Capítulo 66 - Nada Mudou.

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Christopher: Dulce, pelo amor de Deus não faz isso comigo!

Ela lutava para manter os olhos abertos.

Christopher: Dulce, Lara precisa mais do que nunca de você nesse momento. Não dorme, por favor! Não faz isso com a gente.

Saiu da cama e foi até ela a sacudindo pelo ombro.

Christopher: Dul, fica calma. Confia em mim, vocês vão ficar bem. Você vai ver nossa pequena, vai pegá-la em seus braços sempre que ela sentir medo. Vai acompanhar tudo em sua vida. Não dorme, Lara está chegando! Lembra o quanto sonhamos com esse momento? Ela nos ouviu! Não dorme.

Ela retomou a consciência após uma pontada forte e empurrou.

Dulce: Chris, tá doendo muito.

Christopher: isso, é isso que fazem. - subiu no colchão e voltou a posicionar entre as pernas dela que estavam erguidas. - meu amor, quando a dor vier você faz o máximo de força e quando eu puder vê-la, vou ajudar.

Christopher queria Marina ali, os passando segurança e os auxiliando, faria qualquer coisa para que esse momento não fosse tão traumático para Dulce, afinal não devia ser o mais feliz da vida deles?

Christopher viu Dulce se retorcer, provavelmente chegava outra.

Christopher: lembre-se faça força!

Dulce: eu não vou conseguir.

Christopher: vai, vai sim. Já fez a primeira vez. Você é forte e não está sozinha.

Ela assentiu com dificuldade e em poucos segundos fez conforme ele pedia.

Dulce: AAAAAAAAAAAH!

E nada.

Aquilo estava o deixando cada vez mais apavorado. Saber que a vida de sua filha e da mulher que mais amava estava em suas mãos lhe causava um medo extremo de falhar novamente.

Christopher: está indo muito bem! Continue.

Dulce: você não faz a mínima ideia do que está fazendo. - choramingou. - não precisa fingir, está tão assustado quanto eu.

Christopher: claro que sei, trazendo nossa filha ao mundo. Estou assustado por causa da escuridão. Sabe que me deixa desconfortável. - mentindo.

...

Maite: já tem mais de cinco horas que ele também saiu e nada dos dois. - chorava abraçada a Christian.

Christian: calma, querida. Christopher deve ter encontrado Dulce, vai ver que logo ele volta com ela.

Lali: estou com medo - chorava no colo do pai. - não quero que nada aconteça a minha prima.

Helena: gente, já chega! Essas coisas atraem. - balançou a cabeça tentando apartar os pensamentos ruins - Parem de lamentar e comecem a rezar.

Maite e as meninas fizeram conforme Helena pediu.

Paulo: não vou me perdoar se algo acontecer à ela.

Christian: fico mais preocupado pela falta de energia e por essa chuva que não dá uma trégua. Como poderão voltar diante a isso?!

Manú: essa não seria a hora de ligar para a polícia?

Lali: por favor, papai! - juntando as mãos.

Paulo: virem essa boca pra lá! Temos que esperar um pouco mais.

Christian: devíamos sair para procurá-los de novo.

Maite: é perigoso demais, Chris.

Christian: e pensar que não estaríamos passando por isso se o Ucker não tivesse aparecido.

Manuela abaixou a cabeça e Maite o repreendeu indo abraça-la.

Christian: desculpa, sei que você não tem culpa. Só estou nervoso.

Maite: todos estamos. Controle sua língua!

...

Christopher: Dulce, por favor. Tente mais uma vez.

Dulce: eu não tenho mais força. Não consigo... - deu uma pausa tentando recuperar-se - tá doendo muito!

Christopher: pela última vez, Dul. Por favor, coloque toda a força que você tem. Lara quer conhecer você.

Ela chorava assentindo.

Christopher: quando vier.

Três  minutos passaram e  mais uma contração veio.

Christopher: agora, querida. Você não está sozinha...

Dulce: AAAAAAAAAAAAAAAAAH

Um choro fino ecoou na pequena cabana escura.

Christopher: nasceu, Dulce! Nossa filha nasceu!

Christopher abriu um sorriso encantado, a pegou nos braços e a envolveu nos lençóis entregando-a a mãe que tentava recuperar o ar, estava suada e seu cabelo grudava em seu rosto.

...

Paulo os encontrou quando o dia estava amanhecendo - graças a sapatilha que Dulce usava e se perdeu pelo caminho.

A surpresa foi tamanha ao encontrar a sobrinha com o pequeno "embrulho" nos braços.

Paulo: Christian, aqui! - gritou - chamando atenção de Dulce e Christopher - que admirava as duas.

Christian entrou e não soube o que falar, limpou os olhos para ver se não estava tendo alucinações devido o sono e fez Dulce sorrir.

Dulce: olá, padrinho. - falou em um tom baixo e um sorriso fraco.

Christopher: precisamos de um médico.

Paulo: eu vou ligar agora mesmo. - pegou o celular do bolso.

Christian: você está bem? Ela está bem? - se aproximou da amiga ignorando o seu protetor. - eu não posso acreditar!

Dulce: parece que ela é tão impaciente quanto eu. - brincou - estou cansada, mas sei que tenho um longo processo de pós parto até poder dormir calmamente. Mas não me importo, tenho meu mundo em meus braços e, é só o que eu preciso para ficar bem.

Christian ajudou Dulce a vestir sua camisa sob o olhar fulminante de Christopher.

Quando os paramédicos chegaram ele também a ajudou e insistiu que não sairia do seu lado.

Christopher: eu vou junto. - respondeu quando foi perguntado quem acompanharia a paciente. Mas foi logo cortado pela rispidez e frieza de Dulce.

Dulce: não, não vou a lugar algum com você. Não quero você ao meu lado e nada mudou. Fique longe de mim e da MINHA filha. - fez questão de enfatizar.

Paulo: filha, se acalme, por favor.

Christian: Dulce, Lara precisa que você não perca a cabeça nesse momento. - falou com ternura - você! - apontou para Christopher - temos muitas coisas pendentes e assim que eu garantir que as duas estão bem, vai me ouvir.  

Christian subiu na ambulância com o celular na mão, ligando para a esposa.

Christopher observou eles sumirem na estrada com um olhar triste e um nó na garganta.

Paulo: ela não está fazendo nada que você não mereça. E uma coisa é certa, nada passa despercebido nessa vida. O que se faz, se paga.

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A Dor Desse Amor - VONDY - Repostada.Onde histórias criam vida. Descubra agora