Capítulo 75 - Mientes Tan Bien.

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Colocar na balança. Comparar o antigo ao atual Alfonso Herrera. Era ridículo, infantil e vergonhoso. Mas lá estava Dulce, com o bloco de papel e caneta. Enumerar qualidades e defeitos seria mais fácil para fazer um possível julgamento.

Zoraida não havia sido tão literal quanto a organizar seus pensamentos, mas Dulce precisava ocupar a mente.

Alfonso já não era mulherengo, festas prolongadas passavam longe dele. Chamar atenção da mídia ou fazer comentários improprios também haviam ficado no passado. Agora, ele fazia de tudo para preservar sua imagem, e principalmente, a do filho. Estava mais centrado e sabia muito bem aonde queria chegar e como. Sua carreira virou o combustível para suas ações. Sim, Poncho finalmente havia aprendido com a vida e ela lhe presenteou com maturidade e leveza.

Dulce: Espera, o que eu estou fazendo? Dulce, ele é seu amigo! Pai do seu afilhado, o qual a mãe, é sua amiga e precisa de AJUDA. - repetiu para si. - É uma loucura! O passado fica no passado. A Zoraida tem razão... E eu estou ficando louca. - choramingou jogando a cabeça sobre o braço.

Seu celular tocou e ela correndo foi atendê-lo. Se Lara acordasse, não a deixaria descansar tão cedo.

Dulce: Alô? Quem é?

~ Deletou meu número? - seu tom de voz transmitia sua magoa. - Está chateada com o acontecido?

Dulce: Poncho?! Oi. Não, não. Eu só... Eu atendi rápido e não olhei o visor. A Lara está dormido. Você pode imaginar. - respondeu desconcertada.

~ Dulce, acho que precisamos conversar. 

Dulce: É, eu sei. - falou vencida. Não poderia fugir para sempre.

~ Para isso eu preciso que você pare de me evitar. Você não tem visto nem o Miguel. Já tem duas semanas e ele não tem nada a ver com o que aconteceu. É só um bebê.

Dulce: Olha, me desculpa. Tenho falhado com ele e com você. Eu realmente não sei como lidar com essa situação. - admitiu jogando-se no sofá e passando a mão pelo rosto.

~ Então você ficou mexida?

Dulce: Não se trata de...

~ Não. - interrompendo-a. - Esquece. Não quero falar por telefone. Preciso que me olhe nos olhos. Eu não estou tão diferente. Sei o que esses beijos implicaram.

Dulce: Aonde você está?

~ Argentina. Tenho uns assuntos pendentes por aqui. Mas assim que puder voltar ao país quero te ver. Quero muito.

Dulce não evitou fazer uma careta.

Dulce: Tudo bem. - pelo menos teria um tempo para pensar melhor em suas ações. - Posso pedir um favor?

~ May e Chris não saberão de nada. Fique tranquila.

Dulce: Como sabia? - franziu a testa.

~ Conheço você, Dulce. Isso não vai mudar. Por essa razão liguei para você. Quero saber como meu filho está... A situação com a Anahí está pior e já não nos falamos. O Miguel está no meio disso, você é a madrinha e quero que o proteja. Ela está fora de si.

Dulce: Alfonso. Isso é terrível.

~ Eu não quero transformar em uma briga judicial, mas da maneira como tudo está acontecendo... Não há outra opção.

Dulce: O quê? Claro que tem. Sempre tem! Não faça nenhuma besteira, entendeu? Fique calmo que eu me encarrego de vê-lo. Resolva seus assuntos e nada de advogados!

~ Obrigado. Tentarei... Agora, eu tenho que desligar.

Dulce: Até mais. E, pensa bem.

~ Até. - desligou e Dulce negou sem acreditar até que ponto aqueles dois iriam.

Coitado de Miguel. Preso na Guerra dos pais. Com Lara não era diferente. O que estavam fazendo de suas vidas?

FlashBack:

Dulce: Eu ouvi, você foi bem claro! Cláudia? Fernanda? Quem mais? - negou sem acreditar. - Eu estou cansada. Sabe como é humilhante para mim? Por onde eu passo as pessoas apontam o dedo. Será que não pode me respeitar? O que falta aqui? O que eu não lhe dou, Poncho? Me entreguei de corpo e alma e essa relação e não é suficiente para você?

Poncho: Outra vez! Está fazendo outra vez. Você me sufoca, Dulce. Suas acusações são completamente insanas! Você está paranóica, está vendo coisas aonde não existem. Chega! - gesticulou aborrecido.

Dulce: Chega, digo eu! Não dá. Eu fiz o impossível, mas não dá... Eu não posso mais. - sua voz falhou e ela segurou o choro que escaparia.

Poncho: O que quer dizer com essas palavras? - aproximando-se a tocou.

Dulce: Que terminarmos aqui. - puxou o braço e se afastou.

Poncho: É isso que você quer? Porquê quando eu sair por aquela porta, você não vai poder voltar atrás. Está me magoando com essas palavras.

Dulce: Por favor, não seja fingido. Você está atuando outra vez. Vai embora, logo!

Poncho: Eu não vou insistir, Dulce. Não vou me humilhar para você.

Dulce: ME DEIXA SOZINHA!!! - Gritou o enxotando do quarto.

Poncho: Muito bem. - segurou o ar. - Espero que saiba o que está fazendo. - saiu batendo a porta com força.

Dulce se jogou na cama e chorou por horas. Seu grande amor se tranformava em sua grande desilusão.

Os meses que sucederam foram os mais difíceis para os seis. - Maite e Christian, como sempre, se isolavam, fingiam que não ouviam e muito menos viam a tensão que se espalhava pelo ar. Christopher não tinha muito o que fazer, era a vida dos amigos. Poncho aproveitava a liberdade com festas e bebedeira, era o assunto preferido da imprensa. Anahí tentava apaziguar, odiava o clima pesado e ver Dulce tristonha, chorando pelos cantos a deixava inquieta.

Anahí: Posso sentar aqui? - deu um meio sorriso erguendo o travesseiro.

Dulce: Brigou com o Christopher? - indagou estranhando.

Anahí: Não. O bebê está compondo. Sabe que ele fica um chato quando está concentrado. - fez uma careta e Dulce confirmou.

Dulce: A vontade, então.

Anahí olhou para o fundo do avião e avistou Maite dormindo. Christian ao lado, concentrado em Lost. Alfonso um pouco mais a frente mexendo no notebook. Seu sorriso cafajeste deixava claro que a conversa estava bem interessante.

Anahí: Ehr, eu trouxe uns cadernos de desenho e lápis de cor. Sei que você gosta.

Dulce: Obrigada. Mas eu prefiro. - erguendo o ipod.

Anahí: Ah, sim, sim. Claro. - mordeu o lábio sem saber como se aproximar. Dulce estava mais isolada que nunca. - Me empresta um lado? Esqueci o meu no hotel.

Dulce exitou, mas cedeu. Foi o bastante para Anahí quebrá-la e dar início à uma divertida conversa pelas longas horas de volta para a casa.

A Dor Desse Amor - VONDY - Repostada.Onde histórias criam vida. Descubra agora