Capítulo 72 - Galanteador Barato.

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Dulce: Sempre pontual, Herrera. - sorriu para Miguel.

Poncho: O pai está ensinando como tratar as damas Saviñón.

Dulce gargalhou.

Dulce: Por favor, não transforme meu afilhado no galanteador barato. Lembro bem da sua lábia.

Poncho: Ah, esquilo. Você bem que gostava.

Dulce: por favor, eu era adolescente. Me empolgava com tudo.

Poncho abriu a boca indignado e Dulce o puxou para dentro.

Dulce: Lara e eu deixamos os brinquedos no ponto pelo tapete e fizemos salada de frutas. Tudo saudável para que os priminhos possam aproveitar.

Poncho: Dispensou o sono da tarde?

Dulce: Faço isso porquê gosto de ter vocês por perto.

Poncho: Você têm sido muito boa com o Miguel.

Dulce: Sabe o que eu penso, não sabe?

Poncho: Sim, - suspirou. - Dulce, você entende o peso da minha carreira. Viu o quanto eu batalhei para chegar aqui.

Dulce: sim, mas você não foi o único. De verdade, sua carreira vêm a frente do seu filho?

Poncho: Não, claro que não. O Miguel é o que eu tenho de mais precioso.

Miguel impulsionou o corpo para chão avisando que queria descer do colo do pai.

Dulce: Acho que estamos interferindo na diversão. - deitou Lara no tapete de e.v.a e sentou ao lado. - Quando é sua próxima viagem?

Poncho: em duas semanas. - colocou o filho no chão e sentou no sofá.

Dulce: o Miguel vai junto?

Poncho riu de leve.

Poncho: Acha mesmo que ela deixaria? - refirindo-se a Anahí.

Dulce: Não. E está certa. Miguel não precisa se envolver nesse ambiente corrido e imprevisível. Anahí e eu conhecemos bem, pois vivemos nossa infância assim.

Poncho: Não quero esse mundo para ele.

Dulce: nenhum de nós quer. Poncho, criamos nossos filhos para o mundo. Nós indicamos e aconselhamos, mas eles decidem.

Poncho: Como vão as coisas com o Christopher?

Dulce: Você imagina. Cada vez pior. Ele até tenta, mas eu não consigo.

Poncho: sinto vergonha por isso. Sinto culpa, tenho a sensação que podia ter impedido as atrocidades da Anahí, mas estava ocupado demais colocando-a no centro da minha vida.

Dulce: Não se machuque assim, você foi tão vítima quanto eu. - segurou a mão do amigo e Poncho lhe encarou por uns segundos.

Poncho: Christopher é um burro, igual eu fui. Como ele pôde perder você?

Dulce: Alfonso, de verdade, eu não queria falar sobre ele. - pediu e ele confirmou.

Poncho: Como preferir... Pedro estava certo.

Dulce: sobre o quê?

Poncho: Somos dois cabeças duras. Nos apaixonamos por duas pessoas totalmente distintas do nosso mundo. Anahí e Christopher sempre tiveram tudo nas mãos, você e eu não. Tivemos que batalhar pra chegar onde estamos.

Dulce: Poncho, precisamente sobre isso quero falar.

Poncho: Christopher e Anahí?

Dulce: Anahí. - soltou receosa.

Alfonso puxou a mão e endireitou a postura. Ficava claro seu desconforto o ter que falar da ex.

Poncho: Dul, não me leva a mal, mas... Penso igual a você a respeito dele. - Christopher.

Dulce: não, não pense que eu quero bancar o cupido ao algo assim. - esclareceu com rapidez. - De verdade, eu entendo você e respeito seu posicionamento.

Poncho: mas? - incentivou gesticulando.

Alfonso a conhecia bem para saber que aquilo era apenas uma introdução para um longo discurso.

Dulce suspirou olhando para o afilhado.

Dulce: Anahí é como uma irmã para mim. Quero fazer por ela o que Blan e Cláudia se negaram; vou acreditar em suas palavras. - Dulce não escondia o pesar pela desconfiança das irmãs. - Poncho, eu sou a pessoa que ela mais machucou, e não estaria tendo essa conversa se não tivesse visto verdade nos olhos dela. Anahí se arrependeu e precisa de uma segunda chance.

Poncho: perdoá-la significa me opor aos meus princípios. Fere quem eu sou, o que eu mais prezo, a honestidade. O que ela fez foi cruel, impensado.

Dulce: exato! Todos já agimos por impulso, por nossos instintos.

Poncho: Não somos adolescentes. - falou em um tom sério.

Dulce: eu sei. Somos seres humanos errantes. - o advertiu com doçura. - Anahí fez o que fez, mas em momento algum quis te machucar. Não é justo que você a castigue... Muito menos ao Miguel.

Poncho: Dulce, eu faria o que fosse pelo meu filho, mas... Isso é demais. Me responde, você perdoaria o Christopher?

Dulce calou-se.

Poncho: exatamente como eu pensei.

Dulce: acho que não tenho o direito de me intrometer nos problemas de vocês... Só tentei ajudá-los.

Poncho: eu agradeço sua preocupação, mas devia focar em você nesse momento.

Dulce: Não está mais aqui quem falar. - deu uma pausa e sorriu observando as crianças. - Então? Salada de frutas?

Poncho: Achei que não perguntaria. - respondeu em um tom divertido quebrando a tensão.

A Dor Desse Amor - VONDY - Repostada.Onde histórias criam vida. Descubra agora