Prólogo

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Estava deitada no meu quarto, outra vez com ele na cabeça. Depois do que aconteceu naquela tarde de quarta-feira, era como se a minha vida tivesse mudado completamente. Eu ando mais sorridente – como se isso fosse possível, mais manhosa. Além de suspirar mais. Eu não consigo entender o que anda acontecendo comigo. Só foi eu vê-lo pela primeira vez que eu estou assim? Bem, já deve ser a terceira vez que o vejo e isso é... estranho.

E o que a Sra. Stubin me disse, me fez pensar mais sobre o assunto. Não consigo tirar aquela conversa da cabeça, não consigo!

“- Os olhos dele eram hipnotizantes, Sra. Stubin. Mas ele me pareceu um pouco... observador.

- Sabia que quem olha assim, está começando uma paixão?

- Como assim, Sra. Stubin?

- Você vai saber quando for a hora.”  

“Está começando uma paixão.” Como ele, o capitão do time de basquete do West High se apaixonaria pela nerd do 10º ano?

Muita gente diz que eu sou bonita demais para ser nerd. Eu não uso mais óculos. Fiz cirurgia. Mas, antes eu usava. Não, eu não usava aparelho. Antes eu tinha mais cara de nerd, mas hoje não tenho mesmo.

Porém, eu sou nerd de qualquer forma, com ou sem óculos. E, eu não consigo ficar igual a Carol, só falando de garotos e mais garotos. Eu também falo disso, mas, não igual ela. É toda hora. É o único assunto dela. Isso é muito irritante.

E eu também não sou atirada igual às outras. Tenho nojo disso. Eu prefiro me preservar e me entregar pra quem realmente me ama a fazer isso que elas fazem. Parecem vadias loucas correndo atrás dos homens. Umas safadas, isso sim. Eu tenho sentimentos, eu me sinto usada quanto a isso.

Eu ri me lembrando do David me chamando de “complicada e perfeitinha”.

Complicada porque quase ninguém me entende. Pelo fato de eu ser nerd e ajudar os outros, a maioria dos adolescentes acha isso estranho.

Às vezes eu sou mesmo perfeitinha. Não gosto de sair muito do padrão. Sigo rotinas. Isso pode até parecer chato, mas é a minha vida. Depois que meu pai morreu em um acidente no trabalho, minha vida virou muito rotineira.

E surge isso. Um rapaz. Galinha, por sinal. Mas ele é lindo, sem dúvidas. Justin tem os cabelos loiros com um sutil tom de cobre, os olhos cor de mel e é uns centímetros mais alto que eu, nada mais que 5 cm. Além de ter bíceps definidos e, quem sabe, até um abdômen definido debaixo do uniforme do time de basquete. Ele também é muito calado e não deve levar desaforo pra casa. Deve ter pegado quase todas as garotas do ensino médio até seu 12º ano.

Justin não é o tipo de garoto que eu gostaria de ter ao meu lado, mas, o destino nos engana. Os sentimentos nos enganam. Eu nunca me imaginei apaixonada por um cara desses. Porém, olha eu aqui. Passando horas, abraçada com o travesseiro e pensando naquele canalha que deve estar com outra enquanto eu o descrevo em pensamento.

Ah, e um detalhe importante. Eu achei fofo quando ele me chamou de Angel perto dos amigos dele. Meu nome é Angela, mas pode me chamar de Angel, se quiser.

Little Angel- 1ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora