Eu não podia acreditar. Eu tinha medo de que espalhassem rumores sobre Tony ser meu pai, mas conseguiram deixar aquilo ainda pior.
— Ah, não. – Consegui dizer, somente.
— O que você vai fazer agora? – Perguntou Charlie.
— Não sei. Talvez dizer que ele é só meu chefe e...
— Tá doida? – Cortou Sofia – Aí você vai virar a secretária safada da história!
— Pior que ela tá certa. – Concordou Charlie.
— Puta merda! Mas então o que eu faço???
— Sinceramente? Não sei. Porque até mesmo se você falar que ele é seu pai eles podem entender errado...
Levei as mãos ao rosto, querendo sumir. Aquilo não podia estar acontecendo.
O sinal tocou. Era hora de ir para a aula. No caminho para a sala, um engraçadinho passou por mim e disse:
— Grande Helena! Tá ganhando quanto por encontro?
— Cala a boca, seu estúpido!
Entrei na sala tentando não demonstrar o enorme desespero que sentia. Eu queria sair correndo e sumir dali, mas isso infelizmente não era uma possibilidade, então eu apenas fingi plenitude e assisti à aula, ignorando a todas as provocações terríveis que faziam.
Saindo para o intervalo com meus Charlie e Sofia, as coisas só pioraram. Luke me prensou contra a parede e disse, enquanto seus amigos assistiam à cena:
— Hey, Helena. Não acredito que você me trocou por um coroa rico. Eu esperava isso de todas, literalmente todas as garotas que já peguei, menos de você.
Ele riu e seus amigos idiotas riram também. Eu me sentia muito ridícula por um dia ter gostado desse garoto estúpido.
— Deixa de ser ridículo! – Falei, irritada.
— Luke, larga ela! – Disse Charlie, tentando não partir para a violência.
— Começar a vida de garota de programa com um cara como ele não é pra qualquer um! E olha só! Ele já até te deu um celular novo!
Luke e os amigos gargalhavam, e senti o sangue subir. Ele estava me chamando de prostituta??? Foi a gota d'água. Furiosa, fui para cima de Luke e estava prestes a acertar um soco em seu nariz, quando Charlie e Sofia me seguraram e me puxaram dali.
Uma aglomeração começava a se formar ao nosso redor. Tudo ia de mal a pior.
— Não faz isso! Não vale a pena! – Disse Sofia, segurando um de meus braços enquanto eu tentava me soltar para bater em Luke.
— Isso, vai embora sua vadiazinha! Vai lá com seu coroa! – Gritou Luke, provocando.
Antes mesmo que eu pudesse reagir, Charlie sibilou:
— Chega!
Ele se virou rapidamente e deu um soco um Luke, que recuou alguns passos. Seu nariz começou a sangrar e os alunos que assistiam à cena começaram a tumultuar.
— Charlie, pelo amor de Deus! – Dizia Sofia, tentando puxá-lo por um braço enquanto me segurava com a outra mão.
Quando Luke fez menção de revidar, o diretor chegou, e aí sim eu podia dizer: tudo havia dado errado. Fomos levados para a sala dele e ouvimos um longo sermão sobre respeito, violência e como a escola não tolerava aquele comportamento. Tive dó de Sofia, que nem estava envolvida e ouviu tudo também.
— Eu poderia expulsá-lo por agressão e violência, Sr. Bennet. – Disse o diretor para Charlie.
— O quê? – Contestei – E quanto ao Luke? Ele me humilhou e me ofendeu na frente da escola toda! O Charlie estava me defendendo e ele é o errado da história?
— Srta. Jones eu sugiro que fique calada!
— Sr. Foster, se a escola preza tanto pela justiça, então que seja feita a justiça. Eu concordo que talvez a maneira como o Charlie agiu não tenha sido correta, mas perante essa situação, não acho que ele mereça uma pena maior que a do Luke.
— Não se mete, Helena! – Atacou Luke.
— Quieto, Sr. Jenkins! – Disse o Diretor Foster – Já tomei minha decisão. Vocês dois ficarão suspensos por dois dias, e se algo semelhante voltar a acontecer, não vou pensar duas vezes antes de expulsá-los. Agora vão para a aula.
Saímos da sala do diretor e pude sentir o olhar de Luke me fuzilando pelas costas.
— Charlie, por que fez isso? Você foi suspenso por minha causa. – Falei, sentindo-me péssima.
— Eu não podia deixar aquele idiota falar aquilo de você. E dois dias longe daqui vão me fazer bem.
Eu sabia que ele estava mentindo. Charlie odiava faltar à aula pois não queria perder conteúdo. Abracei-o e voltamos para a sala.
A briga só havia sido um motivo a mais para eu virar alvo dos cochichos alheios, e eu já estava farta daquilo. Ao final da aula saí rapidamente da escola dando graças a Deus por ter sobrevivido àquela manhã terrível. Fui para a empresa e vi algumas pessoas com câmeras por perto. Aqueles provavelmente haviam sido responsáveis pela maldita notícia que proporcionou toda a confusão.
Ao entrar, fui direto para a sala de Tony falar com ele.
— Você leu as notícias? – Perguntei, entrando em sua sala de uma vez.
— Desaprendeu a bater?
— Lê isso aqui!
Entreguei meu celular para ele, que após ler a notícia olhou-me, perplexo. Ele massageou as têmporas e bufou, visivelmente preocupado.
— E agora? – Perguntei, nervosa.
— Eu vou dar um jeito nisso. – Respondeu ele.
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I (don't) Need a Hero!
RomanceImagine como seria perder o emprego, encontrar o bilionário Tony Stark conversando amigavelmente com sua mãe e descobrir que você vai trabalhar com ele, tudo no mesmo dia. São essas e outras situações inimagináveis que ocorrem no dia a dia de Helena...