Capítulo 13

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Entrei em casa e a primeira coisa que fiz foi certificar-me de que estava tudo bem com minha mãe.

— Mãe? – Chamei, abrindo a porta.

— Oi meu amor.

Ela estava vendo televisão. Parecia bem.

— Tudo bem por aqui? – Perguntei, abraçando-a.

— Tudo sim. Como foi lá? Muito trabalho?

— Sim... Alguns problemas pra resolver. Preciso falar com o Sr. Stark amanhã.

— Por enquanto, esquece isso. Vamos jantar, e depois assistimos algum filme.

Fiz que sim com a cabeça.

Estávamos procurando filmes no catálogo da Netflix, quando minha mãe disse:

— Tive a impressão de ouvir você conversando com alguém antes de entrar. Estava acompanhada?

— Ah... Um colega do trabalho me trouxe até em casa pra eu não voltar sozinha.

— Que gracinha. – Ela disse, com as sobrancelhas erguidas e levemente angulosas. Eu sabia exatamente o que esse olhar queria dizer.

— Sem chance.

— O quê? Eu não disse nada.

— Não precisa. Te conheço.

Ela riu docemente.

— Pode tirar essa ideia da cabeça. Eu não estou paquerando ninguém. – Falei, séria.

— Se você diz...

Ela não aguentou ficar em silêncio nem por um minuto.

— Ele é bonito, pelo menos?

Hesitei. Ele era, claro que era. Mas era estranho falar de Peter dessa maneira.

— Bom... É. É sim.

— Bonito e fofo. Te trouxe em casa pra você não ter que vir sozinha. Que amorzinho.

— Mãe...

— Qual o nome dele?

— Peter.

— Nome bonito.

— É um cara legal. Um pouco atrapalhado, mas é gente boa.

Assistimos ao filme, conversamos um pouco e fomos cada uma para seu quarto.

Deitei na cama, mas custei a dormir. Minha mente estava agitada, e eu não conseguia relaxar. Ficava lembrando do momento passado com Parker, e em como ele podia realmente ser uma boa companhia.

No dia seguinte, cheguei na escola achando que teria sossego. Achei errado. Estava no meu armário pegando minhas coisas e conversando com Sofia, quando Emily, uma garota que estudava comigo, disse:

— Oi, Helena. Vi você saindo de um café com um garoto ontem à noite. Não sabia que tava namorando!

— O quê? Não, eu não tô nam...

Ela já havia ido, e Sofia olhava para mim com olhos de desaprovação e, pior ainda, de indignação. Lá vinha bronca.

— Eu não acredito que você tá namorando e não me contou!

— Eu não tô namorando.

— Helena, nós somos amigas há mais de seis anos. Sempre contamos tudo uma pra outra! Por que tá escondendo as coisas de mim agora?

— Eu não tô escondendo nada. Eu simplesmente não tinha o que contar.

— Jura, Helena? Sério mesmo?

— Olha, aquele garoto trabalha comigo. Eu precisava resolver um assunto com ele, mas não dava durante meu expediente, então depois do trabalho nós fomos até um café e discutimos a situação. Só isso, tá legal?

— E saíram juntos de lá?

— Ele não me deixou voltar sozinha pra casa. Disse que era perigoso e me acompanhou. Mas não rolou nada.

Sofia cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha.

— Eu juro! – Falei.

— Qual o nome do cara?

— Peter.

— Sobrenome?

— Parker.

— Vou pesquisar agora no Facebook.

— Ei!

Sofia começou a fuçar em seu Facebook para procurar quem era o garoto.

— Esse aqui? – Perguntou, apontando para o perfil do garoto.

Fiz que sim com a cabeça, revirando os olhos. Ela abriu a página e começou a olhar as fotos. Olhou para mim, cerrou os olhos e disse:

— Você foi no café com esse garoto fofo aqui e não rolou nada?

— É.

— Helena, qual é o teu problema?

Olhei para ela, surpresa.

— Meu, por que você foge tanto da ideia de ficar com alguém? Desde que você e o Luke terminaram você...

— Ah não. De novo essa história?

Luke. Eu odiava esse assunto. Odiava relembrar o quanto fui idiota em acreditar quando ele disse "gosto de você porque você não é metida e narizinho empinado como algumas garotas", e dois meses depois me trocou por uma líder de torcida. Uma líder de torcida metida e narizinho empinado.

— Mas eu tô mentindo? Desde que vocês terminaram, você nunca mais teve nada com ninguém. E isso já faz quase um ano.

— E qual o problema?

Ela suspirou.

— Até quando vai se esquivar de todos os garotos que tentarem se aproximar de você?

Olhei para o lado, contrariada. Eu realmente não queria falar sobre isso.

— Lena, o garoto é bonito e te acompanhou até sua casa porque estava preocupado de você voltar sozinha. Quantos caras você acha que fazem isso hoje em dia?

— Essa não é a questão.

— E qual é?

—... Sof, depois conversamos. Preciso ir pra aula.

— Você não pode fugir dos problemas pra sempre, Helena.

Fiz que não ouvi e entrei na sala.

I (don't) Need a Hero!Onde histórias criam vida. Descubra agora