Capítulo 2

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No dia seguinte, assim que saí pelos portões da escola, um homem de terno e óculos escuros veio até mim e perguntou:

— Helena Jones?

— Sou eu.

­— Venha comigo. O Sr. Stark está esperando por você.

Entrei no carro preto parado logo à frente e agarrei o pingente de meu colar, uma pequena lua, como sempre fazia quando estava pensativa ou nervosa. Fui levada até a gigantesca Torre Stark. O engravatado que me trouxe guiou-me até um elevador, por onde subimos o que pareciam ser infinitos andares.

Por fim, saímos do elevador e fomos pelo corredor até pararmos em frente a uma grande porta. O homem pegou o que parecia ser um celular e murmurou algo como "estamos aqui".

A porta se abriu, e pude ver Tony Stark me esperando.

— Entre, Srta. Jones.

Entrei na sala, e a porta se fechou. Stark fez um sinal para que eu me sentasse, e eu o fiz.

— Como tem passado?

— Bem, eu acho.

— E sua mãe?

— ... Tá bem. – Respondi, estranhando a intimidade.

— Ótimo. Bem, Srta. Jones, antes de decidir te aceitar, dei uma boa olhada em suas notas e em seu desempenho com tecnologia, e devo dizer que você me surpreendeu positivamente.

— Obrigada. – Sorri, levemente surpresa com a declaração de ter sido stalkeada.

— Certo. Você sabe a responsabilidade que é trabalhar em uma empresa de grande porte, certo?

— Com toda a certeza.

— E que aqui nós trabalhamos com total sigilo de informações.

Acenei afirmativamente com a cabeça.

— E sabe que seu emprego, na verdade, não tem muito a ver com minha empresa, certo?

— O quê?

— Você está sendo inserida no chamado "Projeto Vingadores". Esse edifício já não compreende mais as atividades das Indústrias Stark, ele serve agora como sede do projeto. Seu cargo exige total sigilo e responsabilidade. Você terá acesso a todo o banco de dados da organização, a todos os setores e documentação e, quando necessário, aos Vingadores. Você muitas vezes precisará entrar em contato com outras agências e organizações em nome da organização, e deverá seguir o protocolo da empresa à risca. Não admitimos atrasos ou faltas não justificadas. Se algo acontecer, ligue para minha secretária. Está disposta a assumir essa responsabilidade?

— ... Sim, senhor.

— Bom, inicialmente você iria fazer um estágio nas Indústrias Stark, mas eu precisava de alguém para assumir esse cargo no Projeto e você parece ter os requisitos necessários, então... A vaga é sua. Está de acordo?

— Estou. Eu acho.

— Então, por favor, assine esse contrato e preencha o formulário.

— Posso fazer uma pergunta?

— Tem a ver com o preenchimento do formulário?

— Não exatamente.

­— Então deixe pra depois.

Assim que terminei, Tony Stark levantou-se e disse:

— Agora, venha comigo. Vou apresentar toda a empresa para você. E sinta-se lisonjeada, porque eu normalmente mandaria minha assistente fazer isso.

Ele apresentou-me superficialmente a secretaria e todos os demais setores de escritório da empresa. Corredor por corredor. Depois, fomos até uma grande sala com uma mesa centralizada, onde estavam (para a minha surpresa) os Vingadores. Sim, os próprios, em carne e osso.

— Boa tarde. Apresento a vocês a nova integrante da organização, Helena Jones. Ela ficará responsável por todo o setor administrativo e operacional.

— Mais uma criança, Stark? Você tá querendo transformar isso numa creche? – Disparou Thor, irônico.

— Eu sei o que faço. Se a garota está aqui, é porque tem potencial pra isso.

— Você disse a mesma coisa sobre o garoto. E coincidência ou não, ele não tá aqui. – Disse Bruce, calmo.

Tony massageou as têmporas, suspirando. Subitamente, as portas foram abertas com um grande baque, e alguém trombou em mim com força.

— Ai! – Exclamei.

— Cheguei! Desculpa moça! Tô aqui, tô aqui!

Era o Homem Aranha. Ele parecia mais alto pela televisão...

O herói parou em frente a Tony, ofegante.

— Sinto muito pelo atraso, Sr. Stark. Eu tava vindo pra cá, aí acabei passando por um cara que tava sendo assaltado e...

— Sente-se, Parker. – Interrompeu Tony, sem deixá-lo prosseguir.

— ... Tá bem.

Levemente frustrado, o rapaz sentou-se e suspirou, cansado. Olhou para mim e, com um tom curioso, perguntou:

— Quem é essa?

— Saberia se não ficasse fazendo teias pela cidade. – Disparou Thor.

— Essa, Parker, é a Srta. Jones. Vai trabalhar no setor administrativo e operacional.

— Ah...

— Desencana, criança. É muita areia pro teu caminhãozinho. – Zombou Thor.

— Ha ha ha! Muito engraçado.

O rapaz tirou sua máscara e passou a mão pelos cabelos, sério. Pareceu não achar graça na brincadeira de Thor que, convenhamos, foi bem idiota.

Mas, reparando bem, não posso deixar de dizer... O garoto era bonito. Instintivamente, segurei meu pingente.

— Bom...– Disse Tony, após uma risadinha, tentando demonstrar seriedade –Isso é tudo. Vou levar a garota para a sala e daremos início à reunião.

I (don't) Need a Hero!Onde histórias criam vida. Descubra agora