso. Nós trabalhamos juntos e temos uma relação profissional e de amizade. Nada mais.

— Sei. E falando em trabalho, você não me falou até hoje onde tá trabalhando.

Gelei. Nunca escondi coisas de Sofia, mas isso eu não podia falar.

— Seguinte. Eu vou falar, mas você não vai falar pra ninguém. Entendeu? Absolutamente ninguém!

— Nossa, tá trabalhando no FBI? Prometo, esquisita.

Respirei fundo, tentando pensar em uma desculpa.

— Na... Nas Indústrias Stark. – Disse, tentando passar convicção.

— A vá, Helena. Virou criadora de tecnologia bélica agora?

— Não, bobona. Tô no setor administrativo.

— Sério mesmo? Sem brincadeira?

— Sério.

— Que incrível! Você fala com o Tony Stark? Ele é tão bonito pessoalmente quanto é pela televisão?

— Por que todo mundo pergunta isso?

— Porque ele é bonitão.

Revirei os olhos. Minha história não era tão mentira... A torre realmente era dele, não era? Contei algumas coisas para Sofia (ou deveria dizer inventei?). Ela me chamou para irmos, e falei que ia pegar minhas coisas e a encontraria na sala em um minuto.

I (don't) Need a Hero!Onde histórias criam vida. Descubra agora