Já na empresa, respirei fundo e fui conversar com Tony. Bati na porta, e a Srta. Potts saiu poucos segundos depois.
— Pois não, Srta. Jones? – Disse Tony, de dentro da sala.
— Interrompi alguma coisa?
— O quê? Não. Claro que não. Estava apenas checando minha agenda com a Pep... Com a Srta. Potts.
— Entendi...
— Mas então, O que a traz aqui?
— Sr. Stark, precisamos conversar.
— Sou todo ouvidos.
— Andei conversando com Peter sobre os acontecimentos no Brooklyn.
— Ele falou disso pra você? Esse garoto não desiste.
— Sr. Stark, se me permite, o que ele disse faz total sentido. A taxa de criminalidade essa semana subiu de 13 pra 38%. Esses números são preocupantes.
Ele olhou para mim, quieto, até que decidiu falar:
— Srta. Jones, você deve saber que nossa organização é responsável por intervir em situações que fogem do controle da polícia. Não focamos em assaltos a senhorinhas.
— Sr. Stark, Peter disse ter visto armas desconhecidas, nada parecido com criações humanas. Ainda acho que o senhor deva ficar atento. As vítimas estão desaparecendo pouco tempo depois dos ataques.
Ele suspirou, pensativo.
— Vou ver o que posso fazer.
— Estarei esperando uma resposta. – Falei, convicta.
Levantei-me e deixei a sala, levemente preocupada. Não conseguia ver seriedade na última frase de Tony.
Desci as escadas rumo ao grande pátio de treinamento que havia na empresa, procurando por Peter. O local era bem espaçoso. Sim, até isso havia ali.
Ao chegar, abri a porta e encontrei Peter treinando. O garoto não me ouviu chegar, estava concentrado em pular de uma parede para outra e lançar teias.
— Peter? – Chamei.
Ele se assustou, desequilibrou e caiu. Foi engraçado, mas tentei não rir.
— Ah meu Deus! Você tá bem? – Perguntei, correndo até ele.
— É, acho que sim. – Respondeu, ainda deitado no chão.
Ajudei-o a se levantar enquanto contava sobre a conversa com Tony.
— Eu falei com Sr. Stark. – Disse, um pouco mais devagar do que gostaria.
— Mesmo? E aí?
Ele tirou sua máscara e passou a mão pelos cabelos. Como eu odiava quando ele fazia isso. Era irritantemente atraente.
— Disse que vai ver o que pode fazer. Não senti muita firmeza.
— Droga...
— Não se preocupa. Vamos dar um jeito.
— Espero que sim.
— Bom, era só isso. Você pode voltar pro seu... Treino. – Falei, segurando meu colar.
— Ah. Certo.
Saí do pátio e voltei para minha sala. Estava surpresa. Era estranho ver Peter cara a cara daquele jeito, como Homem Aranha, e eu não esperava ficar tão tensa ao vê-lo assim. Meu coração havia acelerado.
— Com certeza é pelas escadas que subi. – Falei para mim mesma, tentando me convencer.
Durante o resto do dia, meu trabalho foi dividido entre fazer as coisas da empresa e ficar de olho nos acontecimentos dos quais Peter e eu desconfiávamos. Anotava qualquer situação estranha.
Ao fim do dia, estava almejando chegar em casa. Queria descansar um pouco a mente. Não demorei a dormir. Acabei sonhando com Peter e acordei levemente preocupada. Não gostava da ideia do garoto rondando minha mente.
Mais um dia começava. Cheguei no colégio e encontrei Sofia conversando com Charlie.
— Bom dia. – Falei, sonolenta.
— Bom dia.
— Galera, vou indo nessa. Preciso conversar com o Yan. – Disse Charlie, saindo.
— Perdi algo? - Perguntei à Sofia.
— Não. Só ele perguntando a matéria da prova de amanhã.
— Entendi.
— E quando você vai ouvir meu conselho?
— Conselho?
— Não se faz de boba. Você sabe que tô falando do garoto.
— Ai Sofia... De novo isso? Peter e eu somos amigos. Só isso. Nós trabalhamos juntos e temos uma relação profissional e de amizade. Nada mais.
— Sei. E falando em trabalho, você não me falou até hoje onde tá trabalhando.
Gelei. Nunca escondi coisas de Sofia, mas isso eu não podia falar.
— Seguinte. Eu vou falar, mas você não vai falar pra ninguém. Entendeu? Absolutamente ninguém!
— Nossa, tá trabalhando no FBI? Prometo, esquisita.
Respirei fundo, tentando pensar em uma desculpa.
— Na... Nas Indústrias Stark. – Disse, tentando passar convicção.
— A vá, Helena. Virou criadora de tecnologia bélica agora?
— Não, bobona. Tô no setor administrativo.
— Sério mesmo? Sem brincadeira?
— Sério.
— Que incrível! Você fala com o Tony Stark? Ele é tão bonito pessoalmente quanto é pela televisão?
— Por que todo mundo pergunta isso?
— Porque ele é bonitão.
Revirei os olhos. Minha história não era tão mentira... A torre realmente era dele, não era? Contei algumas coisas para Sofia (ou deveria dizer inventei?). Ela me chamou para irmos, e falei que ia pegar minhas coisas e a encontraria na sala em um minuto.
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I (don't) Need a Hero!
RomanceImagine como seria perder o emprego, encontrar o bilionário Tony Stark conversando amigavelmente com sua mãe e descobrir que você vai trabalhar com ele, tudo no mesmo dia. São essas e outras situações inimagináveis que ocorrem no dia a dia de Helena...