A Dor Desse Amor - VONDY - Repostada.

Capítulo 78 - Tu Tiempo Ya Se Fue.

Dulce deu os últimos retoques na maquiagem e ajeitou o espelho do carro antes de colocar a bolsa e sair rumo ao restaurante escolhido para o encontro. - não era surpresa. O lugar de sempre. - Fazia tempo que não ia até ali, era o lugar mais frequentando por ela e Alfonso durante o namoro. Não fazia sequer ideia de que ainda existia. - até receber sua chamada. - Ele continuava a lembrar seus gostos.

Adentrou o ambiente e foi recebida pelo sorriso caloroso e os olhos penetrantes do moreno.

Poncho: Uau! Você... - deu uma pausa admirando-a. - Você está magnífica, Dulce!

Dulce: Pode falar meu idioma, por favor? - brincou perante a formalidade dele.

Poncho: Eu posso falar em quantos você quiser.

Com timidez ela abaixou a cabeça e ele ao perceber puxou a cadeira para que ela se acomodasse e em seguida retomou seu lugar.

Poncho: Já quer pedir? Vinho? Aperitivos? A entrada? - suspirou e fez uma careta enquanto brincava com as mãos trêmulas. - Acho que estou nervoso.

Dulce: Ei, sou eu! Dulce. Lembra? O esquilo despenteado que você pega no pé.

Poncho: Você é importante. Isso me deixa apavorado. Não quero que me veja como o idiota de anos atrás.

Dulce: Poncho, eu te vejo como você é. Um homem leal e distinto. - segurou sua mão e ao perceber que ele tinha os olhos cravados nessa direção, puxou-a e mudou de assunto. - Então, falou com a Anahí? Já pôde ver o Miguel?

Poncho: Só por hoje, não gostaria de falar da Anahí. Pode ser?

Dulce: Sim... Você tem total razão.

Poncho: Sabe porquê estamos aqui. Eu posso enxergar nos seus olhos que está tão nervosa quanto eu. Mas, acredite. Acho que esse pode ser um recomeço, um novo jeito de escrever essa história.

Dulce: Poncho...

Poncho: Só me escuta, por favor. Estamos mais vividos, passamos por experiências desastrosas em nossa vida amorosa, e, por essa razão, sei que nem você e nem eu, queremos machucar um ao outro.

Dulce: São lindas palavras. Todos tem direito à um recomeço, a continuar a viver, entretanto...

Poncho: Dê uma chance, Dulce. Eu não vou decepcionar. Posso ser um excelente pai para a Lara e um marido exemplar para você.

Dulce: A Lara já tem um pai. Você não pode ocupar um espaço que não está vago. Claro, que eu fico muito agradecida por seu carinho com a minha filha, mas seria o mesmo que eu quisesse tomar o lugar da Anahí.

Poncho: Tudo bem, eu me empolguei. Você está certa. Mas, e quanto à um marido? Você não é um capricho.

Dulce: O nosso tempo acabou, Alfonso. Eu confesso que fiquei e estou confusa diante de tudo o que aconteceu, mas nós nunca demos certo como casal. Não foi só a imaturidade que acabou com o nosso relacionamento, temos um carinho de outro mundo. Somos como irmãos, e eu não posso estragar isso.

Poncho: Eu estou assumindo os riscos. Sei exatamente o que esperar, mas isso não quer dizer que o nosso destino já está definido.

Dulce: Não posso brincar com os seus sentimentos ou te dar esperança de algo que talvez nunca aconteça. É ao Christopher que eu amo. Posso estar magoada, com o peito dilacerado... Ele ficou com um pedaço de mim quando saiu daquela casa. Eu também sei que talvez nunca o perdoe, mas não posso enganar meu coração. Muito menos, o seu.

Poncho: Então essa é a sua resposta? - ela confirmou com um sorriso triste. - Tem mesmo certeza?

Dulce: Essa é a única certeza. Eu não posso te oferecer algo que não é meu.

FlashBack:

El Salvador 2006.

Dulce: Christopher, essa não é forma correta de chamar a atenção de alguém.

Christopher: O quê? Você acha que eu fiz pra chamar a atenção da Anahí?

Dulce: Ué, e não foi? - ergueu a sobrancelha. - Você estava com ciúme do Dereck, admita. Não há ninguém por perto.

Christopher: Claro, que não! Já tem um ano. Eu superei. E mais, estou ótimo! Foi a melhor decisão que tomamos na vida.

Dulce: Que ELA TOMOU, querido. Você não teve nenhum prévio aviso.

Christopher: Ah, não de novo, não.

Dulce: Não está mais aqui quem falou.

Christopher: Sério que não acredita em mim? Você é cega por acaso?

Dulce: Chris, só estou dizendo.

Christopher: Tá bom. Vamos comparar então. - viu Alfonso chegando no estúdio e com os braços cruzados e um enorme bico apontou em sua direção.

Dulce acompanhou seu olhar.

Dulce: É bem diferente. Tivemos uma história intensa, cheia de altos e baixos. Você e a Annie foi mais amigos confusos.

Christopher: Com a última parte eu concordo.

Dulce: Outro ponto que comprova o que eu digo. Eu posso não ter uma mira boa, mas tive outros namorados depois dele, provando assim que quis seguir enfrente. Já você...

Christopher: Isso não tem nada a ver com a Anahí. Dulce, se eu vou estar em um compromisso com alguém, tem que ser a pessoa que eu amo.

Dulce: E se não é a ela que você ama, quem é?

Christopher: V-vo-você... Você está fazendo de novo! Não desvia o assunto.

Dulce: Ai! O que custa se abrir comigo? Eu te conto absolutamente tudo e você nunca solta nada!

Christopher: Não há o que contar. Me diz, ainda o ama?

Dulce: Que pergunta, Christopher! É claro que...

Poncho: Dulce.

Dulce: Poncho, olá.

Christopher: Ehr, eu vou... Vou acertar uns textos com o Jack e Christian...

Poncho: Até mais, Christopher. - falou sem sequer mirá-lo.

Dulce: Eu também tenho que ir...

Poncho: Não. Espera. Eu preciso realmente falar com você.

Dulce: Aconteceu alguma coisa durante as férias? Eu sei que não foram muitos dias, mas com a vida corrida e a evidência que ganhamos.

Poncho: Sim, na verdade, sim. Acho que a minha ficha caiu.

Dulce: Perdão?

Poncho: falo de nós dois Dulce. De um sentimento que é mais forte que a indiferença que nos cerca.

Dulce deu um passo para trás e nervosa escondeu as mãos trêmulas.

Poncho: Aqui não é o lugar ideal para falar. Me acompanha até meu camarim?

Dulce permanceu calada. Atônita.

Poncho: Dul? - chamando sua atenção. - Vem comigo?

Dulce: Ah, sim, sim, vamos. - tentando esconder o sorriso que brotava em seus lábios e o som gritante de seus batimentos cardíacos.

Dulce: Você fez bem. Muito bem. - leu uma última vez sua lista e guardou no bolso traseiro da calça Jeans.

Dulce ouviu várias vezes o som de buzinas e quando voltou sua atenção para o volante era tarde demais para fazer alguma coisa.